Um trabalho desenvolvido na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) promete baratear o custo para colocação de aparelhos ortodônticos. A odontóloga Maria de Paula Caldas criou uma metodologia para avaliação objetiva da maturação esquelética pelas vértebras cervicais em radiografias cefalométricas (da cabeça) laterais de meninas e meninos, com idade entre 7 e 15 anos. O procedimento elimina a necessidade de se fazer uma radiografia de mão e punho, como habitualmente é necessário.
Além de reduzir o custo de uma radiografia e, conseqüentemente, diminuir a exposição à radiação, as novas fórmulas também excluem uma etapa no processo. A idéia, no futuro, segundo Maria Caldas, seria disponibilizar o método em programa de computador para os profissionais de ortodontia.
Em geral, explica a especialista, para a colocação de aparelhos de qualquer natureza o profissional deve levar em consideração a maturação esquelética do paciente. O principal recurso utilizado atualmente para a determinação do estágio de maturação consiste na avaliação das radiografias de mão e punho. Uma grande preocupação, no entanto, reside na simplificação dos recursos de diagnóstico e, principalmente, na redução de exposições radiográficas indicadas aos pacientes. “Por isso, observa-se um crescimento da tendência de se utilizar, na prática clínica, as radiografias que já fazem parte da documentação ortodôntica de rotina, como é o caso das radiografias cefalométricas laterais”, explica.
Diferentes métodos de avaliação das vértebras cervicais foram desenvolvidos para determinação da maturidade esquelética e potencial de crescimento da criança. No entanto, todos esses métodos basearam-se em análises subjetivas através da visualização de alterações morfológicas nos corpos das vértebras. “Trata-se de uma análise subjetiva e com grau de precisão relativo, uma vez que os resultados podem divergir entre os avaliadores”. Com o novo método, a exposição à radiação diminui e torna-se possível uma avaliação precisa da idade óssea do paciente.
A dissertação de mestrado “Avaliação da maturação esquelética na população brasileira por meio da análise das vértebras cervicais” foi orientada pelo professor Francisco Haiter Neto. No estudo, Maria Caldas começou testando uma fórmula desenvolvida no Japão, específica para meninas japonesas. Coincidentemente, a aplicação da metodologia aqui no Brasil também só se mostrou eficaz se aplicada em meninas. A partir dessa constatação, os pesquisadores partiram para criar algo que considerasse uma avaliação objetiva da idade óssea em meninos e meninas brasileiros.