Pesquisa básica realizada no Instituto de Química observou alterações no conjunto de proteínas dos girassóis após a contaminação por íons metálicos. A autora do estudo, Jerusa Simone Garcia, submeteu a planta ao tratamento com elementos como cádmio, cobre, chumbo e zinco, e comparou o seu desenvolvimento com um grupo de plantas usado como controle. Ela quis entender o grau de absorção e o efeito dos íons metálicos no metabolismo do girassol, uma vez que ele é utilizado para descontaminação de áreas processo denominado fitorremediação por sua característica de se adaptar em condições adversas. “É um vegetal tolerável e resistente, por isso, consegue extrair ou remover os contaminantes presentes no solo”, explica. Também é fonte de óleo vegetal, enquanto suas folhas e caule servem para alimentação animal.
Segundo Jerusa Garcia, em geral, os estudos sobre o tema concentram-se apenas em observar o efeito estético na planta se cresceu ou floresceu a partir da absorção dos elementos contaminantes. A pesquisadora, no entanto, conseguiu identificar as alterações nas proteínas, mesmo sem diferenças aparentes na fisiologia da planta. Durante 40 dias, ela cultivou os girassóis em vasos individuais, aplicando os elementos metálicos no momento da irrigação. Os resultados constam da tese de doutorado “Avaliação do desenvolvimento de girassol por meio da análise de proteínas e metaloproteínas”, orientada pelo professor Marco Aurélio Zezzi Arruda.
Jerusa observou que o zinco foi o elemento que mais produziu alterações relacionadas às proteínas, apesar de não prejudicar o desenvolvimento da planta em termos de altura e biomassa (raiz, caule e folha). Outras alterações também ocorreram nas plantas contendo simultaneamente todos os elementos, sendo que algumas delas chegaram a morrer. Isso significa que o excesso de elementos contaminantes provoca efeitos adversos no girassol.