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Congresso de Iniciação Científica
tem recorde de trabalhos inscritos
Serão expostos
mais de 1,2 mil
estudos
desenvolvidos
por alunos
da graduação
O 18º Congresso Interno de Iniciação Científica da Unicamp, marcado para os dias 22 e 23 de setembro, terá novo recorde de trabalhos inscritos pelos alunos da graduação: serão expostos no Ginásio Multidisciplinar 1.257 painéis de todas as áreas do conhecimento. O número reflete o esforço da Universidade em oferecer aos estudantes de graduação a oportunidade de complementar os estudos e a formação participando desta experiência prática. “Hoje estão vigentes perto de 1.500 bolsas de iniciação científica. Considerando que aproximadamente 3.300 alunos ingressam na Unicamp por ano, a taxa de cobertura é de quase 50% – é bastante boa, mas vislumbramos um cenário em que o total de ingressantes possa desenvolver atividades de iniciação científica durante sua graduação”, afirma o professor Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de Pesquisa.
Segundo Pilli, a administração está fazendo esforços para aumentar o número de bolsas dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do CNPq, mas para preenchê-la é preciso que os estudantes assegurem bom desempenho acadêmico e que os professores acolham maior número de orientados no programa. “Dos 1.257 trabalhos inscritos nesse ano, 955 são de bolsistas do Pibic. Nosso desafio é atrair para o Congresso também os estudantes de iniciação científica com bolsas da Fapesp, que são da ordem de 500 na Unicamp. Embora a participação seja obrigatória apenas para o sistema Pibic, trata-se de um evento que se propõe justamente a apresentar toda a diversidade de trabalhos, independentemente da fonte de financiamento”.
O pró-reitor de Pesquisa reitera que a Unicamp considera fundamental envolver seu aluno com a pesquisa científica ou tecnológica desde a graduação, tornando-o participante ativo do processo de geração de conhecimento e inovação. “Esse envolvimento complementa – e muito – a formação dada nas salas de aula e laboratórios didáticos, dando ao estudante autonomia de trabalho e autoconfiança. Esta inserção é muito valorizada nas melhores universidades de ensino e pesquisa do mundo e o Brasil possui uma política de iniciação científica bem consolidada”.
Dentro do propósito de tornar o Pibic mais atraente para os graduandos, Ronaldo Pilli adianta que a Universidade estuda oferecer benefícios complementares para os bolsistas Pibic a fim de compensar a pequena diferença entre os valores da bolsa do CNPq e da Fapesp. “Como esse complemento não pode ser monetário, uma ideia é financiar a participação do bolsista Pibic em congressos nacionais. Não queremos apenas aumentar o total de bolsas institucionais, mas também ter alunos mais motivados e qualificados, que façam jus ao que a sociedade neles investe através do CNPq”.
Além das bolsas tradicionais da cota Pibic, foi lançado em agosto de 2009 um piloto do Pibic nas Ações Afirmativas, destinado a alunos que ingressaram nas instituições beneficiados por medidas de inclusão associadas ao vestibular. Neste âmbito, a Unicamp possui o bem sucedido Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais), em que soma 30 pontos à nota final dos estudantes que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas, e mais 10 pontos caso eles se autodeclarem pretos, pardos e indígenas. Por conta disso, recebeu 20 bolsas do Pibic/AF, havendo a expectativa de alcançar 40 neste segundo ano.
Novidades
Uma novidade anunciada por Ronaldo Pilli para o 18º Congresso é a apresentação de trabalhos de participantes do Programa de Iniciação Científica Júnior (PICJr), outra parceria da Unicamp com o CNPq. O PICJr é voltado para alunos do ensino médio da rede pública, que durante um ano podem participar de pesquisas em laboratório nas áreas de Ciências Humanas, Artes, Ciências Exatas e da Terra, Tecnologias e Engenharias, Ciências Biológicas e da Saúde. “São cerca de 20 estudantes convidados a apresentar os resultados das atividades que concluíram no primeiro semestre de 2010. O PICJr tem 120 bolsistas do CNPq e pleiteamos uma cota maior para o próximo ano, pois a procura por parte do ensino médio é bastante grande”.
Outra novidade, acrescenta o pró-reitor, vai a ser contribuição de aproximadamente 300 pós-graduandos na avaliação dos trabalhos expostos no Congresso de Iniciação Científica. Eles são bolsistas do Programa de Estágio Docente (PED), criado pela Unicamp para qualificar os alunos da pós-graduação para além da atividade de pesquisa, ao permitir que assumam uma carga didática integral ou parcial na graduação. “Tradicionalmente, convidamos um comitê externo – formado por bolsistas de produtividade do CNPq nas diferentes áreas – para eleger os 20 melhores trabalhos do Congresso. A esses alunos premiados, a Universidade oferece ajuda de custo para que participem e apresentem seus trabalhos na reunião anual da SBPC. Os bolsistas do programa PED auxiliarão na seleção dos trabalhos que receberão menção honrosa”.
Ronaldo Pilli lembra que os participantes do 18º Congresso Interno concorrem ainda ao Prêmio Inova Unicamp de Iniciação Científica, criado com o intuito de valorizar o desenvolvimento de inovações que podem gerar benefícios para a sociedade. O potencial de inovação dos trabalhos expostos será avaliado pela equipe de Propriedade Intelectual da Agência de Inovação Inova Unicamp. “O Prêmio Inova ganhou maior significado, agora que o CNPq destinou uma cota também para pesquisas de iniciação científica em inovação tecnológica, o programa Pibiti”.
Uma última novidade diz respeito à forma de exposição dos painéis na quadra do Ginásio Multidisciplinar, que deixa de ser geral. Devido ao aumento do número de inscritos, a apresentação será dividida por áreas do conhecimento: no dia 22 de setembro, das 15h30 às 17h30, os trabalhos de Exatas, Tecnológicas e do PICJr; e no dia 23, no mesmo horário, os pôsteres de Artes, Biológicas e Humanas. A cerimônia de abertura será no Centro de Convenções, às 14h30 do dia 22, seguida de apresentação artística.
Das eleições à higroeletricidade
Do total de 1.257 trabalhos expostos no 18º Congresso Interno de Iniciação Científica, 350 são da área de Tecnológicas, 326 de Ciências Biológicas, 281 de Ciências Humanas, 211 de Ciências Exatas e 70 de Artes, havendo ainda 19 painéis de participantes do PICJr. Em 2010, a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) recebeu 1.371 inscrições junto ao Programa Integrado de Bolsas de Iniciação Científica – englobando o Pibic/CNPq, Pibic/Ações Afirmativas e as bolsas pesquisa do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE).
Em Biológicas, o visitante poderá ver trabalhos como de Juliana Karasawa Vieira de Souza, orientada da professora Carmen Veríssima Ferreira, do Instituto de Biologia, que analisou formulações para liberação intracelular eficiente do RNA de interferência. A utilização do iRNA surge como estratégia terapêutica promissora de tumores resistentes a quimioterápicos.
Higroeletricidade foi o tema escolhido pelo bolsista Luis Henrique Simões na área de Exatas. Sob orientação do professor Fernando Galembeck, do Instituto de Química, ele seguiu a hipótese de que a adsorção de vapor de água pode carregar ou descarregar eletricamente materiais metálicos e condutores eletricamente isolados, da mesma forma que provoca a carga e descarga de isolantes. A conclusão foi de que é possível capturar eletricidade de atmosferas úmidas utilizando metais.
Na área de Tecnológicas, Rodrigo Barroso de Matos, orientado pela professora Katia Tannous, da Faculdade de Engenharia Química, realizou estudos de caracterização do bagaço da cana, subproduto da indústria sucroalcooleira que tem grande potencial energético. Ele analisou teores de umidade, materiais voláteis, cinzas e carbono fixo, num levantamento amplo das características do bagaço que pode contribuir para a otimização dos processos industriais de geração de energia.
“Fotoetnografia a pé: romaria de Cambuí (MG) até Aparecida (SP)” é o título do painel de Douglas Tadeu Lambert de Oliveira, que teve a orientação do professor Fernando de Tacca, do Instituto de Artes. O objetivo do bolsista foi criar uma narrativa fotográfica sobre a romaria religiosa a pé que ocorre anualmente da cidade do extremo sul de Minas até o santuário no Vale do Paraíba.
Há um trabalho de Humanas que traz o assunto do momento: “O sistema partidário e as eleições presidenciais (1994-2002): as bases institucionais de Fernando Henrique e Lula”. Orientado pela professora Rachel Meneguello, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Fernando Augusto Bizzarro Neto analisou as coligações nas eleições para presidente no período, verificando que as candidaturas com maior força tinham também mais apoio entre governadores, no Congresso, nas assembleias e nos municípios.
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