Edição nº 621

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 30 de março de 2015 a 12 de abril de 2015 – ANO 2015 – Nº 621

Alunos começam curso de mandarim na Unicamp

Instituto Confúcio será oficialmente inaugurado no próximo dia 22

Ideograma na primeira  aula do curso iniciado  dia 24: 50 horas semanais e o professor Walter Belik, diretor brasileiro do IC: “O curso deve atrair  atenção ainda com o seu desenvolvimento”Ao serem indagados por curiosos sobre o local do primeiro dia de aula de mandarim, no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, três estudantes que passavam diante da sala de aula em que seria realizado o curso, não somente se interessaram pela novidade como entraram na sala para assistir à aula de mandarim. Trata-se de um curso de extensão para a comunidade desta Universidade e para a comunidade externa. São três aulas por semana em seis níveis somente no curso básico, perfazendo 50 horas semestrais. A vantagem para aqueles que são da Unicamp é que o curso é gratuito. Para os de fora, o curso está sendo oferecido ao custo de 160 reais.

Este é o primeiro curso de mandarim ministrado na Unicamp em iniciativa conjunta com o Instituto Confúcio (IC), envolvendo a Beijing Jiaotong University. Também é ofertado em outros Confúcios espalhados pelo Brasil. Em São Paulo, por exemplo, o Instituto está presente na Unesp, onde soma mais de 600 alunos, e na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), onde chega a 200 alunos. “Estamos otimistas com o curso da Unicamp e imaginamos que ele deve atrair mais atenção ainda com o seu desenvolvimento”, enfatiza o docente do Instituto de Economia (IE) Walter Belik, diretor brasileiro do IC. Da parte chinesa, a atual diretora do IC, a professora Gao Hongyan, deu as boas-vindas aos alunos no IEL no último dia 24, a maioria composta de estudantes da Unicamp.

Bárbara Bonfim, 17 anos, primeiranista do curso de engenharia de alimentos, conta que fez mandarim em São Paulo. Como parou e não teve mais contato com a língua, fica com receio de esquecê-la. “Essa oportunidade da Unicamp vem a calhar”, retrata a estudante. Ela revela que se interessou pelo mandarim meramente pelo conhecimento de uma nova língua e que a sua maior dificuldade (e que deve ser a dos alunos também) é a identificação dos ideogramas. “Se errar um, o significado muda completamente”, mencionou. Agora Bárbara planeja se comunicar com os chineses nas redes sociais.

Por outro motivo, mas também pelo interesse no mandarim, o pós-graduando Vagner Andrade foi levado a buscar o estudo do mandarim. Vagner, que faz doutorado em ensino e história de ciências da terra, explica que gosta da China e que pretende desenvolver sua pesquisa lá por meio de um doutorado-sanduíche. Estava ansioso pela primeira aula, ministrada pela professora chinesa Wang Li. Tanto Bárbara quanto Vagner se juntaram a 20 alunos inscritos numa das três turmas do curso, que ainda mantém inscrições abertas aos interessados.

Segundo Belik, a China é subavaliada em termos de importância para o Brasil, do qual é o primeiro parceiro comercial. “Sabemos pouco dessa cultura. As notícias que chegam de lá em geral vêm através das agências internacionais. A recíproca é a mesma, da China em relação ao Brasil. Logo, a ideia é estreitar os laços entre os dois países”, comenta. “Como essa é uma instituição universitária, então nos interessa muito consolidar as nossas relações culturais e acadêmicas.”

Belik pontua que as empresas chinesas têm chegado mais intensamente ao Brasil e que por essa razão o Instituto Confúcio deve aproveitar a sua capacidade empresarial na região de Campinas. Ele destaca a necessidade que o Brasil tem de conhecer melhor os costumes chineses e o modo de se relacionar com a China nos negócios. “Estamos falando de um país com uma tradição de mais de 3 mil anos e com uma população superior a 1 bilhão e 300 milhões de habitantes”, acentua.

No dia 22 de abril, será inaugurado oficialmente o Instituto Confúcio na Unicamp. “O curso de mandarim começou um pouco antes”, afirma Belik. No dia da inauguração, a Unicamp receberá uma grande delegação, de 22 estudantes, da Beijing Jiaotong University. Eles virão acompanhados de dois docentes daquela instituição. Será uma nova etapa na relação com o Instituto Confúcio. De 22 a 24 de abril estará ocorrendo então no campus de Campinas uma semana cultural chinesa, com apresentação de filmes, teatro, debates e gastronomia, entre outras atividades programadas.