Edição nº 621

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 30 de março de 2015 a 12 de abril de 2015 – ANO 2015 – Nº 621

O papel social das sinfônicas

Fórum reúne maestros, compositores e gestores

Cinthia Alireti,  maestrina da Unicamp:  “Existe muita curiosidade sobre como se organiza uma orquestra”“Gestão orquestral e compromisso social” foi o tema do primeiro evento proposto pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ceddic) da Unicamp dentro dos Fóruns Permanentes organizados pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU). O fórum reunindo importantes maestros, compositores e gestores para discutir questões de planejamento artístico e administrativo, bem como os novos papéis das orquestras sinfônicas na sociedade atual, aconteceu no último dia 24 no Centro de Convenções. Além dos mais de 90 inscritos, um público bem mais amplo pôde acompanhar as discussões graças à transmissão ao vivo pela RTV Unicamp para os campi e pela Internet para outras partes do país.

Segundo os organizadores, o tema do fórum se justifica plenamente diante do aumento da profissionalização de músicos e gestores da área artística, o que resulta numa melhoria na qualidade dos eventos; e também porque as instituições sinfônicas têm se mostrado cada vez mais ativas no desenvolvimento de programas educativos e sociais, auxiliando na melhoria da condição sociocultural de moradores da periferia, ao mesmo tempo em que amplia o alcance da música erudita.

Cinthia Alireti, maestrina da Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) e idealizadora do fórum, adiantou que seriam discutidas questões que não se aprende na escola, apenas no dia a dia das orquestras. “Existe muita curiosidade sobre como se organiza uma orquestra e como se lidera projetos para a melhoria social na região em que vivemos. Além das dificuldades administrativas e de planejamento artístico, são desenvolvidos projetos de médio e longo prazo voltados a educação musical, formação de público e inclusão de crianças de áreas carentes. Um exemplo são as chamadas orquestras sociais, em que se ensina sobre determinados instrumentos até termos a orquestra montada. É uma forma de conectar essas crianças e trazê-las para o nosso mundo.”

Claudiney Carrasco, professor do Instituto de Artes (IA) da Unicamp e atual secretário municipal de Cultura de Campinas, participou da primeira mesa-redonda do dia, sobre “Projetos sociais e educação musical”. “A educação é o ponto central da discussão, mas vou procurar fazer uma ligação com a gestão da Orquestra Sinfônica de Campinas, que atua em várias ramificações como de formação de público e concertos didáticos em escolas, além de se apresentar nos bairros e trazer aquelas populações para seus espetáculos. Partindo daí, sofisticamos a atuação em projetos efetivamente educativos, como a Escola de Música, agora reaberta, tendo como professores os estagiários do Departamento de Música da Unicamp.”

Além de Claudiney Carrasco e de Cinthia Alireti como mediadora, a primeira mesa teve a participação de Adriana Schincariol, da Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP Tom Jobim), e de Edson Leite, diretor da Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP). A mesa sobre “Formação de público e difusão da música contemporânea”, mediada por Denise Garcia, diretora do Ceddic, teve como debatedores o maestro Antônio Borges-Cunha, diretor artístico e regente da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro (Porto Alegre, RS); e o professor e compositor Leonardo Martinelli, da Faculdade Santa Marcelina e também diretor de formação da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.

A última mesa, que tratou de “Programação de temporadas artísticas”, foi mediada por Parcival Módolo, regente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, e teve como debatedores: Jamil Maluf, fundador da Orquestra Experimental de Repertório e regente titular da Orquestra Sinfônica de Piracicaba; Victor Hugo Toro, regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Campinas; Lutero Rodrigues, regente titular da Orquestra Acadêmica da Unesp; e Abel Rocha, regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Santo André.