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NAS BANCAS

Pesquisa da FCM detecta disfunção em
hipertensos resistentes a medicamentos

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A farmacêutica Leoní Adriana de Souza, autora da tese, observa exame em centro de saúde: testes com 86 pessoas (Foto: Antoninho Perri)Estudo desenvolvido pela farmacêutica Leoní Adriana de Souza constatou uma disfunção nas paredes internas do vaso sanguíneo – denominada endotélio venoso – em pacientes hipertensos refratários, ou seja, aqueles que são resistentes a três ou mais classes de medicamentos anti-hipertensivos. O dado, descrito pela primeira vez na literatura, significa que dependendo do grau de severidade dos níveis pressóricos, o paciente terá ainda mais riscos de ser acometido por acidente vascular cerebral e infarto ou outras morbidades do gênero.

“Até então, os estudos concentravam-se no nível das artérias – e não no endotélio venoso – em pacientes hipertensos refratários, uma vez que as técnicas para se chegar aos resultados no leito venoso são extremamente complexas. É invasivo e difícil encontrar voluntários que se sujeitem aos testes. Neste sentido, o estudo é único por descrever um mecanismo até então desconhecido neste grupo de pacientes”, atesta Adriana, que defendeu tese de doutorado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM).  

O hipertenso resistente ou refratário é aquele que possui níveis altos de pressão arterial e, dificilmente, consegue mantê-los controlados com as classes de medicamentos existentes no mercado. O paciente não chega a uma pressão de 120x80, por exemplo, e sempre se mantém acima de 140x90.

Na pesquisa orientada pelo professor Heitor Moreno, Adriana fez testes em 28 pacientes hipertensos resistentes, que não conseguiram controlar a pressão, 33 caracterizados como hipertensos controlados e outros 25 como normotensos para se ter um grupo controle. Todos se submeteram ao exame da técnica da veia dorsal da mão e do endotélio arterial pela vasodilatação mediada pelo fluxo.

Os resultados mostraram que existem alterações funcionais do endotélio venoso em hipertensos refratários em relação aos normotensos. O que surpreendeu na pesquisa, segundo Adriana, é que essas mesmas alterações também estão presentes nos pacientes com a pressão controlada. Isto porque esses pacientes, muitas vezes, realizam tratamentos de controle há vários anos. A farmacêutica afirma que esta disfunção se trata de um comprometimento irreversível, podendo apenas ser amenizada com terapêuticas, pois os hipertensos possuem as paredes dos vasos enrijecidas e difíceis de serem dilatadas para a passagem do sangue.   

 
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