Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 

 

Fórum de Extensão discute violência

A psicóloga Patrícia Constantino, pesquisadora da Fiocruz: “Precisamos saber que armas mais pesadas não apenas vitimizam, mas matam” (Foto: Antoninho Perri) 12/11/2008 – A psicóloga Patrícia Constantino, pesquisadora do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde (Claves) da Fiocruz, afirmou nesta quarta-feira, no Fórum Permanente de Extensão Universitária, no Centro de Convenções da Unicamp, que 90% dos casos de violência que chegam à área da saúde podem passar despercebidos. “Mas outros 10% são incontestes, tratando-se de expressões clássicas relacionadas às queimaduras e fraturas”, contou.
Patrícia trabalha há 18 anos com a questão da violência na saúde. Segundo ela, a Fundação Oswaldo Cruz criou um  centro para discutir o tema por entender que em dado momento ela deve chegar à saúde, trazendo as vítimas. A Fiocruz no Rio de Janeiro, conta ela, fica situada entre favelas e pode ser um importante alvo na guerra do narcotráfico.

Em sua opinião, não se pode ignorar atualmente que o poder letal está se tornando maior. “Se hoje comemoramos menos vítimas por armas de fogo, por outro precisamos saber que armas mais pesadas não apenas vitimizam, mas matam. E os casos nem chegam a ter socorro ou notificação. Trata-se de um armamento de guerra”, lamentou.  Por conta disso, a sociedade está mudando e, quando muda, pressiona para atitudes diferentes: “é intervir, mas também se proteger, sem buscar sentimentos pequenos de se esconder”.

Uma das possibilidades, de acordo com Patrícia, é unir-se às redes de ajuda disponíveis e fortalecê-las no meio acadêmico, falando sobre o assunto. A psicóloga, que é doutora em saúde pública, aponta como marcos decisivos para a formação das primeiras redes o movimento dos pediatras americanos, das décadas de 50 e 60, que observavam estórias mal-contadas pelos pais sobre algumas lesões de seus filhos, instante em que foi adotada metodologia apropriada para avaliação dos casos suspeitos; o movimento feminista, da década de 80, que clamava por igualdade de direitos; e as conquistas advindas dos Estatutos da Criança e do Adolescente, além do Estatuto do Idoso, promulgado em 2003.
A pobreza, relatou Patrícia, pode potencializar a violência, mas a violência também está nas camadas mais altas da população. Ela também constatou, na prática profissional, que esta é uma das formas de comunicação de muitas famílias. “E o pior é que muitas das vítimas nem entendem a dimensão desta relação e muitas ações são feitas, porém muito aquém do esperado.”

O atendimento burocrático, pontua Patrícia, não é o que se espera dos profissionais de saúde. “Precisamos enxergar o agressor e acompanhá-lo ao longo do processo de punição e depois, tentando impedir a reprodução da violência”, pontuou. O Fórum de Extensão, promovido pelas Coordenadorias Geral da Universidade (CGU)  e de Relações Institucionais e Internacionais (Cori), foi organizado pelos Serviços Sociais do HC e Caism.

(Isabel Gardenal)


 

 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP