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Consu realiza sessão solene
pelos 45 anos da Unicamp

Reitor, ex-reitores e autoridades participam de evento no Centro de Convenções

LUIZ SUGIMOTO

A Unicamp comemorou oficialmente seus 45 anos com uma sessão solene do Conselho Universitário, na noite do último dia 5, com a presença de inúmeras autoridades no Centro de Convenções. A Universidade, ainda que jovem, já pertence a um grupo de instituições cuja atuação traz contribuição indiscutível à sociedade, tendo ampliado significativamente, ao longo desse período, todos os seus indicadores de produtividade acadêmica e mantendo-se fiel ao modelo implantado por seu fundador, Zeferino Vaz.

Em seu discurso, o reitor Fernando Costa manifestou sua satisfação e orgulho por estar à frente da administração da Unicamp nesta data. “Os dirigentes têm um papel importante, mas a direção da Universidade é sempre dada, nos últimos trinta anos, por seu órgão colegiado maior, que é este Conselho Universitário. É um órgão importante e que tem contribuído de maneira fundamental para o que a Unicamp é hoje, consolidada como um dos principais centros brasileiros de formação de pessoas e produção científica de qualidade”.

O professor Edgar Salvadori De Decca, coordenador-geral da Universidade, lembrou que em 1966, ano da fundação, optou por ingressar no curso de física da USP e, por coincidência, alguns dos seus primeiros professores e mesmo veteranos que lhe aplicaram trotes, vieram formar o Instituto de Física da Unicamp. “O interessante é que aquela escolha se mostrou muito distinta quando, em 1977, vim ao gabinete do reitor Zeferino Vaz, junto com o professor João Manuel Cardoso de Mello, assinar o contrato como docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Só tenho a agradecer à Universidade por essa trajetória que aqui vivi”.

O professor José Tadeu Jorge, um dos ex-reitores que compuseram a mesa, afirmou que a Unicamp foi um projeto bem sucedido por conta das pessoas, a começar pela sociedade de Campinas que travou uma batalha imensa para ter uma universidade, intuindo que havia necessidade de um centro de referência para que a cidade avançasse e tivesse destaque no cenário nacional. “O projeto acabou caindo nas mãos do professor Zeferino Vaz, que estabeleceu princípios de um modelo de universidade que hoje sabemos vitorioso, com uma visão muito à frente do que se pensava para o ensino superior no Brasil em 1966”.

Outro ex-reitor, Carlos Henrique de Brito Cruz, atualmente diretor-científico da Fapesp, coloca a Unicamp entre as melhores universidades do mundo, apesar de tão jovem. “Todas as outras instituições que integram estes rankings têm muito mais idade e, em 45 anos, a comunidade da Unicamp conseguiu desenvolver e estabelecer uma universidade com grande intensidade de pesquisa, um corpo docente extremamente qualificado e que forma e atrai estudantes muito bons. Seu desafio, hoje, é da internacionalização, conectando-se mais intensamente com as melhores universidades do mundo, o que requer uma ação da administração e dos professores na busca de oportunidades de colaboração internacional”.

O reitor da USP, professor João Grandino Rodas, disse que fez questão de estar presente à cerimônia por considerar a criação da Unicamp um milagre, fruto de um espírito inovador. “Vivíamos numa época difícil, de monopólio de uma única universidade no Estado de São Paulo e com dificuldade de se encontrar pessoas que deixassem a inércia de lado e ousassem. Zeferino Vaz fez isso, mas não sozinho: muitos que começaram com ele estão aqui nessa mesa. Se criar a universidade foi algo estonteante, o que fez a Unicamp em 45 anos nenhuma outra instituição fez no Brasil até hoje. Nós da USP gostaríamos que a Unicamp não deixe de ter aquele fervor inicial”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nelson Ayres e sua orquestra
de alunos abrem as comemorações

O belo espetáculo da jazz sinfônica montada por Nelson Ayres, com alunos do Departamento de Música do Instituto de Artes (IA), deu o tom da intensa programação artístico-cultural aberta no último dia 3 para comemorar os 45 Anos da Unicamp. Convidado a dar aulas de arranjo e orquestração como artista residente no primeiro semestre, o maestro e pianista incluiu no projeto a organização de uma orquestra enriquecida por instrumentos de uma Big Band. O projeto resultou neste concerto em que Ayres adaptou composições e arranjos que fez para o balé “O Grande Circo Místico”, de Edu Lobo e Chico Buarque, e originalmente executados pela Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.
“Essa experiência com estudantes foi muito instrutiva para mim, além de eu ter feito muitos amigos, que é o que mais me importa. Fico ainda mais feliz porque a orquestra montada no projeto vai se tornar parte do currículo, ou seja, o aluno vai ganhar créditos ao participar dela”, festejava Nelson Ayres, elogiando o fato de a Unicamp ter criado o primeiro curso de música popular da América Latina. A propósito, o professor Esdras Rodrigues, diretor do IA, esclareceu que a nova disciplina começa a valer já a partir do próximo semestre. “Vai ser um tópico especial na área de música, como de jazz sinfônica, envolvendo arranjos já existentes ou escritos para esse tipo de formação em oficinas de música popular”.

A cerimônia de abertura das comemorações dos 45 Anos da Unicamp foi presidida pelo professor Edgar De Decca, coordenador-geral da Universidade, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Tendo acompanhado tanto o crescimento da Unicamp como da cidade de Campinas, ele ressaltou a importância histórica deste aniversário. “Campinas ganhou uma dimensão inusitada com a criação da Universidade. A cidade foi sede importante na implantação do regime liberal, democrático e republicano no Brasil. E a Unicamp, criada justamente no período em que vigia a ditadura militar, assumiu desde o início uma posição firme na defesa dos princípios de cidadania, da democracia e dos direitos humanos”.

De Decca acrescentou que a sua geração, particularmente, tem uma dívida ainda maior para com a Unicamp e com lideranças como o fundador Zeferino Vaz, que visitou os porões da ditadura para defender professores que expunham suas ideias. “Além de nos oferecer a oportunidade de crescer em termos de pesquisa, conhecimento e ensino, a Universidade nos ensinou a sermos cidadãos, honrando os princípios da ética”.

Para falar dos 45 anos da Universidade, a organização convidou o professor João Frederico da Costa Azevedo Meyer, o Joni, que fez parte da primeira turma de alunos e também guarda experiências como militante estudantil e sindical, como funcionário administrativo e como professor. (L.S.)

 

QS coloca Universidade
como a 3ª melhor da AL

A Quacquarelli Symonds, que produz o ranking TopUniversities, divulgou no último dia 4 o primeiro QS University Rankings Latin America, em que a Unicamp aparece em terceiro lugar, com a USP na primeira colocação e a Pontifícia Universidade Católica do Chile na segunda. “A Unicamp está justamente na posição que era da nossa expectativa, ou seja, assegurada entre as três principais da América Latina”, afirma o professor Edgar Salvadori De Decca, coordenador-geral da Universidade.

O ranking traz oito universidades brasileiras entre as 20 melhores da região e, dentre as 200, 65 são do Brasil. A USP recebeu 100 de pontuação; a Católica do Chile, 99.6; e a Unicamp, 94.7. A Universidade do Chile (4ª colocada) tem 94 e a Universidade Nacional Autônoma do México (5ª), 92.1. A partir daí, há uma queda acentuada na pontuação das demais instituições. “A QS promoveu modificações em relação ao peso dos itens avaliados, como de reputação e de citação por docentes. Isso provocou um realinhamento das universidades, a ponto de a Autônoma do México, que estava à nossa frente no ranking internacional, aparecer atrás de nós na América Latina”, observa De Decca.

Na opinião do coordenador-geral, se os mesmos critérios fossem utilizados para o ranking TopUniversities, a Unicamp também mudaria de posição. “De qualquer maneira, nossa expectativa se confirma, sendo que os números revelam que ainda temos muito a percorrer e melhorar nosso desempenho. Um fator extremamente positivo é que o Brasil tem 65 universidades entre as 200 primeiras, o que indica a melhoria do país em termos de investimento no ensino superior, titulação e inserção de trabalhos em nível internacional”.

Comentando o ranking para a América Latina, a QS observa que os resultados refletem os novos dados publicados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em setembro deste ano, apontando que a proporção do PIB investido em educação cresceu muito mais no Brasil do que em qualquer outro país filiado à entidade. “As matrículas triplicaram na última década e o ranking QS demonstra como o Brasil tem priorizado a pesquisa”, atesta Danny Byrne, editor da TopUniversities. (L.S.)




 
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Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
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