Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) inicia na próxima
quarta-feira (dia 31), a transferência para o Cemitério
do Araçá, em São Paulo, das ossadas
encontradas no Cemitério de Perus e que estavam
sob a guarda da Universidade nos últimos dez anos.
Serão levados para a Capital, num primeiro momento,
cerca de 40 restos mortais.
O
cronograma de translado do restante do acervo será
definido posteriormente, conforme as condições
operacionais do cemitério. Desde janeiro deste
ano, todo o material se encontra à disposição
da Prefeitura de São Paulo. A transferência
só não foi realizada antes porque a própria
Administração Municipal pediu um tempo para
se preparar para receber as ossadas, sob a justificativa
de que acabara de tomar posse.
Todo
o acervo foi devidamente catalogado e acondicionado, de
modo individual, em caixas plásticas. O procedimento
atende aos mais rígidos critérios técnicos.
Das ossadas que ficaram sob a guarda da Unicamp, oito
foram encaminhadas em dezembro do ano passado ao Instituto
Médico Legal (IML) da Capital, que retomou o processo
de tentativa de identificação. Os trabalhos
estão sendo coordenados pelo perito Daniel Munhoz.
O especialista, inclusive, já apresentou algumas
conclusões preliminares às autoridades,
familiares de desaparecidos políticos e imprensa.
Tais análises reforçaram a posição
dos peritos da Universidade, que apontaram a impossibilidade
da identificação de algumas dessas ossadas.
A
Unicamp iniciou o processo de identificação
das ossadas em 1990 e o encerrou em 1997. Nesse período,
os peritos da Universidade identificaram sete desaparecidos
políticos, número extremamente significativo
diante da complexidade do trabalho, do precário
estado de conservação do acervo e da falta
de dados confiáveis para confronto. Não
há, na literatura mundial, registro de um feito
semelhante. Ao longo do trabalho, a Unicamp não
mediu esforços técnicos, financeiros e institucionais
para chegar a este resultado. O processo só não
pôde avançar mais porque os especialistas
esgotaram todas as possibilidades técnicas para
se chegar a novas identificações.
Coordenada
pela Comissão de Perícias da Unicamp, a
transferência das ossadas será feita por
volta das 7h do dia 31 de maio. Às 9h30, será
realizado um ato público no columbário do
Cemitério do Araçá, que contará
com a presença de representantes da Universidade,
Secretaria de Segurança Pública, Assembléia
Legislativa, Câmara de Vereadores de São
Paulo, Igreja, entidades de defesa dos direitos humanos
e familiares de desaparecidos políticos.
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...ADMINISTRAÇÃO |
Archimedes
é o novo diretor do IG
O
professor Archimedes Perez Filho assume o cargo como
novo diretor diretor do Instituto de Geociências,
em substituição ao professor Newton Muller
Pereira. A solenidade de posse ocorreu na última
sexta-feira (18), no auditório da Biblioteca
Central e contou com a presença do reitor da
Universidade, professor Hermano Tavares, do ex-diretor
Newton Muller Pereira e de Roberto Perez Xavier, docente
que, por indicação de Archimedes, continua
atuando como diretor-associado daquele instituto. Ambos
devem permanecer à frente da administração
daquela unidade até o ano de 2005.
O
reitor Hermano Tavares salientou que conhece o professor
Archimedes há mais de vinte anos, elogiou o seu
espírito determinado frente à unidade,
e classificou o IG como audacioso e competente, características
que o fazem modelo dos cursos de graduação
na Universidade. O professor Newton lembrou que
nos últimos tempos o IG tem passado por uma série
de mudanças e inovações. Uma delas
foi a criação do curso Ciências
da Terra modalidades geologia e geografia. Mudou
seu quadro de funcionários ou os funcionários
mudaram suas funções, e agregou dez novos
docentes, salientou. Em seu discurso de despedida,
disse que não chegou a concluir tudo o que almejava,
e que não pretendia fazer um balanço de
sua gestão naquele momento, voltado mais
para o novo do que para o passado, e o novo é
o diretor hoje empossado, assinalou.
Archimedes
vai administrar uma unidade com 430 alunos, 250 dos
quais de graduação e cerca de 170 dos
cursos de pós-graduação. Até
1997, o IG era um Instituto conhecido pela excelência
de seus cursos de pós. No início do ano
seguinte, começou uma nova atividade na unidade
que certamente será priorizada na nossa
administração. A infra-estrutura, a necessidade
de instalações mais adequadas para o funcionamento
dos cursos, como a necessidade da complementação
de alguns docentes em áreas específicas
nos faz crer que tenhamos quatro anos de desafios para
que realmente possamos atingir os objetivos propostos,
salienta o novo diretor do IG.
Quanto
às pesquisas Archimedes explicou que será
dada especial atenção às linhas
existentes hoje no Instituto, de forma a redirecionar
alguns programas da pós. Estamos nos esforçando
nesses últimos três anos para encontrar
uma nova situação mais adequada, não
apenas sob o ponto de vista administrativo, mas sem
dúvida que levem à incorporação
e à discussão de novas linhas de pesquisa,
tanto na área de geologia quanto na de geografia,
revela o professor.
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