urora
ou crepúsculo? Foi com esse dilema, proposto pela
historiadora francesa Danielle Tartakowsky, que a Comuna
de Paris, uma das mais originais experiências da
luta operária no mundo, começou a ser debatida
na Unicamp. Com a conferência A Historiografia da
Comuna de Paris, Danielle, pesquisadora da Universidade
de Sorbonne, abriu o evento internacional 130 anos da
Comuna de Paris (1871-2001), promovido, no último
dia 22, pelo Centro de Estudos Marxistas (Cemarx), do
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH),
em parceria com a Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural/PREAC-Unicamp,
Secretaria de Cultura de Campinas e outras entidades.
Estudiosa
das manifestações de rua da sempre vanguardista
Paris, Danielle se baseou em um amplo leque de abordagens
históricas e políticas para provocar no
público a reflexão sobre todos os possíveis
significados daquele episódio, considerado a última
grande insurreição do século 19.
Apesar de sua duração fugaz, o feito dos
comunardos se inscreve, para determinadas correntes de
pensamento, como marco para o movimento socialista moderno.
Outros autores, no entanto, vêem a Comuna muito
mais como o estertor das manifestações radicais
democráticas, pois a sua aniquilação
teria sido o massacre inaugural que permitiu
a consolidação da República conservadora,
capacitada para, a partir do exemplo do fracasso
dos insurgentes de 1871, sufocar as subseqüentes
tentativas de insurreições.
O
levante de Paris, porém, mereceu outros enfoques
ao longo das mesas-redondas, coordenadas por pesquisadores
brasileiros e franceses (caso de Claude Willard, historiador
e presidente da associação Les Amis de la
Commune). Houve espaço para a discussão
das lições herdadas pelo movimento dos trabalhadores,
as repercussões da Comuna no Brasil, a participação
das mulheres no episódio etc.
Na
encerramento, a orquestra Sinfônica da Unicamp e
o Coral Zíper na Boca executaram peças musicais
relativas às heróicas barricadas parisienses
de 1871. E as comemorações prosseguem até
o final do mês, com uma mostra iconográfica
no hall da Biblioteca do IFCH.
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...EVENTO |
IFCH
promove palestras
sobre a filosofia de Kant
Nos
próximos dias 11 e 12 de junho, no auditório
do IFCH, será realizado o Colóquio Kant
- Problemas da filosofia prática em Kant, com
a participação de professores e pesquisadores
de diversas universidades brasileiras. O evento é
aberto a toda a comunidade universitária. A promoção
é do Departamento de Filosofia do IFCH, programa
de Pós-Graduação em Filosofia.
O colóquio vai discutir uma série de temas
relacionados ao pensamento do alemão Emmanuel
Kant (1724-1804), um dos principais filósofos
que discutem a ética. Para Kant, ética
é a obrigação de agir segundo regras
universais com as quais todos concordam. O reconhecimento
dos outros homens é o principal motivador da
conduta individual.
Programa
Dia 11 (segunda-feira),
11 horas, abertura, seguida da palestra Autonomia, sentimento
de respeito e direito, pelo professor José Heck
(UFG). Às 14 horas, palestra, Alguns problemas
da semântica kantiana na Doutrina do Direito,
pelo professor Zeljko Loparic (Unicamp); às 17
horas, Paz perpétua ou tribunal do mundo, pelo
professor Marcos Lutz Muller (Unicamp).
Dia 12 (terça-feira),
às 9h20, palestra sobre Direito positivo e direito
racional, pelo professor Ricardo Terra (USP). Às
11 horas, sessão de comunicações
com a participação dos professores Daniel
Perez e Rodrigo Selema. Às 114h30, Reunião
da seção de Campinas SKB. Às 15
horas, palestra sobre Problemas da teoria do direito
de Kant, pelo professor Giacóia, e em seguida
a palestra do professor Valério Rohden, Finitude
e autonomia.
Dia
13 (quarta-feira), a partir das 14h30, na
sala da Congregação, prédio da
pós, o IFCH dá continuidade aos seminários
que promove internamente, com o tema Por que,
segundo Aristóteles, o tempo não pode
ser lento ou rápido, ministrado pelo professor
João Quartin de Moraes, do IFCH.
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