Aproximadamente
30% das crianças nas primeiras séries escolares apresentam
distúrbios de aprendizagem, sem que isso, no entanto, decorra de problemas
mentais. Estes distúrbios tanto podem estar ligados à programação
neurológica, como no caso das dislexias (incapacidade para ler compreensivelmente),
quanto a uma dificuldade escolar no método de ensino, por exemplo, que
constitui uma das problemáticas mais freqüentes hoje. Para esses
pacientes, a Unicamp está oferecendo um Ambulatório de Distúrbios
de Aprendizagem na área de neurologia. Nele tem havido importantes avanços
em termos de diagnóstico, tratamento e intervenção. Sua prática
tem sido levada às escolas estaduais de Campinas, onde são atendidas
mais de 2.800 crianças por ano. O trabalho básico consiste em realizar
o diagnóstico, relacionando a função cortical (funcionamento
do Sistema Nervoso Central) com a cognitiva. É
sobre parte desses distúrbios e a assistência integral ao paciente
que o XVI Congresso Brasileiro de Neurologia e Psiquiatria Infantil tratará
nos dias 5 a 8 de setembro, às 14 horas. Com o tema A Criança e
o Adolescente no Novo Milênio: Aspectos Interdisciplinares na Neurologia
e Psiquiatria, este é o primeiro Congresso Brasileiro do segmento a ser
sediado em Campinas, nas três salas do Centro de Convenções
e nas dependências do Instituto de Artes da Unicamp. A estimativa da organização
é atingir por volta de 600 participantes. Durante
o encontro, que reunirá 180 palestrantes, serão abordados os transtornos
da atenção, cujas pesquisas têm sido desenvolvidas por especialistas
da USP, da PUC-RS e da UFRS. Outro tema a ser debatido, e que na sociedade
atual ainda é vítima de preconceito, é a epilepsia. Esta
patologia vem alcançando notável desenvolvimento científico,
trazendo esperança sobretudo a pacientes que serão submetidos à
cirurgia por esta causa. A propósito, a Unicamp tem um dos maiores Ambulatórios
de Epilepsia na Infância do Brasil. A
principal finalidade do encontro é mostrar justamente esses progressos
e as pesquisas feitas no País em neurologia infantil, psiquiatria, transtornos
de conduta e de ansiedade, distúrbios de neurodesenvolvimento, neuropsicologia
e reabilitação, entre outros, dirigidos a profissionais da Saúde,
graduados ou não. Várias
atividades estão programadas, como a apresentação de trabalhos,
sendo que 330 já realizaram suas inscrições até o
momento. Nossa meta é atingir a interdisciplinaridade, olhando a
criança e o adolescente em seus múltiplos aspectos, pois, quem não
se enquadrar nesta filosofia, não conseguirá acompanhar os avanços,
que hoje são multidisciplinares, afirma a psicóloga Sylvia
Ciasca, uma das organizadoras do evento. As
inscrições podem ser feitas até o dia 24 de agosto e, depois
desta data, somente no local do evento. Demais informações podem
ser obtidas através dos telefones 9773-1882 (Dra. Sylvia) e 9116-0933 (Dra.
Ana Maria) ou do site www.psiqweb.med.br/abenepi/.
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