Unicamp Hoje - O seu canal da Noticia
navegação

Unicamp Hoje. Você está aquiAssessoria de ImprensaEventosProgramação CulturalComunicadosPublicações na Unicamp

ciliostop.gif (380 bytes)
Jornal da Unicamp

Assine o "Jornal da Unicamp"

Semana da Unicamp

Divulgue sua
pesquisa

Assine o "Semana"

Divulgue seu assunto

Divulgue seu evento

Outros Campi

Divulgue sua Tese

Cadastro de Jornalistas

Informações
para jornalistas


Mídias

Sinopses dos jornais diários

Envie dúvidas e sugestões

ciliosbott.gif (352 bytes)
Assessoria de Imprensa
ramais: 87018 e 87865
rcosta@obelix.unicamp.br

..Campinas , de 20 a 26 de agosto 2001

Eunicamp
Eunicamp
NESTA EDIÇÃO
.....Educação - pág.1 .....Eventos futuros - pág. 8
.....Tecnologia / Difusão - pág. 2.....Teses - pág. 8
.....Saúde / Breves - pág. 3.....Personagem - pág 9
.....Atendimento - pág. 4.....Literatura - pág 9
.....Painel da semana - pág. 5.....Mídia / Lançamentos - pág. 10
.....Em dia/Inscrições - pág. 6.....Reforma / Exposição - pág. 11
.....Oportunidades - pág. 7......Mestrado - pág. 12
 
...MESTRADO
Eunicamp

Tese questiona ditadura do corpo na dança
Eunicamp

A bailarina russa Natália Makarova tem o corpo ideal para a
dança, sob as considerações de coreógrafos, professores de
dança e até mesmo grande parte de bailarinos. As curvas e as coxas grossas, características marcantes na mulher brasileira, são o tormento, ou pelo menos foram, de artistas que pretendem exprimir seus sentimentos por meio da dança. Atualmente, a ditadura do corpo atinge também profissionais da moda e incomoda até mesmo cidadãos comuns que desejam manter um padrão estético imposto pela mídia.

A dissertação de mestrado “Essas bailarinas fantásticas e seus corpos maravilhosos: existe um corpo ideal para a dança?”, a ser apresentada pela pós-graduanda Katia Cristina F. de Moura dia 21 de agosto, na Faculdade de Educação da Unicamp, revela dados curiosos da história da dança como o rompimento do rei Luís XIV com a dança, aos 32 anos, “porque estava gordo”. Versa a história, resumida pela pesquisadora, que o rei gostava muito das artes, entre elas a dança. O episódio, segundo ela, mostra que a dicotomia corpo-alma vigora durante muito tempo na história da humanidade.

Mais do que um estudo fundamentado na história, na realidade, na prática vivenciada pela pesquisadora e em entrevistas realizadas com quatro importantes profissionais de dança, o trabalho propõe uma reflexão por parte de professores que ensinam diferentes estilos de dança – a clássica, a moderna, a do ventre e o flamenco – sobre o discurso a respeito do corpo. O projeto propõe uma investigação acerca das idéias e dos ideais de corpo propostos por professores e a relação desses profissionais com o próprio corpo.

A pesquisadora observa que, “infelizmente, o que se verifica no mundo da dança é mais que uma preocupação estética com a forma do corpo. Há o julgamento sobre o desempenho e mesmo o caráter”. Ela mesma passou por uma crise de anorexia e bulimia por tentar atingir as formas ditas ideais para uma bailarina. Por ser sempre a única mulata nas companhias de que participou, Kátia observou que os papéis principais sempre foram solicitados a quem tivesse dentro do padrão imposto. “Quando a pessoa diz que faz balé clássico e se apresenta com um corpo cheio de curvas, ou as pessoas duvidam, ou pensam que não dança bem.”, afirma. “Muitos julgam preguiçosos e sem força de vontade os que não se encaixam no modelo do bailarino dependendo de como este lida com sua aparência”, declara.

Para constituir seus estudos, Kátia vale-se também da observação de grandes pesquisadores, como a norte-americana Naomi Wolfi que relaciona a ideologia da beleza feminina à última tentativa de controle das mulheres por parte do mundo machista. Para Naomi, o mito da beleza é usado contra as mulheres, e ela observa que como grande parte não poderia, “mesmo se quisesse”, atingir o padrão divulgado pela mídia, essa busca tornou-se fonte de frustração e neurose para muitas.

Dudude Herrmann, Lu Garcia, Cinthia Nepô e Ana Carla B. Dnago, entrevistadas pela pesquisadora, declararam que existe um corpo ideal dependendo dos objetivos do aluno ou do profissional. Ana Carla respondeu que o importante é a expressividade. Mas Kátia pondera que analisou o discurso das profissionais, apesar de ter acompanhado os trabalhos na prática.

Assim como Kátia Moura, muitos profissionais da área de dança, como Ivaldo Bertazzo, montam coreografias sem preocupar-se com o protótipo do bailarino perfeito. Alguns aboliram até mesmo o limite de idade para dançar. “Se você tem mais de 40 e não é uma Alícia Alonso nem Margot Fonteyn, não pode ser bailarina”, enfatiza.
Na opinião de Kátia, todos os corpos podem dançar. Mas esta cultura mudaria somente com discernimento interior, educação de liberdade. “A pessoa tem de saber que não vai ser jovem, atlético e magro eternamente”, analisa. Para ela, é preciso aceitar que há transformações no corpo, pela própria natureza e até mesmo pela herança genética. “É preciso observar isso com crítica”, adverte.

Uma das questões mais bem observadas pela mestranda é com relação às imposições feitas a crianças alunas de dança. “Quanto menor a faixa etária, maior a responsabilidade. Corpo e psique interagem e influem no desenvolvimento um do outro. E a imagem corporal que temos pode ser modificada de acordo com vários fatores de experiências corporais vivenciadas na infância a estados de ânimo diferentes”, pontua.


 
 

© 1994-2000 Universidade Estadual de Campinas
Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP
E-mail:
webmaster@unicamp.br