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..............Campinas, 27 de agosto a 02 de setembro 2001

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...Cooperação - pág. 2...Eventos Futuros - pág. 7
...Jornalismo - pág. 2...Teses - pág. 8
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...Painel da semana - pág. 5...Pós-graduação - pág. 10
...Em dia - pág. 6...Exposição / Serviço - pág. 11
...Incrições - pág. 6...Personagem / Internet - pág. 12
Unicamp
....ENCONTRO
Unicamp
Projetos genoma se integram na Unicamp


Nos dias 20 e 21 de agosto estiveram reunidos na Unicamp coordenadores de nove redes de projetos genoma brasileiros para um encontro que facilitou a integração das pesquisas genômicas em desenvolvimento no Brasil. Segundo Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador do Genoma de C. Crinipellis perniciosa (vassoura da bruxa), foi uma reunião de brainstorm entre os pesquisadores, no sentido de contribuir com a troca de informações e conhecimentos na área.

Sete destas redes foram escolhidas em abril pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para distribuição de recursos da ordem de R$ 26 milhões de investimentos em biotecnologia contemplando diversas áreas. Os governos estaduais também entrarão com expressivas contrapartidas.

Entre as pesquisas estão doenças de populações pobres, como o mal de Chagas, micose e esquistossomose, bactérias fixadoras de nitrogênio – de extrema importância para a agricultura – e a praga agrícola da vassoura-de-bruxa, que dizima plantações de cacau. Participam das sete redes 48 institutos e 240 cientistas.
A oitava rede foi criada recentemente com expressiva contribuição de empresas privadas e estuda o genoma do eucalipto, com investimento inicial previsto em R$ 8 milhões, e a nona é do projeto Genoma Brasileiro, que estuda uma bactéria que pode ser eficaz no tratamento de algumas endemias, como a doença de Chagas e a Leishmaniose.

Ao todo estiveram reunidos no Hotel da Funcamp (Casa do Professor Visitante) 29 pesquisadores, durante dois dias, quando trocaram experiências e conheceram diversos setores da Unicamp que contribuiem com as pesquisas. No dia 21 houve uma reunião com representantes de empresas para apresentação de produtos.
“O Brasil entrou de cabeça na era genômica”,comemora Pereira. Segundo ele, os estudos de genoma no Brasil se dividem em três fases: a primeira foi sequenciamento do código genético da bactéria Xylella fastidiosa, causadora da doença do amarelinho da laranja, que serviu para que os pesquisadores aprendessem a fazer a genômica, ganhando experiência na área. Agora, numa segunda fase, com investimentos tanto do MCT como da Fapesp, instituições de pesquisa e agências de fomento, foram direcionados os estudos para genomas espontâneos. “A próxima etapa é o desenvolvimento de produtos a partir destas pesquisas”, explica Pereira.

Estas nove redes de genoma que escolheram a Unicamp para fazer o primeiro encontro técnico, financiado por empresas privadas, discutiram seus projetos em relação a estratégias de sequenciamento e de bioinformática, para chegar a produtos interessantes para a população e a indústria. Com a pesquisa mais direcionada a resultados a obtenção de produtos se torna mais viável.

“A grande vantagem dos genomas regionais espontâneos é que se está explorando organismos em torno dos quais já existe uma massa crítica realmente preocupada com estes organismos, e de onde devem sair produtos de biotecnologia, em uma área na qual o País tem um potencial enorme, mas a quantidade de empresas que realmente atuam em biotecnologia é ínfima, praticamente nula. Temos uma massa crítica enorme, organismos maravilhosos para se fazer biotecnologia, potencial universitário fantástico, mas nada disso é convertido. Precisamos atrair capital”, afirma.

 

...ATENDIMENTO

 

Bebês do Caism ganham projeto “Pele a Pele”

Os cangurus dão verdadeira lição de sensibilidade aos homens nos cuidados com seus filhotes. O pequeno canguru, após o nascimento por processo natural, fica protegido dentro da bolsa abdominal materna até estar maduro o suficiente para andar com pernas próprias. Dali retira o alimento e o calor necessários para se desenvolver.

Um novo método utilizado no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) há poucos meses, que simula a prática dos cangurus, contempla os bebês de baixo peso. É o Projeto Canguru, desenvolvido inicialmente na Colômbia, desde 1979, com a finalidade de utilizar os pais como incubadoras. Seu lema é amor, calor e leite materno.

A Área de Neonatologia do Caism batizou o projeto como “Pele a Pele”, coordenado pela médica Mônica Aparecida Pessoto. A princípio, disponibilizará quatro leitos para o procedimento. Iniciado há poucos meses, até o momento, ele foi aplicado com sucesso a três casais. O projeto está regulamentado pela Portaria 693 do Ministério da Saúde. Em países pobres, chega a substituir as incubadoras, aparelho que mantém constante a temperatura do bebê e a oxigenação e umidade apropriadas.

Como funciona – Os bebês, com peso mínimo de 1.250 gramas, constituem o grupo de inclusão. A sistemática em geral é a mesma: eles ficam no colo da mãe ou do “pai-canguru” por período máximo de tempo – desde 20 minutos a quatro horas, ou até mais. Pai e mãe se revezam na tarefa de fazer as vezes de uma incubadora, para que a criança tenha condições de crescer saudavelmente.

O recém-nascido, vestindo apenas uma fralda, é colocado em contato com o corpo da mãe, entre os seios, e, no caso do pai, no peito. O objetivo é criar um maior vínculo familiar, fornecendo calor e descartando o risco de uma hipotermia para o bebê.
Entre outros fatores positivos do “Pele a Pele” apontados pelo neonatologista Sérgio Tadeu Marba, responsável pelo Berçário do Caism, está a recuperação dos batimentos cardíacos, da respiração e, em etapa posterior, a estimulação ao aleitamento.

“Os custos hospitalares também caem, pois as incubadoras passar a ser usadas apenas para casos de alto risco”, afirma Marba.
Segundo ele, no Hospital da Mulher, o Caism, 3% dos bebês nascem com menos de 1.500 gramas e por volta de dez crianças por mês seriam candidatas à participação no Projeto. No mundo, nascem anualmente 20 milhões de bebês prematuros e com baixo peso. Destes, 1/3 morre antes de completar o primeiro ano de vida.

 
 
 
 

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