Como todo adolescente que um dia quer ser músico, começou executando
canções de sucesso de sua geração. E não foi
diferente com Ricardo Barini, hoje médico ginecologista e obstreta do Caism,
na década de 70. Empunhando um violão, com treze anos tocava as
músicas de sucesso de artistas que integravam o movimento da Jovem Guarda,
no início dos anos 60: Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléa, Jerry
Adriani e Martinha, além de bandas como Os Incríveis e The Fevers.
Mas tarde, como todo garoto de sua idade, passou a gostar dos Beatles, da harmonia
da música do quarteto de Liverpool, de Love Me Do, passando por From Me
To You, até I Want to Hold Your Hand.
Foi
um tempo realmente muito bom, diz o médico, que na ocasião
chegou a fazer parte de diversas bandas inclusive o Free Art, nos anos
70, em Campinas e participou de vários festivais universitários.
Num deles, o de Mogi das Cruzes, acabou ficando com o prêmio de melhor intérprete.
Na própria Unicamp participou de algumas feiras de arte, um evento que,
segundo diz, sente muita falta. Me parece que a coisa ficou muito institucionalizada.
No entanto, creio que, em conjunto com a Puc-Campinas, poderia ser realizado um
festival de música, popular ou rock, diz. Barini
não é daqueles que tocam de ouvido. Lê música porque,
por dois anos, estudou violão clássico. No entanto, teve que parar
com as aulas quando entrou na faculdade. E nunca peguei violão, apenas
guitarra, ainda assim esporadicamente, revela. Um dia, quando já
fazia residência médica, achou que ia parar contudo. Isso porque
era difícil conciliar ambas as coisas. Os longos plantões de até
24 ahoras seguidas, dificultava a vida do estudante-músico. Porém,
o fato é que nunca conseguiu se divorciar da guitarra, ou melhor, da sua
Gibson Lucille um modelo igual à guitarra de seu ídolo,
B.B. King, o Rei do Blues, de quem gosta e aprecia muito a sua arte, a maneira
com que toca e desenvolve a harmonia da música. Hoje,
embora faça parte do grupo Back Street Dirty Old Man banda que tem
o Pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Roberto
Teixeira Mendes (violão e voz), Igor (bateria e voz), Fábio (baixo),
o único não médico, e o próprio Ricardo Barini (guitarra
e voz), as aparições em público estão um pouco restritas.
Nas suas apresentações entra de tudo, de rock a música popular
brasileira. Mais rock, é evidente, explica. Ainda
que duas vezes por semana, em casa, Barini apanhe a guitarra, tire uma ou outra
música ou simplesmente fique dedilhando uma sucessão de acordes,
sem muito compromisso, diz que é difícil conciliar as duas coisas,
quer dizer, as atividades médicas, que lhe tomam a maior parte do tempo,
e a de músico. São atividades que, para serem levadas a sério,
requer dedicação extrema, avalia o médico-músico.
Por isso, quando não está fazendo nenhuma coisa e nem outra ouve
Milton Nascimento, Caetano, Rita Lee, Paralamas do Sucesso e Titãs, entre
os brasileiros que mais aprecia. Não escreve música, porque acha
que nunca teve talento suficiente para isso. Diz que prefere tocar, criar harmonias,
acordes diferentes que possam sugerir uma melodia também diferente, mais
bonita. Em casa, a preferência musical entre Barini e o filho Caio Sanches
Barini, de 17 anos (que também toca guitarra), é sempre a mesma:
rock. Quanto
aos estrangeiros, Ricardo Barini fica com os Beatles, Eric Clapton, Gary Moore
e Led Zeppelin, entre outros. Contudo, seus grandes ídolos continuam sendo
Steve Ray Vaughan, B.B.King, Clapton e John Lee Hooker, que morreu recentemente.
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Espetáculo
conta história de Sade
Durante
a Revolução Francesa, o Marquês de Sade é preso e internado
no hospício de Charenton, Paris. Lá, dirige os internos na peça
que reconstitui o assassinato do líder revolucionário Jean Paul
Marat. Nessa arena da loucura é que acontece Sade espetáculo
dos formandos de Artes Cênicas da Unicamp. No elenco, os 21 estudantes que
este ano encerram mais uma etapa na formação de atores. Difícil.
Um grande desafio..., comenta Gustavo Xella integrante do Grupo Arnica,
criado especialmente para a montagem da peça. O roteiro foi escrito por
Marinho Piacentini que por longos seis meses dirigiu todos os ensaios. Em cartaz,
desde o último dia 7 de setembro no Museu da Cidade de Campinas (antiga
Fepasa, na Avenida Andrade Neves, n 33), a peça tem lotado a casa para
alegria do grupo e motivação para uma nova temporada em novembro.
Desta vez, nos auditórios da própria Unicamp. A entrada é
franca e os espetáculos acontecem de sexta-feira a domingo. Quem ficou
interessado em assistir Sade tem apenas os dias 5, 6 e 7 para prestigiar o trabalho
dos formandos. Sexta-feira e sábado, a peça começa às
20 horas e aos domingos às 19 horas. A distribuição dos ingressos
acontecem uma hora antes do espetáculo no próprio local. Informações
pelo telefone 3788-7343.
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