Depois
de dois anos de negociações a Unicamp anunciou,
na semana
passada, a incorporação do acervo familiar do
escritor Monteiro Lobato (1882-1948), criador do clássico
O Picapau Amarelo. Parte do acervo, constituído de cartas,
fotografias, aquarelas e diversas obras que pertenceram ao escritor,
vai ser mostrada ao público, no Centro de Documentação
Cultural Alexandre Eulálio (Cedae), em exposição
que será inaugurada no próximo dia 5 (quarta-feira),
a partir das 16 horas. De acordo com a professora Marisa Lajolo,
pesquisadora da obra de Lobato, com esses documentos a Unicamp
passa a ter o maior acervo do romancista e acredita que isso
possa estimular novas possíveis doações.
As negociações foram feitas entre a Unicamp e
a família do escritor, representada por Joyce Campos
Kornbluh, neta de Lobato.
Marisa
explica que o acervo é rico em detalhes da vida literária
em que Monteiro Lobato viveu, dos anos 20 até 1948, e
acentua que o escritor era uma figura de referência na
literatura nacional e muito afeito às modernidades, principalmente
no que se refere ao cinema. Lobato era defensor e difusor cultural,
um aspecto pouco conhecido e avaliado em seu trabalho.
O
acervo contém ainda documentos, muitos inéditos,
que poderão lançar nova luz à historiografia
literária nacional. Mesmo antes de o acervo ser devidamente
catalogado, já havia vários pesquisadores da universidade
trabalhando em projetos sobre o autor de A menina do nariz arrebitado
(1921), O escândalo do petróleo (1936) e O marquês
de rabicó (1922), entre tantos outros que, por diversas
gerações, fizeram a cabeça da juventude
brasileira.
Entre
os documentos do acervo encontram-se correspondências
trocadas com outras importantes personalidades da literatura
brasileira, como Érico Veríssimo e Oswald de Andrade,
por exemplo. Há também uma seleção
de cartas destinadas à mulher, Purezinha Natividade Lobato,
entre 1906 e 1908. Uma delas escrita por Lobato quando esteve
preso em uma solitária acusado de comunista pelo Estado
Novo. Para o futuro, há projetos de lançamentos
de livros com o material doado à Universidade, além
dos resultados de pesquisas de teses de alunos da Unicamp, atualmente
em andamento.
|
Boiúna
Luna, uma revista feita por alunos
Já
está em franco processo de circulação o
n° 2 da revista Boiúna Luna, elaborada por alunos
do curso noturno de Letras do Instituto de Estudos da Linguagem
(IEL). Editada por Chris Bueno, o número dois da revista
obedece ao mesmo padrão editorial do número anterior
só que agora com quatro páginas a mais,
20 , que inclui ensaios literários, contos, crônicas,
notícias e matérias produzidas pelos próprios
alunos do IEL. Estuda-se a possibilidade de a publicação
contar também com a colaboração de estudantes
de outras unidades de ensino da Universidade.
Segundo
Chis Bueno, jornalista e aluna do 2° ano de Letras e membro
do Conselho Editorial, Boiúna é inspirada numa
figura mitológica indígena, temida por sua crueldade,
que toma a forma de uma cobra preta, e faz virar as embarcações.
Luna significa lua, no sentido mais exato do termo.
A
revista está aberta a sugestões, contos, críticas
e ensaios, que podem ser enviados via e-mail boiunaluna@ hotmail.com.
Contatos podem ser feitos através dos telefones 3254.5961
ou 3237.7900. (A.R. F.)
|