Era
uma vez...
Antigamente
quase sempre era assim que se iniciava uma história,
que muitas vezes, de tão longa, só continuava
no dia seguinte. E quem as contava costumava inserir novas situações,
outros personagens, provocava digressões, acrescentava
detalhes que faziam arrepiar até os cabelos e, para terminar,
quase sempre dava um final feliz.
Hoje
a coisa mudou. Digamos que evoluiu, embora a proposta dos contadores
de histórias tanto para crianças como para adultos
seja a mesma. Isto é, proporcionar a aproximação
de todos com a narrativa literária, de forma a fazê-los
sonhar, imaginar e viajar por intermédio da fábula
contada.
Paula
Cristina da Costa Silva, graduada e mestranda em Educação
Física, integra o Grupo Manauê de Contadores de
Histórias. Durante a Semana de Consciência Negra
(de 19 a 23 de novembro) promovida pela Unicamp, o Manauê
participou de sete seções de contações
de histórias para as crianças de educação
Infantil e Ensino Fundamental de escolas localizadas dentro
do campus da Universidade. Na Semana do Negro, por exemplo,
Paula mostrou, para o público que lotou o auditório
da Faculdade de Educação (FE), o Romance
de Nossa Senhora do Rosário, de Bráulio
Tavares, parte do espetáculo O marco do meio-dia,
de Antonio Nóbrega. Para ela, interpretar uma história
é como se essa história fosse o centro das atenções,
a estrela maior de nosso espetáculo, diz.
O
Manauê que tem apoio institucional da Pró-reitoria
de Extensão e Assuntos Comunitários composto
ainda por Ana Paula Bordoni de Godoy e Mariana Romero Gorenstein,
possui um repertório de quase duas dezenas de histórias.
São histórias de autores consagrados por gerações
e gerações, como Andersen, de A menina e o fósforo,
e os brasileiros Ana Maria Machado (Menina bonita do lado de
fita), Ricardo Azevedo (O macaco e velha) e, entre tantos outros,
Silvia Ortoff (Maria vai com as outras). A arte do Manauê
já foi apresentada em diversas instituições
de ensino, para alunos da classe de alfabetização
de adultos da Moradia Estudantil da Unicamp, para o público
do Grande Hotel Santa Bárbara (Águas de Santa
Bárbara), com sessão especial dedicada às
crianças, com a manipulação dos bonecos
Totoco (boneco negro) e Aninha (menina lourinha) e a expressão
corporal.
Paula
assinala que o objetivo dessas atividades é proporcionar
aos participantes o conhecimento e a vivência de procedimentos
relacionados à prática do ato de se contar histórias.
E mais: oferecer oportunidades de reflexão e estudo
sobre temas ligados à literatura de forma a difundir
a contação de histórias no
meio educacional, diz. Cada espetáculo tem, em
média, 45 minutos de duração no qual Paula,
Ana Paula e Mariana contam histórias que falam basicamente
da importância do amor, da amizade que a gente não
escolhe pela cor da pele, mas sim pela afinidade, pelo afeto
e pelo respeito, ressalta.
Os
espetáculos da troupe do Manauê têm ainda
a participação de Bárbara, Lívia
e Gláucia, estagiárias que fizeram a oficina de
contadores de histórias na Faculdade de Educação
(FE), promovida pela Coordenação de Graduação
juntamente com o Grupo de Estudos ALLE, daquela unidade de ensino
da Unicamp.
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