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....VISITA
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Grupo mostra cultura maori na Unicamp

A iniciativa da Coordenadoria de Relações Internacionais e
Institucionais da Unicamp de receber o Grupo Cultural Maori da Nova Zelândia na Universidade, dia 22 de novembro, foi de grande importância para a comunidade universitária e, principalmente, a alunos do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, que puderam conhecer de perto costumes apresentados em sala de aula e material de pesquisa. O professor Tom Druyer, coordenador de doutorado em Ciências Sociais acredita que a presença de líderes intelectuais da comunidade para expor informações sobre os costumes dos maori é uma maneira de os alunos verem de perto o que encontram em sala de aula e em livros de pesquisa.

Após participar de uma performance cultural no pátio do IFCH, a líder da delegação, Bev Adlam, e o chefe da Comissão de Preservação da Língua Maori, Haami Piripi, responderam a perguntas relacionadas à situação dos maori no mundo contemporâneo em debate realizado no auditório do instituto no dia 22. As questões foram desde a situação econômica, o relacionamento com negros e com o cristianismo até o uso da tatuagem como tradição.

“A situação dos maori não é a mesma de 20 anos atrás, quando não existia nenhum tipo de educação eles”, afirma Piripi. De acordo com declarações suas durante o debate, hoje 90% das crianças maori recebem uma versão bastante apurada da história. Os maori dos dias atuais consideram o desenvolvimento autônomo muito importante, não como separatismo, mas como biculturalismo. Na comunidade, segundo ele, estimula-se o desenvolvimento econômico e realizam-se treinamentos para os jovens. A realidade, é que grande parte dos maori urbanos perdeu contato com a língua de origem, mas existe uma comissão de preservação de línguas.

Piripi afirma não existir racismo, mas solidariedade entre negros e índios. A divisão aparente em vídeos de dança e performances tem a ver com a subdivisão das tribos, que é uma forma de conseguir reintegrar novos membros, segundo o grupo. Piripi exibiu uma tatuagem tradicional aos alunos, esclarecendo que a prática não é mais uma forma de arte, mas de expressão. E cada vez mais um traço de identidade.

Os maori, indígenas que compõem 16% da população da Nova Zelândia, visitaram Brasil, México e Chile para realizar apresentações de músicas tradicionais e danças típicas, conhecidas como “hakas”. Eles acompanharam a primeira ministra Helen Clark e se apresentaram em Brasília e São Paulo. Na Unicamp, além de participar do debate e da performance, a líder Bev Adlam coordenou o seminário “Etnografias do Capitalismo”.

 

FALECIMENTO

 

Vilmar Faria morre aos 60 anos

O sociólogo Vilmar Evangelista Faria, que por quase duas décadas foi professor titular do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, e um dos principais homens de confiança do presidente Fernando Henrique Cardoso, morreu terça-feira passada (27), vítima de um aneurisma no estômago. O professor Vilmar, que estava com 60 anos, foi enterrado no Cemitério Morumby, em São Paulo.

Formado em sociologia e administração pública, Vilmar Faria foi aluno de Fernando Henrique na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, no Chile, em 69. Mais tarde completou o doutorado na Universidade de Harvard, Massachusetts, Estados Unidos. Atuando na área governamental o professor Vilmar tinha suas responsabilidades mais voltadas para a área social. Foi um dos articulares do projeto Alvorada, com ações de combate à pobreza nas cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), dos projetos na área da reforma agrária e da Comunidade Solidária e o Bolsa Escola.

No Brasil, além da Unicamp, foi também professor da USP, ocasião em que chegou a presidir o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), fundado por Fernando Henrique e pelo filósofo José Arthur Gianotti. Antes de ir para a Assessoria Especial da Presidência, em 1996, Vilmar foi professor-visitante da Lyndon B. Johnson School of Public Affairs, da Universidade do Texas, Austin, no Texas.
Assuntos relacionados ao social e à educação parecem ter sido a meta de trabalho e pesquisa desenvolvidos junto ao governo. Por exemplo, na década de 60, o início de suas pesquisas relacionava-se exatamente à Estrutura Familiar e Investimento Educacional, no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. De 1971 a 1973 foi coordenador da pesquisa Pobreza e Marginalidade em Sistemas Urbanos Complexos, patrocinada pelo Programa de Investigaciones Sociales sobre Población em America Latina (PISPAL) e pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Há pouco mais de cinco anos foi pesquisador visitante na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. (A.R.F.)

 
 
 

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