Unicamp investe na
escolarização de servidores
MANUEL ALVES FILHO


A Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) está promovendo, por meio da Agência para a Formação Profissional da Unicamp (AFPU), levantamento para identificar os servidores que não tiveram a oportunidade de estudar ou deixaram a escola antes da conclusão do ensino médio (antigo colegial). O objetivo é encaminhar os interessados aos programas de escolarização disponíveis na Universidade. De acordo com o diretor da AFPU, professor José Luiz Pereira, foram enviados formulários às cerca de 90 unidades e órgãos da Unicamp. Os primeiros dados começaram a chegar. "Assim que tivermos todas as informações em mãos, nós saberemos qual o universo que teremos que atingir. Em seguida, iniciaremos o planejamento das atividades e a formação das turmas. Por isso é importante que as unidades e órgãos devolvam os formulários o mais rápido possível" explica.

Devolução rápida de formulários é importante

O diretor da AFPU afirma que a expectativa é que esses servidores já estejam freqüentando as aulas a partir do segundo semestre deste ano. Atualmente, conforme o professor José Luiz Pereira, a Unicamp disponibiliza três diferentes programas de escolarização aos seus funcionários. Um deles é o Programa de Alfabetização Solidária (PAS), que como o próprio nome diz é dirigido a pessoas que não dominam a escrita e nem a leitura. Há também os cursos oferecidos pelo Centro Estadual de Educação Supletiva (CEES), projeto que resulta de uma parceria entre a Universidade e a Secretaria de Estado da Educação. Nele, os funcionários podem cursar desde o ensino fundamental (1ª à 8ª série) até o ensino médio (1º ao 3º colegial).

Por fim, existe o supletivo ministrado nas telessalas da área da saúde, onde os servidores também cursam o ensino fundamental. Nesse caso, as aulas são dadas por funcionários da Unicamp com formação superior, que atuam como voluntários. Alguns deles, conforme o diretor da AFPU, são professores nas redes públicas de ensino. As turmas são formadas por 25 ou 30 alunos, e as aulas ocorrem em três horários diferentes, como forma de permitir a participação do maior número de pessoas possível (das 12h às 14h, das 15h às 17h e das 17h às 19h).

Segundo o diretor da AFPU, esses programas de escolarização sempre tiveram bons resultados, mas eram conduzidos isoladamente. Agora, informa o professor José Luiz Pereira, eles ficarão sob a coordenação da Agência. "Anteriormente, a AFPU não se envolvia nas atividades ligadas ao ensino formal. Acontece, porém, que a conclusão dos ensinos fundamental e médio faz parte da formação profissional dos nossos servidores. Atualmente, para uma pessoa ingressar no quadro funcional da Universidade, ela precisa ter pelo menos o ensino médio completo", esclarece.

Além de contribuir para uma eventual ascensão profissional, a participação nos programas de escolarização também constitui instrumento de resgate da cidadania. "Isso sem falar na elevação da auto-estima do servidor", afirma o diretor da AFPU. De acordo com ele, o esforço para valorizar os funcionários da Unicamp é um dos itens do programa da chapa encabeçada pelo então candidato à Reitoria, Carlos Henrique de Brito Cruz. "A atual Administração tem demonstrado vontade política para oferecer soluções aos problemas enfrentados nessa área", sustenta. Outras informações sobre os programas de escolarização disponibilizados pela Universidade podem ser encontrados na home page da AFPU, no endereço www.afpu.unicamp.br. (M.A.F.)