É esse indicador, a qualidade dos serviços, que tem motivado o Ministério da Saúde a realizar todo ano um levantamento que verifica a satisfação do paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). A idéia é mapear a assistência dos hospitais, para detectar eventuais falhas; e localizar hospitais que cobram procedimentos, para identificar possíveis fraudes no sistema.
O resultado da amostra coloca o HES entre os dez hospitais brasileiros conveniados ao SUS melhor avaliados, dos 5.656 cadastrados.
“O hospital alcançou excelência não só por cumprir as exigências do Ministério em 2001, mas por atingir alto conceito, e mostrar ótimos indicadores em todos os quesitos ”, revela o diretor do HES, Lair Zambon, docente ligado à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
A solenidade da “Segunda Edição Prêmio Qualidade” aconteceu na Assembléia Legislativa, em São Paulo, no dia 3 de junho, e foi acompanhada por autoridades políticas e institucionais.
Com uma população de quase 200 mil pessoas para atender, somente em Sumaré, o HES presta assistência a pacientes em nível secundário e terciário (de média e alta complexidades), além de servir a outros municípios de uma microrregião com mais de 400 mil pessoas.
Credenciais Criado há pouco menos de dois anos, o Hospital de Sumaré prova que desenvolvimento é característica de quem trabalha. Tudo começou, explica Zambon, com o apoio incondicional do governador Mário Covas. À época, em 2000, especulava-se que os investimentos pelo governo tenham ficado em torno de R$ 30 milhões para construção de uma área útil de 19.000 m2 e de R$ 20 milhões para compra de equipamentos.
Zambon conta que o HES foi implantado devido a duas razões fundamentais: desafogar a demanda crescente de pacientes atendidos na Unicamp e necessidade de se instituir um modelo no ensino de graduação consonante com a reforma curricular.
Projetos modelos O HES interliga-se a vários projetos. Um deles é o projeto Organizações Sociais, que envolve 14 hospitais semelhantes, sete ligados à universidade, seguindo os moldes da Catalunha, Espanha.
Organizações Sociais baseiam-se na produção e na qualidade do atendimento por meio de medidores como taxas de cesáreas menores que 30%, óbitos justificados, taxas de infecção em obstetrícia próximas a 0%, entre outros, sob risco de penalização ou auxílio de 10% do custeio hospitalar por mês. “O HES preencheu todos os requisitos de qualidade da Secretaria Estadual de Saúde”, informa Zambon.
Outros projetos já instalados são os de Humanização do Parto, Brinquedoteca e Mutirão de Cirurgias e outro ainda está em vias de ser viabilizado o Hospital Amigos da Criança. “Estamos também em fase de acreditação hospitalar, um método de avaliação dos recursos institucionais, voluntário, periódico e reservado, que garante a qualidade da assistência por meio de padrões elevados”, salienta Zambon. “Nada seríamos sem os funcionários, que lutam por mudar o modelo do serviço público. Queremos que este seja o melhor emprego deles.”
Qualidade é o indicador
O prêmio conferido ao Hospital de Sumaré resulta de uma avaliação do Ministério da Saúde respondida por pacientes internados pelo SUS, sobre a qualidade do seu atendimento.
De acordo com o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário (PRDU) e ex-superintendente do Hospital das Clínicas da Unicamp, Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, o Hospital de Sumaré é o único no interior integralmente financiado pelo Estado, emparelhando-se a hospitais como a Beneficência Portuguesa e o Incor, apesar dos seus poucos anos.
Paulo Eduardo atribui o mérito do prêmio à atuação da Unicamp. O HES foi constituído por um comitê executivo, após longo planejamento, com a participação da FCM, dos departamentos, dos residentes, dos alunos. A diretoria do Hospital de Sumaré, segundo ele, também teve méritos ao implantá-lo com qualidade. “Não bastam recursos humanos e físicos. É necessário planejamento, organização e liderança”, sustenta.
“Sinto-me orgulhoso como professor da Unicamp e também porque estou envolvido neste projeto desde 1997, à frente da superintendência do HC, a pedido do governo do Estado, quando foi sugerida intervenção ao Hospital Conceição Imaculada, de Sumaré”, comenta Paulo Eduardo. Essa intervenção resultou numa contrapartida do governo, que retomou a construção de um novo hospital, sob gestão da Unicamp.
O HES incorpora um conceito que a área de saúde da Unicamp passou a ter na assistência à saúde, também para ensino e pesquisa, tornando-se hospital-colaborador a hospitais de outros Estados. O Hospital Estadual de Aracaju ampliou seu potencial de 50 para 500 leitos, parte com investimento do Ministério e parte com ajuda técnica e de gestão do pessoal do HC. “É uma experiência nova em que o SUS paga, com recursos orçamentários, o funcionamento do hospital”, conclui o pró-reitor.
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