| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Enquete | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 206 - 17 a 23 de Março de 2003
.. Leia nessa edição
.. Capa
.. Política de C&T
.. Comentário
.. Mal do Pânico
.. Mestres em cidadania
.. Projetos de cidadania
.. Acervo do Ibope
.. Novo laboratório da FEEC
.. Painel da semana
.. Oportunidades
.. Nova enzima
.. Perigo nas prateleiras
.. Clonagem de orquídeas
.. Teses da semana
.. Pífanos de Caruaru
.. Unicamp na Imprensa
.. Discurso da sedução
 

5

Projetos levados às ruas, aos hospitais e ao campo

Alunos da Unicamp no trabalho de alfabetização de adultos: incluindo quem não pôde estudar no universo da leituraO trabalho voluntário dos alunos da Unicamp não se restringe à alfabetização de jovens e adultos. Existem grupos desenvolvendo uma série de atividades (veja quadro) junto a um público formado por moradores de rua, crianças carentes, pacientes do Hospital das Clínicas (HC) e até pequenos produtores rurais, entre outros. Um desses projetos, criado em abril de 2001, leva o nome de Raio de Sol. Formado por alunos, funcionários e professores, tem por objetivo fomentar a construção da cidadania, além de difundir os conhecimentos produzidos no âmbito acadêmico.

O Raio de Sol atua na região do Jardim Fernanda, bairro periférico de Campinas. Propicia atividades de cultura, lazer, esporte e formação aos moradores, por meio de cursos e oficinas. Em dois anos, foram realizados cursos de artes plásticas, capoeira, culinária, ginástica e consciência corporal, teatro e outros. Oficinas como as de "Saúde da Mulher" e "Mulher - questão de gênero". Também foi organizado um passeio cultural. As atividades contemplaram crianças, jovens e adultos.

De acordo com a coordenadora Fumiko Takasu, professora do Centro de Ensino de Línguas (CEL), a despeito de alguns obstáculos, como a falta de experiência inicial em trabalhos de extensão comunitária, a empreitada tem sido positiva. Embora o Raio de Sol tenha sido um dos projetos a receber apoio institucional, segundo a professora, esse tipo de iniciativa ainda se ressente, historicamente, de suporte mais amplo para funcionar adequadamente. "Mesmo sem ter problemas com a questão econômica, a dificuldade de trabalhar em projetos dessa natureza é bastante grande. Imagine, então, os que precisam pensar estratégias de ação e ainda se preocupar com a obtenção de recursos?", indaga.

"Historicamente, a Universidade está muito voltada para as suas próprias questões, esquecendo a sua função extensionista, comunitária. O estabelecimento de vínculos com a comunidade externa é muito importante, pois é por meio dele que podemos compartilhar o conhecimento que é gerado nos nossos laboratórios e salas de aula", acrescenta a docente do CEL.

Palhaço e paciente no Hospital das Clínicas da Unicamp: atividades lúdicas que aliviam os transtornos do tratamentoAgricultores - O professor Nilson Modesto Arraes, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), concorda com a professora Fumiko. Segundo ele, que coordena o projeto Organização Rural de Agricultores Familiares em Campinas, a extensão comunitária jamais mereceu o mesmo tratamento dado ao ensino e pesquisa por parte da Universidade. "Ela premia e estimula a pesquisa e o ensino, mas não faz o mesmo com a extensão comunitária, que também é um dos seus pilares de atuação", lamenta.

Arraes afirma que os trabalhos sociais sobrevivem graças à paixão de alunos e professores. O projeto coordenado por ele começou a ser executado em meados de 2002. A primeira etapa consistiu em capacitar a equipe. "Quem faz trabalho social tem muito voluntarismo, mas nem sempre está devidamente preparado para isso. Se não houver cuidado com a profissionalização, a tarefa pode mais atrapalhar do que ajudar", adverte.

Capacitados, os integrantes dedicaram-se a buscar informações sobre a área rural, relativamente abandonada pelas sucessivas administrações municipais. Estudaram mapas, dados estatísticos e mantiveram contato com órgãos e instituições como Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). Depois, saíram a campo para conhecer a realidade dos pequenos produtores rurais. Todo esse processo visou identificar os grupos de agricultores, bem como as suas demandas, de modo a verificar como o projeto poderia ajudá-los.

Descampado - A área escolhida para a execução das atividades extensionistas é conhecida como Descampado, na faixa sul de Campinas, às margens da rodovia Viracopos-Vinhedo. Lá, perto de 30 agricultores dedicam-se ao cultivo de uva, figo e goiaba. No pré-diagnóstico, os ruralistas manifestaram interesse em se organizar melhor, como forma de sensibilizar o poder público para seus pleitos e aprimorar as atividades de produção e venda de seus produtos.

A partir de agora, estarão sendo propostas ações aos pequenos produtores. O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) já se comprometeu em participar do projeto, oferecendo um curso de Organização Rural. "Esse tipo de trabalho é importante, pois além de ajudar a reduzir desigualdades, aprimora a formação dos estudantes, que podem associar a teoria à prática", explica o professor da Feagri.


ALGUNS GRUPOS DA UNICAMP

Citar todos os grupos de alunos da Unicamp que executam ações comunitárias seria impossível, como advertiram os próprios voluntários. Qualquer relação, por mais extensa que seja, sempre correrá o risco de cometer omissões ou injustiças. Certos trabalhos são citados de forma recorrente por quem está envolvido no esforço pelo resgate e valorização da cidadania. São eles: Xô Dodói, Hospitalhaços, Mano a Mano, Instituto de Pesquisas e Estudos para a Sociedade (Ipes) e Sonha Barão.

Projeto Atividade Contatos

Sonha Barão

Atua em diversas frentes de trabalho, entre elas auxílio na revitalização da Sociedade Amigos de Bairro de Barão Geraldo, na implementação e início de trabalhos da Cooperativa de Material Reciclável, no diagnóstico sócio-ambiental do distrito e em questões do meio ambiente (Mata de Santa Genebra, águas, transporte)

Professora Maria Salette M. Aquino Giuliano: salette@unicamp.br
3287-0200

Universidade Solidária

Projetos em conjunto com a Prefeitura de Campinas, envolvendo estudantes com o objetivo de criar cooperativas de trabalho para a diminuição dos índices de desemprego, uso e aproveitamento da água, cursos para capacitação de professores de escolas públicas e a implementação do ensino técnico

Professores Sandro Tonso e Celso Lopes: 3788-7773

Instituto de Pesquisas Especiais para a Sociedade

Desenvolver projetos que visem utilizar o conhecimento científico em benefício direto para a sociedade em geral e mais particularmente para as populações com menor poder aquisitivo. Dentre os projetos estão o Comunidade Saudável no Jardim São Marcos e Saúde da Família em Pedreira.

www.unicamp.br/preac/ipes

Arte e exclusão social com moradores de rua

Trabalho comunitário com moradores de rua, freqüentadores da Casa dos Amigos de São Francisco de Assis.

3788-4714

Raio de sol

Oferece cursos e oficinas envolvendo capacitação técnica, saúde, meio ambiente, esporte, cultura e lazer a moradores de bairros da periferia de Campinas

www.preac.unicamp.br/raiodesol

Hospitalhaços

Atividade circense com apresentações em hospitais, escolas e centros comunitários

www.preac.unicamp.br/hospitalhacos

Organização Rural de Agricultores Familiares de Campinas

Orientação para pequenos agricultores na organização e formação de associações

Professor Nilson Modesto Arraes: nilson@agr.unicamp.br, 3788-1061/1017

Grupo de Pesquisa O Clown

Apresentações livres e exibições oficiais voltadas para a performance do clown. Contam com assessoria do Grupo Lume

Claúdia Funchal: (19) 9602-2106

Mano a Mano

Atividade de arte-educação com meninos e meninas de rua no centro de Campinas. Promovem manifestações artísticas, culturais e musicais.

Simone Fragella (3288-0523) ou Mônica (3208-0528): manoamano@yahoogrupos.com.br

Movimento Abrindo Portas (MAP)

Alfabetização de adultos na Moradia Estudantil e na comunidade de Barão Geraldo

Francisco de Filippo: filippo@eco.unicamp.br
Araticum

Trabalho junto ao assentado em Sumaré

Pedro:3287-6738

Libertadores do Riso

Apresentações de clown. Atuam junto a ONG Warã

João Mendes: 3289-4989

Trilhares Contadores de histórias

Fernanda (3287-6738) ou Alice (9772-0825)

Plantas e Poesia

Intercâmbio com projetos da ONG Warã

Sebastião: 3289-3730 (recados)

Xô dodói

Apresentações de clown para crianças em hospitais, escolas e centros comunitários. Realização de campanhas para arrecadação de brinquedos.

www.hc.unicamp.br/xododoi/

Grupo Veja

Alfabetização de adultos

Lígia Lopes Gomes: friotempestade@bol.com.br

República Cênica

Formado por alunos de pós-graduação do Instituto de Artes da Unicamp, leva atividades artísticas a comunidades que não têm acesso aos circuitos regulares, atuando nos bairros do Jardim São Marcos, Santa Lúcia e Vila Rica e no distrito de Joaquim Egídio.

Fernando ou Ana
Carolina: 3254-6765

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2003 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP