COMO ATENDER UM JORNALISTA
Deve-se tratar o jornalista com respeito e cuidado. Um bom relacionamento com a imprensa permite que se mantenha aberto um canal de comunicação permanente com seus públicos.
Considerando o trabalho da Assessoria de Imprensa, alguns jornalistas já conhecem os caminhos e os contatos para obter uma entrevista com as fontes da Unicamp. Assim, o docente, o pesquisador ou o porta-voz podem ser abordados diretamente por eles. Por isso, é fundamental que todos os contatos sejam direcionados ou informados à Assessoria de Imprensa o mais rapidamente possível. Isso porque, antes de atender à solicitação, há um processo que garante uma comunicação segura, como as seguintes ações:
ANTES
Levantamento de todas as informações solicitadas pelo jornalista (checagem da pauta);
Avaliação da pauta, seu prazo e forma de atendimento (telefônico, pessoal, e-mail, Skype, estúdio, facetime, videoconferência, etc.);
Escolha da fonte adequada;
Elaboração de recomendações e informações necessárias antes da entrevista;
Caso o assunto seja institucional, a Assessoria de Imprensa explicará ao jornalista como a Unicamp responderá à sua solicitação;
DURANTE
Caso seja necessário, um profissional de comunicação da Assessoria de Imprensa poderá acompanhar a entrevista solicitada;
Números e outras informações prometidas pela fonte ao repórter devem ser anotados e enviados posteriormente, conforme combinado.
DEPOIS
Após a divulgação da matéria, ela poderá ser acessada por meio do clipping mantido na página da Universidade ou ser solicitada ao setor de Relacionamento com a Mídia, que enviará o material pelo meio mais adequado.
Se houver necessidade de novo contato com o jornalista, isto deve ser feito com intermediação dos profissionais da Assessoria de Imprensa.
RECEBENDO O JORNALISTA
Ao conceder entrevistas, lembre-se de que você está falando para um grande público em nome da instituição;
Prepare-se. Mantenha sempre a calma, mesmo que as perguntas sejam provocativas. Você conhece os fatos e domina o assunto;
Diga sempre a verdade. Seja sincero sem ser indiscreto ou mesmo inconsequente;
Paciência. Seja receptivo, cordial, didático, objetivo e conciso. Prepare uma síntese sobre o tema a ser tratado com o jornalista, com duas ou três mensagens-chave que você pretende passar;
Não fale mais do que lhe foi perguntado. Não diga aquilo que você não gostaria de ver divulgado. Não existe “off” para jornalistas;
Procure ser sintético nas respostas, sobretudo para rádio e televisão;
Respostas curtas correm menos riscos de serem mal interpretadas;
Sempre que puder, ofereça material escrito, gráficos e fotografias para complementar as informações;
Se você tiver dados interessantes que não foram perguntados pelo jornalista, repasse-os a ele. Isso pode ajudar a complementar a matéria;
Apresente ângulos diferentes sobre o mesmo tema;
Ao divulgar uma pesquisa, comece pela sua importância social e pelo seu resultado, nunca pela história que levou ao assunto;
Se durante a entrevista surgirem dúvidas na hora de dar uma informação, proponha ao jornalista passar as informações mais tarde por telefone ou por e-mail. Não deixe o jornalista sem uma resposta;
Evite termos técnicos e científicos sem explicações e jargões de sua área de conhecimento que o público comum não domine, além de termos provenientes de línguas estrangeiras. Assim, o jornalista terá clareza daquilo que vai divulgar. Se for indispensável usar essas expressões, explique logo em seguida o que significa;
Torne a entrevista mais comunicativa. Use exemplos do cotidiano;
Em assuntos polêmicos ou em casos de erros cometidos, comunique-se antes com a Assessoria de Imprensa. É preferível dar uma declaração que o assunto não lhe compete do que se negar a falar;
Em algumas situações, você pode e deve dizer “eu não disponho dessa informação” ou “essa é uma questão sobre a qual não acho apropriado falar”;
Jamais trate mal os jornalistas, nem falte a entrevistas. Lembre-se que você reflete a imagem da instituição;
Não espere que uma entrevista de uma hora resulte em reportagens de um programa inteiro de TV ou rádio, capa ou página inteira de jornal ou revista;
O repórter não é seu amigo nem inimigo. É apenas um intermediário entre você e o público. Ele deve questionar, criticar e investigar;
Identifique-se como professor, pesquisador, profissional da Unicamp. Isso dará maior peso à declaração e trará um retorno institucional;
Não especule. Não brinque. Não subestime;
Assegure-se de estar sendo compreendido;
Fale o essencial: evite abordar questões que não lhe dizem respeito;
Você tem a informação, porém é o jornalista que irá divulgá-la;
Seja honesto. Isso o ajudará a se posicionar com credibilidade;
Seja objetivo, mas evite respostas monossilábicas como “sim” ou “não”;
Utilize uma linguagem simples. Seja claro. Não deixe para a mídia a tarefa de interpretar o que você tentou dizer;
Mantenha o foco positivo. Se for feita uma pergunta com aspecto negativo, volte a seus pontos principais;
Aproveite o final da entrevista para ressaltar rapidamente mensagens que considera que não tenham sido abordadas durante a entrevista;
No caso de entrevistas por telefone, seja firme e fale pausadamente. Assim, permitirá que o jornalista compreenda corretamente o que está dizendo e evitará distorções em sua fala;
O tempo da Universidade é diferente do tempo das redações. Antes de aceitar um pedido de entrevista, avalie se terá prazo hábil para atendê-lo;
Não peça para ler a matéria antes de ser publicada. Confie no trabalho do jornalista. O que pode fazer é relembrar os pontos já abordados, para se certificar de que foi bem compreendido;
Avalie se há necessidade de passar seus contatos para o jornalista. Informe os contatos da Assessoria de Imprensa, para evitar solicitações inoportunas e contatos diretos futuramente;
Observe a utilização de câmeras escondidas. Essa prática tem sido recorrente no jornalismo. Caso perceba alguém produzindo imagens dentro das dependências das unidades ou dos órgãos, que não foram previamente autorizadas, é importante que faça uma abordagem cordial da pessoa. A Assessoria de Imprensa deve ser comunicada imediatamente sobre esse fato. Vale lembrar que a câmera às vezes costuma ficar ligada mesmo após a obtenção das imagens planejadas.
O jornalista não pode divulgar informações:
- Visando ao interesse pessoal ou buscando vantagem econômica; de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes;
- Obtidas de maneira inadequada, como por exemplo com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos.
ORIENTAÇÕES PARA ENTREVISTA DE TELEVISÃO
Pergunte ao jornalista como se posicionar em frente à câmera. Alguns preferem que olhem para a mesma, outros não;
Em entrevistas de estúdio evite roupas com listras, xadrez ou com marcas publicitárias;
No caso de médicos e profissionais da área da saúde, o uso do jaleco é recomendável. Porém, algumas emissoras não o permitem;
Utilize gestos naturais com as mãos, para não parecer duro ou desconfortável;
Ao divulgar números, arredonde-os para que sejam compreendidos mais facilmente. Por exemplo, em vez de dizer “novecentos e quarenta e quatro mil”, diga “quase um milhão”.
CUIDADOS COM A IMPRENSA
Não faça confidências ao jornalista ou comentários que não queira ver publicados;
Não assuma posição de superioridade, nem de inferioridade, e sim de parceria;
Não faça comentários ou piadas de caráter discriminatório social, político, religioso, racial ou de gênero durante as entrevistas;
Evite falar mal de um veículo para um jornalista concorrente;
Não faça distinção entre jornalistas que atuam em veículos de menor porte;
Não emita declarações de caráter pessoal improvisadas ou denúncias sem provas que possam comprometer a instituição e o veículo de comunicação. Isso é falta gravíssima, inclusive passível de comprometimentos judiciais.
NÃO USE EXPRESSÕES INADEQUADAS
Não use a expressão “nada a declarar” ou “sem comentários”. Não dê respostas evasivas;
“Estou sendo injustiçado” (Não se coloque na posição de vítima);
“Não é problema meu”;
“Respeite-me” (A questão não é pessoal);
“Não quero incomodar meus chefes. Foi um episódio isolado. Não vai acontecer novamente”;
“Isso não vai dar em nada”;
“Seguimos todas as normas, padrões e regulamentos da instituição”;
“Foi um problema menor. Não há motivo para pânico” (Jamais negligencie o público).