Administrando
uma cidade chamada Unicamp
Planta original previa um terço da atual
ocupação do campus, o que gera
problemas similares à expansão desordenada dos
centros urbanos
Mais
de 30 mil pessoas circulam diariamente pelo campus de Barão
Geraldo. Elas apresentam demandas específicas de sua
área de atuação, fazendo mover uma máquina
administrativa da dimensão de uma cidade de tal porte.
A planta original da Unicamp previa um terço desta ocupação,
o que faz antever problemas similares à expansão
desordenada de centros urbanos.
A
movimentação de veículos fica mais complicada,
o cuidado com a segurança da pessoa precisa ser somado
aos trabalhos de controle patrimonial, a manutenção
e a garantia de serviços básicos tornam-se mais
complexas. Um verdadeiro aparato funcional precisa ser montado
e estar bem azeitado, para que a cidade agrade a seus habitantes.
O
prefeito Orlando Fontes Lima Júnior completa seus quatro
anos de gestão fazendo um balanço positivo. Nosso
propósito é o de contribuir com a qualidade de
vida no campus e garantir os serviços essenciais do dia-a-dia,
ressalta, enumerando uma série de ações
concretizadas nesse sentido. O prefeito acrescenta que a política
integrada com as diversas áreas responsáveis pela
operação no campus e o grande empenho e profissionalismo
da equipe da Prefeitura possibilitaram vários avanços.
Preservação
Lima Júnior aponta que foram identificadas as
áreas de preservação ambiental do campus,
além do paisagismo em trechos de mato substituídos
por gramados. Plantou-se mais de sete mil árvores nativas
para recuperação e futura abertura de espaços
de recreação.
O sistema
viário cresceu e recebeu nova sinalização
para desafogar os gargalos de trânsito, recuperando, com
a terceira rotatória paralela à nova avenida Antonio
Costa Santos e a implantação da avenida Magalhães
Teixeira, o traçado original do plano diretor da criação
da Unicamp. O prefeito acrescenta que essas novas avenidas
batizadas em homenagem a ex-prefeitos de Campinas passam
sobre uma área antes deteriorada e utilizada como lixão,
com a implantação de um bosque marginal onde se
encontram espécies nativas na região.
Além
da preservação de três grandes áreas,
o trabalho no espaço urbano do campus incluiu a recuperação
da cobertura vegetal de praças, avenidas e ruas, e o
paisagismo em espaços de grande concentração,
como a praça do Ciclo Básico e o complexo dos
prédios da Reitoria. A gestão ambiental
é uma preocupação fundamental, pois deve
harmonizar a expansão da ocupação do campus
com a cobertura vegetal e a capacidade de infra-estrutura técnica,
destacando-se as edificações, vias, sistemas prediais
e urbanos como água, energia elétrica e telefonia,
explica Lima Júnior, que é professor da Faculdade
de Engenharia Civil (FEC).
Parcerias
Um dos projetos em andamento é uma parceria com
o Santander/Banespa, voltado para a revitalização
da praça dos Ciclos Básicos. Ele inclui limpeza
e aeração do lago central (com 70 metros de diâmetro
e que ficará com águas límpidas), limpeza
e pintura do anfiteatro a ser utilizado para atividades culturais
programadas pela Coordenadoria de Difusão Cultural, e
a recuperação urbanística de todo o espaço
de convívio com jardins, bancos, iluminação
e implantação de novos caminhos.
Na circulação
do campus foram instalados bancos novos, coletoras de lixo colocadas
com maior discrição junto às cantinas e
coleta seletiva em todas as unidades que requisitarem este serviço.
Os 80 pontos de ônibus também serão modernizados.
Está prevista ainda a instalação de painéis
informativos de localização, horários e
trajetos em cada ponto de ônibus.
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Verde
que te quero verde
Dentro
de alguns anos, a fotografia do campus será outra: jatobás,
ingazeiros, pitangueiras, uvaias e outras quase 300 espécies
de árvores nativas da região estarão sombreando
as avenidas, os jardins, os estacionamentos, as áreas
de convívio. Esta marca é um dos orgulhos do biólogo
Adriano Grandinetti Amarante (foto acima), responsável
na Prefeitura da Unicamp pela implantação de áreas
verdes.
Para
ele, revitalizar os espaços deteriorados e ampliar os
bosques ao redor dos lagos tem sido um trabalho compensador,
apesar das horas sob sol ardente que a tarefa exige. O
diferencial da atual gestão da Universidade é
que estamos trabalhando com várias áreas integradas,
o que torna o trabalho racional e mais efetivo, observa
Amarante. Segundo o biólogo, apenas ao redor do lago
que beira a avenida Magalhães Teixeira, inaugurada também
nesta gestão, foram plantadas 4.066 árvores de
250 espécies; ao lado, a mata encharcada de taboa (tipo
de vegetação local) foi preservada, pois este
ecossistema garante a vida de várias espécies
animais.
A
recuperação vegetal do leito do Rio das Pedras,
que nasce também nessas proximidades, e as fileiras de
grandes árvores (como pau brasil e ipê rosa), que
seguem o traçado de cada margem da avenida Antônio
Costa Santos, são projetos que irão desenhar este
cenário do campus no futuro. Nosso viveiro tem
mais de 1.200 espécies de plantas para serem cultivadas
na Unicamp, informa. A multiplicação do
verde na paisagem local, além de oferecer sensação
de bem-estar para quem trabalha ou estuda na Universidade, atrai
110 espécies de aves catalogadas, que habitam ou passam
pelo campus a cada ano.
Continua...
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