Instituto de Biofabricação
tem primeiro encontro na FEQ
24/4/2009 – Um edital do Governo Federal do ano
passado resultou na assinatura de um convênio pelo MCT
e CNPq para a implantação do programa dos Institutos Nacionais
de Ciência e Tecnologia (INCTs). A Unicamp ficou responsável
por seis centros do programa, sendo o Instituto de Biofabricação
(Biofabris) um deles, liderado pelo professor da Faculdade
de Engenharia Química (FEQ), Rubens Maciel Filho. Este
grupo iniciou suas atividades no último dia 24, na FEQ,
realizando o primeiro encontro com os parceiros da área
de biofabricação e de prototipagem rápida. O objetivo
foi compartilhar os trabalhos de pesquisa multidisciplinar
e os novos desafios das áreas, bem como redirecionar as
atividades previstas no cronograma e planejar as próximas
ações. O convênio envolveu as fundações de amparo à
pesquisa de seis Estados, para financiamento à pesquisa
científica. Foram aprovados 101 projetos de constituição
em todo o país, redes cooperativas de pesquisa em torno
de um tema comum. Os INCTs substituem os antigos Institutos
do Milênio.
O reitor da Unicamp, professor Fernando Ferreira Costa,
disse que este programa do INCT possibilita fazer investimento
em pesquisa de longo prazo, sem ameaças de descontinuidade.
Segundo ele, é um dever das instituições universitárias
oferecerem o devido suporte administrativo e técnico aos
professores que desenvolverem o projeto. “A Unicamp já
estuda algumas contrapartidas”, salientou. Comentou ainda
que os institutos se revestem de grande importância e que
os recursos são suficientes para fazer ciência de maneira
competitiva e nas áreas que mais precisam. O reitor da
Unicamp também é responsável por um dos centros, o Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue.
O foco das discussões foi a integração dos aspectos computacionais,
novas técnicas de processamento e desenvolvimento de biomateriais,
estratégias bioinspiradas e os conceitos de biologia celular
com suas aplicações em engenharia tecidual. Tal projeto
deve beneficiar a sociedade, possibilitando a criação
de ferramentas de auxílio ao tratamento de pacientes e
cuidados médicos, assim como a disseminação de conhecimento
dentro e fora da rede nacional.
Segundo
Maciel, o intuito é reduzir a dependência tecnológica
do Brasil em relação a outros países no assunto de biofabricação
e técnicas de construção de prototipagem rápida, bem
como avaliação dos componentes in vivo e in
vitro. “Conjugamos competências de várias áreas
e visamos ao desenvolvimento científico e tecnológico
na área de novos materiais, projetos auxiliados por computador,
para o desenvolvimento de componentes e partes do corpo
humano.”
O próximo passo, recorda Maciel, consistirá em realizar
atividades de experimentos e desenvolvimento de biomateriais
e sua prototipagem. Os biomateriais são materiais compatíveis
para serem utilizados para uma certa função do corpo,
com propriedades para serem completamente absorvidos (scafold)
ou completamente inertes (que não sofrem rejeição pelo
corpo humano).
“A avaliação da proposta foi considerada um conceito
novo por especialistas. A atividade é pouco realizada no
mundo e a tecnologia é pouco conhecida, por isso o valor
da qualificação de recursos humanos capazes de atuar na
área”, informou Maciel. Até o final do ano poderão
aparecer os primeiros resultados práticos, já que os biomateriais
estão em desenvolvimento e as técnicas de prototipagem
também são do conhecimento do grupo. Pretende-se criar
maior sinergia das atividades, conforme Maciel, para conseguir
os protótipos, fazer as peças e implantá-las. Um laboratório
da FEQ deverá ser ampliado para dar continuidade ao processo
e ao estabelecimento das atividades do INCT. “Estima-se
que este será um projeto de vida longa”, comemorou Maciel.
(Isabel Gardenal)