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Modelo prevê impacto de poluentes em águas
RAQUEL
DO CARMO SANTOS
Prever a evolução da poluição
causada por fertilizantes e pesticidas e seus impactos nas
águas do Rio Manso, no Mato Grosso, a partir da modelagem
matemática, foi a proposta apresentada pela pesquisadora Leidy
Diane Wolmuth em dissertação de mestrado apresentada no Instituto
de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc).
Pela metodologia, é possível traçar cenários possíveis de
contaminação decorrentes de atividades agroindustriais e descrever,
por exemplo, a superfície de um lago ou represa e a concentração
de poluentes em cada ponto e a cada instante.
“Trata-se de uma ferramenta
algorítmica, cujo objetivo é disponibilizar a órgãos e autoridades
um instrumento para avaliar cenários que auxiliem de modo
significativo o estabelecimento de políticas públicas de contenção
e combate ao impacto ambiental, bem como a preservação dos
rios”, destaca a matemática, que desenvolveu a proposta sob
orientação do professor João Frederico da Costa Azevedo Meyer.
Leidy explica que em seu trabalho
concentrou elementos e base teórica de pesquisas na linha
denominada ecologia matemática e, a partir de cálculos de
equação diferencial parcial, testou o modelo matemático na
represa do Rio Manso, localizada no Mato Grosso. A ideia,
segundo a pesquisadora, foi elucidar o espalhamento dos poluentes
nas águas dos rios, utilizando para isso, dados reais. “Os
resultados servem para se criar ações e estratégias no sentido
de deter o impacto ambiental causado pelos agroquímicos e
propor alternativas de diminuição da atividade em uma determinada
região”, exemplifica a pesquisadora.
A matemática estima que foram
realizadas, em média, 40 simulações numéricas para análise
de vários cenários possíveis, com o objetivo de se testar
a eficácia da modelagem. São utilizados índices de variações
do vento, redução da taxa de escorrimento de produtos agroquímicos,
o que tornam a modelagem confiável e segura. De inovador,
a pesquisa contém o uso de software GMSH acoplado às imagens
do freeware Google Earth, o que permitiu melhor aproximação
para a região de estudo. “Os resultados consistem em um
ponto de partida, por meio do qual podem ser incluídos novos
poluentes e fontes poluidoras, assim como simular outras regiões,
desde que inserido os devidos dados”, esclarece Leidy.
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