Avelino Rodrigues de Oliveira chegava à Unicamp em outubro de 1969 para
auxiliar na criação do Laboratório de Bioquímica do
Instituto de Biologia. Foi o primeiro coordenador do curso de Ciências Biológicas
e aposentou-se em 1962, deixando para trás uma intensa vida acadêmica.
Hoje, Avelino volta à Universidade, desta vez não mais como cientista,
mas como artista. Ele expõe, no prédio da Reitoria, 32 quadros pintados
nos mais diversos estilos, aquarela, nanquim e guache. Como ele mesmo traduz suas
obras retratam momentos e aspectos de sua infância parte dela
vivida em São Paulo.
Aos
64 anos de idade, o artista se sente feliz em fazer aquilo que por vários
anos de sua vida era apenas um hobby. Quando menino, eram raros os momentos em
que o cientista não estava com papel e lápis na mão. Com
o passar dos anos os rabiscos foram tomando forma até que se tornaram um
espetáculo multi colorido que compõe o ambiente do hall de circulação
da Reitoria. Avelino
nunca freqüentou uma escola de arte, pois sempre encarou a arte como um desafio.
Observador da natureza, ele garante que dela vem sua maior fonte de inspiração.
Tanto é, que as flores somam cerca de 30% dos seus quadros. Sua
ajudadora fiel, Dona Edwige com quem é casado há 40 anos
não por acaso também é sua incentivadora principal
para transpor para a tela a beleza das flores. Pinto para Edwiges. Em todos
os aniversários de casamento ela ganha flores, diz. Um
outro tema explorado pelo artista são os casebres, favelas e construções
inacabadas ou em demolição. O movimento e as cores dão
um toque especial na pintura., diz. Suas viagens a países como Estados
Unidos, França, Portugal e Holanda também serviram de cenário
para os trabalhos. Toda
disposição e envolvimento com a pintura garantiram ao artista plástico
cerca de 20 exposições na cidade e na região. A primeira,
ele nunca esquece, começou a partir do incentivo do casal Gilberta e Nicolau
Januzzi, da Faculdade de Educação e Instituto de Física Gleb
Wataghin por quem sente imensa gratidão. A cada dois anos, Edwige organiza
uma exposição no Ateliê de Avelino e atualmente, ele expõe
outros 30 trabalhos no Projeto Pão da Vida do Centro Corsini. Lá
Avelino, além de expor irá ainda, oferecer oficinas de pintura para
as crianças, filhos de pais portadores do vírus HIV. Catalogados,
o artista já possui mais de 500 exemplares e ainda se dedica a fazer uma
outra espécie de arte: cartões de Natal para presentear os amigos.
A iniciativa realizada há vários anos até virou tradição.
Muitos acabam emoldurando os cartões, transformando-os em pequenos
quadros. No
espaço artístico do Gabinete do Reitor vários quadros expostos
são de pessoas que colecionam seus quadros. Mas Avelino também colocou
à venda alguns exemplares para os apreciadores de seu trabalho. Seu Ateliê
fica na Rua Elisiário Pires de Camargo, número 100 Jardim
Chapadão. Informações nos telefones 3241-4501 ou 3788-4737.
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Trabalho,
Lar & Botequim O cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro
da Belle Époque
Zé
Galego, Paschoal e Júlia. A tríade central de personagens a partir
dos quais o professor Chalhoub investiga o cotidiano da vida dos trabalhadores
na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. O livro, agora
em 2° edição, começa com um homicídio: Antonio
Paschoal Faria é acusado de matar Antonio Domingos Guimarães, vulgo
Zé Galego. Quando ambos se encontravam num botequim, começaram a
discutir. Mais tarde, quando tudo pareceia Ter acabado, ouvem tiros de revólver,
e Zé Galego agoniza no chão, com uma bala que lhe perfurara o crânio.
O pivô de tudo pode ter sido Júlia, ex-amante de Zé Galego
e agora amásia de Paschoa. As controvérsias levantadas pelos jornais
da época fazem o narrador pesquisar a fundo os processos criminais que
foram a julgamento. Júlia,
segundo o acusado, estava presente na origem dos fatos, um botequim no qual vítima
e assassino jogavam por dinheiro. O livro de Chaloub é quase um libelo
em defesa da utilização abrangente de processos criminais em estudos
de histórias social. O livro pode ser lido como um romance, no qual
o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro da belle époque é
o tema central do livro, escrito com a seriedade de um folhetim, onde o rigor
não empana o gozo da leitura, conforme assinala o Paulo Sérgio
Pinheiro. Autor:
Sidney Chalhoub Editora da Unicamp 320 páginas - R$ 38,00 ---------------------------- A
estudante Ana Carolina Mundin, do Departamento de Artes Corporais do IA/Unicamp,
vai apresentar nos próximos dias 5, 6 e 7 de outubro, no palco da Confraria
da Dança (Rua 1° de Março, 497, Guanabara) o espetáculo
Reminiscências, a partir das 20 horas. O espetáculo busca basicamente
despertar no publico uma reflexão sobre a condição da mulher
na sociedade contemporânea. A partir do universo particular da mulher procura-se
refletir sobre a violência praticada contra o ser feminino, seja uma agressão
física, moral ou ideológica. Informações: 3213-3423. |