A
ameaça de ataques terroristas por meio de armas biológicas é
mais preocupante diante do potencial bélico existente em vários
países e do poder de contaminação de alguns agentes patogênicos.
A qualidade do antraz contido nos recentes atentados por correspondências
nos EUA nem se aproxima do produto desenvolvido na Rússia, onde
um acidente com apenas um grama de antraz geneticamente desenvolvido
causou a morte de 68 pessoas nas imediações do laboratório Biopreparat
em 1979, que já foi dos mais modernos do mundo e também realizou
experiências genéticas para aumento da virulência do Ébola e
varíola. Considera-se arma biológica todo agente capaz de causar
doença ou morte em indivíduos. Apenas uma pessoa contaminada
pela varíola poderia matar milhares de outras simplesmente ao
passear por um sistema de metrô de grandes cidades.
A
varíola, causada pela toxina botulínica, foi praticamente extinta
no mundo todo através da vacinação, mas atualmente existem poucas
pessoas imunes e a substância existe armazenada em muitos laboratórios.
Outras doenças, como a Tularemia e o vírus Ebola, podem ser
manipuladas para contaminar as pessoas. As informações são da
infectologista da Unicamp Maria Luiza Moretti Branchini, que
abordou em palestra no Caism no dia 1º de novembro, a história
do Bioterrorismo, as armas mais prováveis para utilização nesta
área, riscos e estado clínico de pacientes contaminados.
A
palestra originou de sua tese “Doenças Infecciosas, perspectivas
e tendências”, defendida pouco antes dos ataques terroristas.
Segundo Maria Luiza, desde os primórdios da humanidade existem
registros de uso de armas biológicas nos conflitos humanos.
Antes da teoria dos germes, gregos, romanos e persas colocavam
cadáveres para contaminar o inimigo. Na era medieval eram usadas
catapultas com cadáveres que tinham a peste bubônica. O que
eles não sabiam é que a peste é transmitida por pulgas, o vetor
natural, e não por pessoas contaminadas. Os ingleses no século
18 usavam lençóis contaminados por varíola para exterminar os
índios americanos, acertadamente, porque o vírus se propaga
pelo ar e o depósito é o indivíduo doente.
“No
mundo todo são realizadas experiências com armas biológicas.
Pelo menos 12 países possuem comprovadamente armas biológicas,
entre eles o Iraque, que sintetizou o bacilo antrhacis”, afirma
Maria Luiza. Alguns agentes precisam ser produzidos especialmente
para se tornar infectante. O antraz enviado para o Senado dos
EUA foi geneticamente desenvolvido para não aglutinar e se espalhar
melhor pelo ar. A forma de disseminação mais comum é aérea,
por vaporizador agrícola, o que explica a proibição de vôos
de pulverização nos EUA depois dos atentados. Entre as toxinas
que podem ser usadas como arma química uma das mais viáveis
para os terroristas é mesmo o antraz, devido ao baixo custo,
relativa facilidade de armazenamento, requer pouco conhecimento
e é de difícil prevenção. Não transmite, no entanto, de uma
pessoa para outra.
No
caso da varíola, o início de uma epidemia geraria um movimento
mundial de vacinação e poderia ser debelada novamente. A tularemia
exige um vetor, as pulgas, para se propagar. Na esteira da ansiedade
coletiva sobre informações de ataques biológicos, a Unicamp
está programando para dia 13 de novembro palestra de Ronan José
Vieria sobre a guerra química e no dia 06 de dezembro tem início
uma série de eventos abordando o bioterrorismo.
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Engenharia
de Alimentos – Representantes de aproximadamente 40 faculdades
de engenharia de alimentos de todo país estarão reunidos no
dia 14 (quarta-feira), no Centro de Computação da Unicamp, para
o 3o Fórum Nacional de Co-ordenadores do Curso de Engenharia
de Alimentos. O Fórum será uma oportunidade para discussão e
troca de experiências com o objetivo de alcançar uma melhoria
contínua na formação dos alunos através do aprimoramento dos
processos administrativos, acadêmicos e pedagógicos. Os assuntos
a serem abordados são: aplicação da LDB (inclusive Diretrizes
Curriculares), desen-volvimento do Projeto Pedagógico e do Plano
de Curso. As discussões serão transmitidas por um programa de
vídeo-conferência no endereço www. ead.unicamp.br.
Drogas
– A Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários realiza
no dia 14 (quarta-feira), às 10 horas, a palestra “Uso de Álcool
e Outras Drogas na Universidade”. A palestrante, professora
Florence Kerr-Corrêa, da Faculdade de Ciências Médicas da Unesp,
implantou recentemente o projeto da redução de consumo de álcool
entre estudantes da Universidade que leciona e possui significativa
experiência nesta área. A programação faz parte do Programa
de Redução do Uso de Substâncias Psicoativas na Unicamp. Toda
comunidade pode participar, mas o evento é dirigido especialmente
aos pró-reitores, diretores, dirigentes da administração e representantes
docentes, discentes e de funcionários nos colegiados da Universidade.
Informações: 3788-4714.
Energia
– A Coordenadoria Geral da Universidade e o Núcleo Interdisciplinar
de Planejamento Energético (Nipe) promovem no dia 13 (terça-feira),
às 9 horas o Se-minário “Energia”. O evento acontecerá no Auditório
da Faculdade de Engenharia Mecânica, bloco ID 2. Estarão presentes
os professores da FEM Gilberto Januzzi e Sérgio Bajay que falarão
sobre “Fundo Setorial de Energia Elétrica: Diretrizes Gerais”
e “Formulação de Políticas Públicas e Plane-jamento Energético
no Ministério das Minas e Energia”, respectivamente. Atual-mente
Januzzi presta trabalhos no Ministério da Ciência e Tecnologia
e Bajay no Ministério das Minas e Energia. Informa-ções: 3788-4951.
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