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..............Campinas, 12 a 18 de Novembro 2001

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...Bioterrorismo - pág. 2   ...Oportunidades - pág. 7
...Breves - pág. 2 ...Eventos Futuros- pág. 8
...Simpósio - pág. 3 ...Teses - pág. 8
...Campanha - pág. 3 ...Arte e Serviço - pág. 9
...Saúde - pág. 4 ...Imagem - pág. 10
...Educação e Cire - pág. 4 ...Lançamento - pág. 10
...Painel da semana- pág. 5 ...Língua - pág. 11

...Em dia- pág. 6

...Cotil - pág. 11
...Inscrições - pág. 7 ...Pessoas - pág. 12
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Na roda do coração

Ele dedilha as cordas de sua viola com o zelo de um profundo conhecedor. A voz, ao fundo, anuncia a canção que vem a seguir: “Nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas ...” É assim, com música, que em geral a presença de Clayton de Campos Pereira, 44 anos, transplantado hepático, é anunciada na Enfermaria de Gastrocirurgia do HC, quando retorna para se submeter a exames de rotina. “O pessoal daqui me recebe bem. Toco para médicos, enfermeiros e pacientes. Ultimamente, uso muito a minha viola sertaneja, mais compacta que um violão e com dez cordas de aço.

É bem característica: tem guizo de cascavel e uma fita vermelha. Não que seja supersticioso. Trata-se apenas de uma tradição das festas do Divino”, explica o músico. Igor Henrique Noda, residente da Gastrocirurgia, encara como muito positiva a presença de Clayton naquela ala em que esteve internado na semana do dia 12 de outubro. “Este paciente mudou completamente o ambiente triste da Enfermaria. Não foram raras as vezes que ele reuniu muita gente à sua volta para cantar, cativando a todos”, elogia Igor. Clayton faz uma seqüência de Beto Guedes, Beatles, Sérgio Bittencourt, Conjunto Santa Cruz e Nei Mato Grosso (já compôs para os dois últimos). Mesmo com uma incômoda máscara, para se proteger de infecções oportunistas, ele é capaz de traduzir sofrimento em alegria com a maturidade de um músico e o músico com a simplicidade de sua própria história. Esse dualismo só pode ser explicado, segundo ele, por quem o conhece. Para quem não, Clayton conta em versos musicados o que a evolução de uma hepatite C já o fez refletir: “Olho o dia chegando, a roda girando.

Meu corpo balança ...” Trajetória – A música começou cedo na vida de Clayton: aos 8 anos, tocava violão e fazia canto e, aos 14 anos, realizava composições. Depois disso, não parou mais. Gravou um compacto simples e saiu divulgando-o principalmente no Estado de São Paulo. Ele sempre cantou “na noite” e em festivais de música. Compôs para peças teatrais, com sonoplastia ao vivo. Integrou o Grupo de Violeiros Madrigal da Rainha, de Sorocaba. Fez estágio com o reconhecido maestro Pedro Cameron. Atualmente, estuda música clássica e acumula 60 composições. Mas como nem tudo é música, Clayton relata que já sofreu três rejeições do fígado que recebeu há praticamente um ano, na véspera do Natal. “Acreditava que estava renascendo naquele momento”, diz. “Foi a minha grande chance, embora sabendo das limitações que poderiam vir.” E vieram. Além do tratamento da patologia, Clayton passou a enfrentar dificuldades em sua profissão, como professor de História, ao se afastar para a cirurgia, seguida de transplante, assunto abordado em matéria que concedeu recentemente à Revista Isto É. “Fui professor do Ensino Médio em Sorocaba e em Capão Bonito, e de um Cursinho Pré-Vestibular”. Emociona-se. “Pretendo voltar a lecionar. A disciplina de História é empolgante”, planeja Clayton, que é casado, tem uma filha e, por herança, a música.

 
 
 

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