| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 333 - 14 a 20 de agosto de 2006
Leia nesta edição
Capa
Artigo: Burocracia e Biodiversidade
Cartas
Geociências e nova era
Origem do mel
Aroma e prevenção de doenças
Muitos mundos
Língua portuguesa
Agualusa e o mundo
Teatro infantil
Painel da semana
Teses
Livro
Destaques do portal
Jabuti
Ajuda de cão-guia
Desfibrilador em estabelecimentos
Prêmio Bunge
 

11a

Fisioterapeuta defende
instalação de desfibrilador
em estabelecimentos

O fisioterapeuta Carlos Ovalle: Londrina e Araras já regulamentaram instalação do desfilibrador. (Foto: Antoninho Perri)O desfibrilador, aparelho que emite choques elétricos em caso de parada cardíaca, pode ser a diferença entre a vida e a morte. Se o equipamento for usado para a ressuscitação diopulmonar nos primeiros 4 minutos de uma parada respiratória, as chances de sobrevida são de 40%; sem nenhum atendimento inicial e chegando em 10 minutos ao hospital para o suporte avançado, as chances do paciente serão de zero a 2%. Nesse sentido, o fisioterapeuta Carlos Ovalle defende a instalação do aparelho em locais com intensa circulação de pessoas, informando sobre a existência de desfibriladores automáticos que podem ser operados por leigos e, em casos de urgência, salvar muitas vidas.

Pesquisa comprova fácil utilização do
aparelho por leigos

A morte em 2004 do jogador Serginho, do São Caetano, trouxe à tona a necessidade de acesso rápido aos cuidados iniciais no caso de parada cardíaca, destacando a importância do aparelho. Carlos Ovalle afirma que o treinamento de leigos deveria ser oferecido por hospitais, citando o exemplo do HC de São Paulo, onde inclusive os ascensoristas estão preparados para usar o desfilibrador.

“A importância do treinamento prévio no uso do desfibrilador externo automático por fisioterapeutas e enfermeiros” é o título da dissertação de mestrado que Ovalle apresentou na Faculdade de Ciências Médicas, sob orientação do professor Sebastião Araújo. Ele argumenta que o atendimento avançado realizado no paciente internado, feito pela equipe médica, é fundamental, mas que algumas categorias profissionais poderiam treinadas para uso do aparelho. Em tempo entre a ocorrência e o socorro poderia ser menor, caso todos estivessem devidamente preparados para utilização do modelo externo e automático. “A primeira pessoa que percebesse o incidente já recorreria ao aparelho, até a chegada da equipe especializada”, sugere.

Por outro lado, esclarece o fisioterapeuta, o socorro prévio que acontece fora do hospital – e que constitui a maioria das ocorrências – poderia ser feito por qualquer pessoa. Nesses casos, seriam utilizados os equipamentos automáticos de fácil manuseio. Por isso, Ovalle insiste na importância do equipamento em locais públicos para reduzir o tempo de atendimento, iniciativa já tomada em algumas cidades. Em Londrina, uma regulamentação, obriga a instalação do desfilibrador em estabelecimentos comerciais e bancos, por exemplo. No Estado de São Paulo, a cidade de Araras é a pioneira em também estabelecer legislação a respeito. “São iniciativas pontuais que poderiam ser estendidas para todo o país, caso fosse votado o projeto de lei sobre o assunto que tramita no Congresso há três anos”.

Pesquisa – O estudo realizado por Carlos Ovalle, além de sustentar a importância de discutir o tema nos hospitais brasileiros, traz outras conclusões sobre a facilidade de uso do desfibrilador. Ele comparou dois grupos distintos dentro de um hospital universitário, somando um total de 40 voluntários. Um deles com e o outro já havia sido treinado. Obviamente, os indivíduos treinados precisaram de menos tempo para acionar o aparelho, mas o detalhe é que o desempenho dos não treinados superou as expectativas. Com notas de zero a 17, a maior do grupo treinado foi 14, maior do grupo; entre os não treinados, a maior nota foi 13. Na média, os treinados tiveram nota 12 e os não treinados ficaram com nota 6. Com relação ao tempo, principal item a ser considerado, a média entre os treinados de 2,2 minutos, e do grupo de 2,49, sendo que maior tempo para o socorro não ultrapassou o considerado ideal de 4 quatro minutos, ficando em 3,58. Segundo Carlos Ovalle, os dados comprovam a facilidade no manuseio do equipamento, que possui comando de voz e funções programadas. Os passos são indicados no próprio desfilibrador, mas ainda assim o fisioterapeuta sugere um treinamento de no mínimo quatro horas.

.

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2005 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP