Unicamp
Jornal da Unicamp
Baixar versão em PDF Campinas, 17 de abril de 2012 a 22 de abril de 2012 – ANO 2012 – Nº 523Carreira docente é reestruturada
CGU retoma e finaliza importantes projetos, entre os quais o da avaliação institucional
A Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), nesses três anos de gestão, teve condições de desenvolver inúmeras iniciativas e avançar em relação ao passado, retomando projetos que a Unicamp não pôde realizar por fatores alheios à vontade de administrações anteriores. “Restrições orçamentárias acabam frustrando planos e projetos. Para nossa satisfação, temos conseguido navegar por águas tranquilas, graças a um equilíbrio orçamentário positivo, levando adiante um conjunto de projetos que há tempos aguardavam pelo momento propício”, avalia o professor Edgar Salvadori De Decca, coordenador-geral da Universidade.
Já um projeto recente a cargo da CGU, que teve impacto significativo na vida dos professores, na opinião de Edgar De Decca, foi de reestruturação da carreira docente na Unicamp. “Criamos um nível intermediário entre MS-3 e MS-5 e mais dois níveis entre MS-5 e MS-6. A carreira agora começa em MS-3.1, passando para MS-3.2 e, mais à frente, vêm os MS-5.1, MS-5.2 e MS-5.3, até o MS-6. Os interstícios aumentaram e a carreira ficou mais longa para os ingressantes, enquanto aqueles que já pertenciam ao quadro tiveram seus direitos garantidos.”
O coordenador-geral observa que, desde outubro do ano passado até agora, 64% dos docentes que pediram promoção já foram contemplados. Esta gestão também tem conseguido assegurar a reposição do quadro docente, com uma média anual de 50 novas contratações na carreira MS. “Já realizamos quatro chamadas e teremos outra a partir de junho. Ao final da nossa administração, chegaremos a 250 ingressantes, sem contar as 75 vagas aprovadas pelo Conselho Universitário para a criação do corpo docente da Faculdade de Ciências Aplicadas. Nesse ano, fizemos também uma chamada inédita para contratação de pesquisadores para os centros e núcleos.”
Uma premissa adotada pela CGU, conforme o coordenador-geral, foi o direcionamento das novas vagas para cobrir as aposentadorias compulsórias em todas as unidades, sendo que nenhuma ficou com o quadro desfalcado. “Ainda dentro da promoção na carreira MS, foram feitas quatro chamadas para vagas de professor titular, o que dá mais de 120 concursos. Isso representa uma enorme qualificação do nosso quadro, atendendo a pressão principalmente dos antigos MS-5, que possuíam currículo mas não encontravam disponibilidade de vagas.”
Avaliação institucional
No dia 27 de março último, os membros do Consu receberam o relatório da Avaliação Institucional, referente ao período 2004-2008, resultado de quase dois anos de trabalho sob a coordenação técnica da CGU. O diagnóstico abrangente e minucioso envolveu 24 comissões internas das unidades e outras 20 comissões da Coordenadoria de Centros e Núcleos (Cocen), somando 360 docentes, pesquisadores e funcionários. Um parecer adicional sobre o funcionamento das unidades veio de 133 avaliadores externos.
A Avaliação Institucional tem o objetivo de identificar aspectos que devem ser melhorados e aqueles que efetivamente contribuíram para a melhoria das atividades acadêmicas e administrativas, bem como seus resultados. “É um dos processos mais importantes vivenciados pela Universidade, difícil e demorado, pois trata de avaliar todos os cursos de graduação e de pós-graduação, a pesquisa, os centros e núcleos, a extensão e a gestão administrativa”, ressalta Edgar De Decca.
Ele atenta que a avaliação serve de base para o planejamento estratégico da Universidade, que por sua vez é peça fundamental para orientação de políticas futuras. “É a avaliação que permite visualizar nossas ações para o período de 2011 a 2015. O documento será levado ao conhecimento não apenas dos docentes e funcionários, como do Conselho Estadual de Educação, dos parceiros USP e Unesp, e também da Assembleia Legislativa, como forma de prestação de contas para a sociedade.”
Uma grande diferencial desta Avaliação Institucional em relação à anterior (1999-2003), segundo De Decca, foi o aperfeiçoamento da coleta de informações com o desenvolvimento de uma nova ferramenta computacional. “Perdia-se muito tempo no levantamento dos dados quantitativos. Agora, a captação ficou praticamente por conta da CGU e as comissões de avaliação puderam concentrar seus esforços na análise qualitativa. Os Centros e Núcleos da Cocen foram incorporados ao processo, mediante alguns ajustes, o que padronizou a avaliação.”
Projetos do CT-Infra
Em 2001, a Finep institui o Fundo de Infraestrutura (CT-Infra) para viabilizar a modernização e ampliação da infraestrutura e dos serviços de apoio à pesquisa em universidades públicas, financiando reformas de laboratórios e compra de equipamentos, entre outras ações. Nesta gestão, a CGU encaminhou três projetos, sendo dois já aprovados, no montante de R$ 18,3 milhões. “Enviamos a terceira proposta em março, que deve ser apreciada em maio, solicitando 20 milhões de reais – a expectativa é de recebermos pelo menos metade desse valor, somando 30 milhões em recursos apenas da Finep nesses três anos,” prevê o coordenador-geral.
O primeiro projeto do CT-Infra destina R$ 8,3 milhões para a construção da Biblioteca de Obras Raras (Bora) e R$ 416 mil para digitalização do acervo e informatização do Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio (Cedae). O segundo projeto visa à construção do Laboratório Integrado Engenharia Molecular (R$ 3,6 milhões), do Centro de Medicina Translacional (R$ 2,5 milhões) e do Herbário e Museu de Zoologia (R$ 3,3 milhões). “São projetos de grande impacto na Universidade. E ainda estamos executando obras que vêm desde 2001, com repasses da Finep da ordem de 7 milhões de reais”.
Espaço da escrita
No âmbito acadêmico, Edgar De Decca destaca a criação do Espaço da Escrita, onde são oferecidos serviços de tradução e assessoria aos docentes, no intuito de facilitar e estimular a publicação e apresentação de seus trabalhos em revistas científicas e congressos internacionais. “O crescimento da procura pelo serviço tem sido exponencial. Os trabalhos são traduzidos majoritariamente para a língua inglesa, mas também para o francês, alemão, espanhol e italiano.”
De 2008 a março de 2011, o Espaço da Escrita traduziu 1.248 trabalhos acadêmicos, sendo que 34% deles foram publicados. Descendo à minúcia, chega-se a um total de 6,3 milhões de palavras traduzidas. Ao mesmo tempo, houve a realização de cinco workshops em parceria com a Fapesp e a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). “Outra medida na qual investimos é a oferta de cursos de redação científica em língua estrangeira. Estão programados dois workshops dedicados exclusivamente à escrita de trabalhos científicos”.
Bibliotecas
O Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) vem merecendo dedicação especial da CGU, por meio do incremento da aquisição de periódicos e livros, seja com recursos orçamentários ou através do projeto FAP Livros da Fapesp. “Estamos promovendo a migração de parte desse material bibliográfico para a base de periódicos da Capes, o que vai resultar em boa economia para a Universidade. Por outro lado, a Biblioteca Central está aperfeiçoando cada vez mais os serviços aos usuários. Acabamos de instalar dois equipamentos que permitem o autoempréstimo de livros, eliminando a intermediação de um funcionário – IFGW, IFCH, IEL e IMECC também receberão esta máquina, que custa 40 mil reais.”
Fóruns Permanentes
Concebidos pela CGU, os Fóruns Permanentes estão consolidados como espaços de interação entre academia e sociedade na prospecção e discussão de temas abrangentes, como Arte, Cultura e Educação, Ciência e Tecnologia, Desafios do Magistério, Empreendedorismo e Inovação, Ensino Superior, Esporte e Saúde, Meio Ambiente e Socidade e Extensão Universitária. Foram organizados 111 fóruns de 2009 a 2011, que atraíram quase 20 mil participantes – e mais 64 eventos estão programados para 2012. “Os fóruns começaram a ser transmitidos via Web a partir do ano passado, mas esperamos torná-los acessíveis a todos até o final da gestão, inclusive aqueles que estão gravados”.
UPA
Promovida anualmente para mostrar o funcionamento da Unicamp a alunos e professores do ensino fundamental e médio, a UPA – Universidade de Portas Abertas – é uma das atividades prioritárias da CGU. A edição de 2011 teve cerca de 60 mil visitantes nos dois dias de programação. “A UPA continua sendo um evento importantíssimo por apresentar a Universidade para o potencial candidato ao nosso vestibular, e tem crescido de forma acentuada. Devemos, inclusive, realizar mudanças em 2012, visando diminuir transtornos que esse gigantismo tem causado dentro do campus e nos arredores da Universidade, como congestionamentos em rodovias. Mas são transtornos que, afinal, demonstram o sucesso da iniciativa”, conclui Edgar De Decca.