Edição nº 523

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 17 de abril de 2012 a 22 de abril de 2012 – ANO 2012 – Nº 523

Parcerias garantem maior inserção em nível global

Convênios e intercâmbios consolidam reputação de universidade de pesquisa de classe mundial

Responsável por auxiliar a Unicamp a fortificar sua presença internacional, a Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori) intensificou no triênio ações para ampliar a exposição da Universidade no exterior, objetivando uma nova perspectiva de posicionamento global para a instituição. A promoção de workshops científicos em parceria com respeitadas universidades estrangeiras e o ingresso em redes de universidades de ponta contribuíram para intensificar a mobilidade e a troca de experiência acadêmica de docentes e estudantes, e contribuíram para elevar a reputação da Unicamp como universidade internacional de pesquisa, como demonstra, por exemplo, o expressivo crescimento de visitas de delegações ou de representantes de instituições estrangeiras a Unicamp.

Nos últimos meses, a Cori viu quadruplicar o número de visitas de delegações estrangeiras a Unicamp. Em fevereiro, por exemplo, a Universidade recepcionou nada menos que 22 delegações.

“Isso é resultado em grande parte da visibilidade alcançada pela Unicamp no exterior. As pessoas querem vir conhecer a instituição”, afirma o professor Leandro Tessler, coordenador do órgão.

Em paralelo aos esforços para a internacionalização das atividades de pesquisa da Unicamp desenvolvidos por pró-reitorias como as de Pesquisa e Pós-Graduação, a Cori adotou estratégias com o intuito de ampliar a exposição da instituição no exterior. Uma delas foi intensificar a participação da Universidade em eventos internacionais de educação superior.

Entre os benefícios da iniciativa está o incremento de convênios e intercâmbios estudantis além daqueles nos quais a Unicamp já possui tradição, como os programas com Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, no contexto da AUGM (Associação das Universidades do Grupo Montevidéu), e com redes formadas por universidades europeias no âmbito do programa Erasmus Mundus.

Workshops
Para expandir as relações internacionais da Unicamp, a Cori também participou de missões ao exterior, mirando, sobretudo, universidades potencialmente parceiras nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina. As visitas têm resultado em acordos bilaterais de cooperação com algumas das instituições visitadas, como a universidade canadense McMaster, a Brown University, a Universidade Tecnológica de Munique e a Universidade Livre de Berlim.
Outra novidade foram os eventos denominados Workshops Unicamp, encontros científicos organizados pela Cori em conjunto com instituições estrangeiras parceiras a partir de contatos estabelecidos por Leandro e outros docentes da Universidade em eventos internacionais.
“Identificamos assuntos de interesse mútuo e promovemos um evento para apresentar as pesquisas afins que realizamos, proporcionando uma rica oportunidade de interação dos nossos docentes e estudantes com os professores que trazemos de fora”, explica Leandro.

Dois encontros já foram organizados no campus, um com a participação de pesquisadores da Universidade Yale (sobre temas como saúde pública, saúde global e doenças tropicais) e outro com acadêmicos da Universidade McMaster (abordando fotovoltaicos, fotônica, nanotecnologia e água). Para setembro, está prevista a viagem de um grupo da Unicamp à instituição canadense.

“O programa tem sido uma excelente oportunidade não só para o intercâmbio acadêmico como também para a troca de experiências e para o fomento de atividades de pesquisa conjunta. O objetivo é alcançar todas as áreas do conhecimento”, salienta Leandro. “A expectativa é que os workshops se transformem em um instrumento eficaz de criação de laços de longo prazo da Unicamp com universidades do exterior por meio de projetos de pesquisa comuns.”

Instituto Confúcio
Em outra frente de trabalho, a Cori tem atuado no sentido de valorizar a importante referência em que a Unicamp se transformou no intercâmbio estudantil na América Latina, especialmente na pós-graduação.

“O nosso principal contingente de alunos estrangeiros é de latino-americanos. Portanto, estamos firmando mais a posição da Unicamp como receptora desses estudantes, priorizando alguns projetos de intercâmbio dentro do continente”, informa Leandro.

Ao mesmo tempo, revela, a Cori tenta dar passos rumo a outros continentes. Atualmente, negocia acordos para trazer também pós-graduandos das mais relevantes universidades africanas lusofônicas. Segundo o coordenador, contatos nesse sentido já estão bem adiantados com instituições de Cabo Verde e Guiné-Bissau. “Pretendemos realizar também com eles um workshop de pesquisas e fomentar a troca de experiências e de pessoal”.

Do mesmo modo, a Unicamp, via Cori, busca estabelecer laços com instituições chinesas. “Assim como achamos que é estratégico para os próximos anos uma aproximação com a África, entendemos ser fundamental nos aproximarmos também da China”, argumenta Leandro.

A primeira iniciativa nessa direção está sendo o estabelecimento de uma parceria com a Beijing Jiaotong University (centro de ensino e pesquisa focado em transporte e engenharia) para a criação na Unicamp daquela que viria a ser a quarta unidade brasileira do Instituto Confúcio, tradicional entidade voltada à promoção da língua e da cultura da China e ao apoio ao ensino da língua chinesa em todo o mundo.

Reestruturação
Para o atendimento da crescente demanda de internacionalização na Unicamp foi necessário elaborar um plano de reestruturação da Cori, observa Leandro. As atuais instalações da unidade, junto ao complexo da Reitoria, serão transferidas para um novo prédio de 400 m2 anteriormente ocupado pela marcenaria da Universidade e que foi reformado para abrigar a nova função, quadruplicando o atual espaço físico do órgão.

O posto de atendimento aos estudantes localizado na Biblioteca Central (BC) também deverá mudar para uma área maior e com melhor funcionalidade hoje ocupada pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ciddic) no piso térreo da própria BC.

“Com o novo espaço teremos condições de funcionar adequadamente dentro da demanda atual, que é muito grande”, afirma o coordenador de relações institucionais e internacionais da Universidade.

Ele observa que, qualquer que seja o parâmetro de avaliação, constata-se o significativo crescimento da internacionalização da Unicamp na gestão do reitor Fernando Costa – conforme revelam indicadores como o aumento do número de intercâmbios e o maior prestígio desfrutado pela Universidade no cenário mundial –, fruto não só de iniciativas da Cori, mas como consequência de um processo global da instituição.

“Não estávamos prontos para essa demanda, e o que temos conseguido fazer, da melhor maneira possível, nessa fase de transição, de adaptação, é fruto do esforço pessoal da nossa equipe”, salienta, revelando que o número de funcionários também deverá ser ampliado como parte da reformulação em curso. “Já houve uma melhora nesse sentido, pois quando assumi a equipe se resumia a um coordenador e dois assessores, o que não era compatível com o volume de atividades. O número de assessores, por exemplo, dobrou”.

 

Redes de elite

 

O fortalecimento de alianças entre a Unicamp e universidades internacionais reconhecidas por sua alta qualidade de ensino e pesquisa, por meio da participação em redes de instituições de elite, foi outra ação fomentada pela Cori no conjunto de esforços empreendidos pela maior inserção internacional.

O mais recente exemplo do reconhecimento internacional da posição da Unicamp como uma universidade de ponta foi seu ingresso, em março, como o 19º membro – e o primeiro na América Latina – da Worldwide Universities Network (WUN), uma das mais renomadas e seletas redes de universidades do mundo.

Das 18 universidades que compõem a WUN atualmente, cinco estão no Reino Unido e quatro, nos Estados Unidos. Há ainda duas na Austrália, duas na China e uma na África do Sul, no Canadá, em Hong Kong, na Noruega e na Nova Zelândia. O Brasil é o terceiro país emergente com um representante na rede.

A participação em uma rede prestigiosa como essa era uma conquista há muito almejada pela Unicamp para o seu projeto de internacionalização, enfatiza Leandro.

Como membro da WUN, a Unicamp terá direito a participar dos "Global Challenges", programas que reúnem dezenas de grupos de pesquisa interdisciplinar vinculados à rede em torno de assuntos de interesse mundial, como mudança climática e segurança alimentar; saúde pública; reforma do ensino superior e da pesquisa, entre outros.

A Universidade poderá ainda estabelecer colaborações para o intercâmbio de pesquisadores e alunos de pós-graduação com as demais instituições integrantes da rede, além de compartilhar recursos para ensino e concorrer aos financiamentos oferecidos pela WUN.