Unicamp
Jornal da Unicamp
Baixar versão em PDF Campinas, 17 de abril de 2012 a 22 de abril de 2012 – ANO 2012 – Nº 523Pós está atenta às novas demandas
PRPG investe na criação e na atualização de programas
Na Pró-Reitoria de Pós-Graduação, o pró-reitor Euclides de Mesquita Neto apresenta indicadores de que a Unicamp vem mantendo o nível de excelência dos seus cursos nos últimos três anos, ressalta a preocupação com a atualização e criação de programas frente a mudanças na área de pesquisa e das novas demandas do país, e também aponta os desafios que estão colocados à frente. “Mantemos nosso status quo na pós-graduação, nossa posição de destaque no cenário nacional, que é reflexo de uma política continuada e acertada adotada ao longo das últimas gestões para a valorização das atividades acadêmicas em todas as instâncias da Universidade.”
O triênio também se caracterizou por um crescimento leve do número de alunos regulares nos programas de mestrado da Unicamp. No ano de 2009, o número de estudantes matriculados era de 5.280, enquanto em 2011 chegou a 5.323. Em 2000, esse número era de 4.481, o que evidencia crescimento moderado, porém constante. “A maturidade de nossos programas de doutorado está claramente caracterizada. Desde 2003, a Unicamp apresenta mais pós-graduandos matriculados no doutorado do que no mestrado. No triênio 2009-2011, esta tendência foi confirmada, partindo-se de 5.495 alunos em 2009 para 5.783 em 2011.”
Este crescimento do número de pós-graduandos vem acompanhado do aumento das bolsas disponibilizadas pelas principais agências de fomento: Capes, Fapesp e CNPq. Em 2009 o sistema de pós-graduação da Unicamp era financiado por 4.195 bolsas, sendo 1.978 de mestrado e 2.217 de doutorado. Uma ação qualificada junto a algumas agências permitiu elevar este número para 4.835 bolsas – 2.198 de mestrado e 2.637 de doutorado – em 2011.
Recorrendo ao Anuário Estatístico da Unicamp, Mesquita Neto observa que foram formados 871 doutores em 2009, 826 em 2010 e 818 em 2011, dentro da média histórica de 800 titulados por ano. “No final de 2010, tínhamos 1.710 docentes com o título de doutor. Se dividirmos os 789 doutores formados no ano passado pelo total de docentes, chegaremos ao índice de 0,48 tese/ano por docente. Nenhuma universidade brasileira possui indicador tão alto. Em relação às dissertações de mestrado, foram defendidas 1.221 em 2009, 1.245 em 2010 e 1.354 em 2011, num crescimento continuado.”
Segundo o pró-reitor, também contribui para a qualificação da pós-graduação o fato de a Unicamp estar sempre atenta às avaliações periódicas da Capes. “Na última avaliação, do triênio 2007-2009, tivemos 46,8% dos nossos programas com notas 6 e 7 (nível de excelência), a maior proporção atingida por uma universidade brasileira até agora, e 37% com a nota 5. Isso significa que 84% dos nossos cursos foram classificados pela Capes como acima da média.”
Mesquita Neto afirma que é pequeno o número de notas 4 e que a Universidade possui uma política de não manter cursos nota 3 por longos períodos, seguindo a dinâmica de avaliação da PRPG e da Comissão Central de Pós-Graduação (CCPG). “No caso de programas que mostram dificuldades na avaliação da Capes, criamos mecanismos de suporte para aprimorá-los ou mesmo reformatá-los. Já tivemos programas antigos reformulados em novos mestrados e doutorados.”
No que se refere à atualização das linhas de pesquisa, o pró-reitor menciona alguns dos cursos criados recentemente, como de mestrado e doutorado em ciências de produtos bioativos, do Instituto de Biologia (IB); mestrado em ciências de nutrição e suporte ao metabolismo, na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA); doutorado em relações internacionais, um programa interinstitucional envolvendo o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Unesp e PUC de São Paulo; mestrado e doutorado em Arquitetura, Tecnologia e Cidade, na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC); e doutorado em gerontologia, na Faculdade de Ciências Médicas (FCM).
Minter-Dinter
O reconhecimento deste esforço da Unicamp para manter esta excelência vem da própria Capes, por meio de prêmios concedidos anualmente às melhores teses de doutorado nas várias áreas do conhecimento, considerando os quesitos originalidade e qualidade. “Em 2009, recebemos seis Prêmios Capes, entre 43 concorrentes de universidades públicas, sendo dois Grandes Prêmios, além de cinco menções honrosas; na versão de 2010, foram oito prêmios, de um total de 45, e sete menções honrosas. Desde 2006, acumulamos cinco Grandes Prêmios Capes.”
A Unicamp tem participado fortemente nos projetos de Mestrado e Doutorado Interinstitucional (Minter-Dinter), promovidos pela Capes. No triênio 2009-2011, a Unicamp manteve quatro programas na modalidade Minter e nove na modalidade Dinter, envolvendo diversas instituições de ensino superior de vários estados. “A importância desses programas reside no fato de que a excelência dos nossos cursos contribui para a formação de recursos humanos de alta qualificação em regiões menos desenvolvidas em C&T no país.”
Estágio Docente
De acordo com Euclides de Mesquita Neto, sua Pró-Reitoria está dando ênfase e gastando energia e recursos no Programa de Estágio Docente (PED), por causa da sua importância para a qualificação do pós-graduando. “No PED, o aluno aprende a realizar atividades didáticas junto à graduação preparando-se para uma vida que pode ser a de professor. Mas acho que o contato com o ensino é uma experiência que rende bons frutos e melhor qualificação para todos os alunos, independente da carreira que se vai seguir.”
A barreira dos mil estagiários do PED foi rompida em 2007, com 1.018 bolsistas e voluntários, indo a 1.082 em 2008, 1.149 em 2009, 1.188 em 2010 e saltando para 1.309 em 2011. Em conjunto com a Pró-Reitoria de Graduação, foi implementada uma atividade de aperfeiçoamento didático dos alunos envolvidos no PAD e no PED. “A perspectiva é de continuar crescendo, pois esta administração tem sido sensível ao programa e alocado recursos também de forma crescente. Estamos investindo principalmente no PED ‘C’, em que o pós-graduando dá suporte às atividades de ensino na graduação: ele se qualifica ao mesmo tempo em que dá suporte.”
No período de 2004 a 2011, cerca de 7.600 alunos participaram do PED. Quanto aos docentes, 60% já atuaram como supervisores de projetos. “Na proposta orçamentária para o ano de 2012 estão destinados R$ 3,5 milhões para financiar atividades do programa. Estes recursos irão viabilizar a participação de aproximadamente 1.300 estagiários, bolsistas e voluntários.”
Outra novidade, já aprovada pelo Conselho Universitário (Consu), é a permissão para que funcionários da carreira Paepe (Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão), que possuam a qualificação de doutorado, atuem como professores plenos na pós-graduação, o que antes era vetado. “A medida resulta do fato de que o quadro de funcionários não docentes se qualificou bastante e que muitos deles têm contribuições a dar para a pós-graduação”, endossa o pró-reitor.
Internacionalização
Mesquita Neto lembra que a PRPG participou intensamente no processo de internacionalização da Unicamp no triênio 2009-2011. Entre as atividades, destaca a coordenação – em parceria com PRP, PRG e Cori – do Grupo de Trabalho instituído em 2009 para estabelecer as estratégias para o setor. Em parceria com a PRP, foi lançado o Edital de Visita de Pesquisadores, entre o final de 2009 e o início de 2010. “O programa financiou 26 visitas de pesquisadores estrangeiros, oriundas de 18 unidades, por períodos de 15 dias a 60 dias, em alguns casos acompanhados de um pesquisador júnior. Os visitantes vieram de 11 países da Europa e das Américas do Norte e do Sul. Devido à grande demanda e ao sucesso obtido, o programa teve uma segunda chamada em 2011: nesta, a visita dos estrangeiros também pôde ser acompanhada de uma visita do anfitrião da Unicamp ao grupo do visitante no exterior.”
Os programas de cotutela com duplo-diploma com boas universidades do exterior têm sido estimulados. A partir de 2009, cerca de 30 novos acordos foram firmados, com importantes instituições da França, Portugal, Itália, Suécia, Finlândia, entre outras. Em termos de convênios que envolvem o intercâmbio de pós-graduandos e a realização conjunta de projetos de pesquisa, uma boa expansão vem sendo obtida junto a conhecidas instituições do Reino Unido, Bélgica, Portugal, Alemanha, Canadá, Espanha, Suécia, Itália e França, além de várias na América Latina.
Uma importante novidade para 2012, aprovada pela Comissão Central de Pós-Graduação (CCPG), é a possibilidade de as teses serem escritas integralmente em inglês ou espanhol, dependendo somente de um acordo entre orientador e orientado. Da mesma forma, as defesas das teses podem ser realizadas nas duas línguas, mediante anuência dos membros da banca. “Dentro da proposta de intensificar o processo de internacionalização dos quadros docente, discente e técnico, achamos que a medida é um forte atrativo para que alunos estrangeiros venham desenvolver suas teses na Unicamp.”
Redefor
As atividades de extensão, oferecendo um serviço mais direto à sociedade, também merecem atenção especial da PRPG, ressalta Mesquita Neto, que faz menção especial ao programa Redefor – Rede São Paulo de Formação Docente, do governo estadual. “A Unicamp tem atuação destacada nesse programa voltado à qualificação de professores do ensino fundamental II e médio. Participamos de cinco áreas: educação física, física, história, língua portuguesa e matemática. O primeiro módulo, que já está no final, contemplou quase 3.500 professores; no segundo módulo serão quase oito mil, totalizando cerca de 12.000 profissionais.”
Infraestrutura
A PRPG tem participado regularmente dos editais Pró-Equipamentos da Capes, que é uma linha de financiamento para equipamentos destinados a pesquisas em programas de pós-graduação. “Existe um teto, baseado no número de cursos de cada instituição, mas temos acertado a mão nos pedidos e recebido quase a totalidade dos recursos: foram 1,9 milhão de reais no primeiro edital, 2 milhões em 2010 e 2,75 milhões em 2011. Este sucesso pode ser atribuído à colaboração de todos os programas e unidades, que apresentaram projetos de alta qualidade”.
Difusão de teses
Uma das formas de difundir a forte produção científica, tecnológica e artística da Unicamp é através da divulgação das teses e dissertações produzidas. Para isso adotaram-se estratégias para aumentar o contingente de teses e dissertações disponibilizadas pela Internet, garantindo-se a rastreabilidade da informação. “A Biblioteca Digital da Unicamp finalizou em outubro de 2009 a primeira etapa de seu projeto, com a digitalização de 100% das teses defendidas – somos a primeira instituição do país a ter todas as suas 36.730 teses com acesso via Internet. Esse trabalho gerou, entre 2009 e 2011, um total de 2,6 milhões de downloads.”
Programa PPPD
O Consu aprovou, em março último, a criação do Programa de Pesquisador de Pós-Doutorado (PPPD), que visa dar um vínculo acadêmico aos pesquisadores doutores que desejam complementar sua formação acadêmica em atividades de pesquisa, orientação e participação em atividades de ensino na Unicamp. “A adesão ao programa é obrigatória a todo pesquisador doutor que obtiver financiamento para desenvolver seu plano de pós-doc em tempo integral na Universidade. Como contrapartida, ele receberá uma identidade acadêmica que lhe facultará acesso a diversos benefícios, como bibliotecas e restaurantes, e ao final de sua estada como pesquisador, um certificado detalhando as atividades aqui desenvolvidas.”
Comentários
PPPD
Gostaria de parabenizar nosso Magnífico Reitor, o CONSU e a PRPG pelo Programa PPPD. Acho que está mais que na hora dos Pesquisadores de Pós Doutorado darem sua contribuição à UNICAMP, em pesquisa, orientação e participação em atividades de ensino na Unicamp, conforme especificado no texto do Pro-Reitor Prof. Mesquita Neto. Como parte da Unicamp desde 1973, quando ingressei como aluna do IQ, sempre achei que aqueles que recebem Bolsa de estudo, como a de Pós-Doutorado, e até mesmo de Mestrado e de Doutorado, devem contribuir de alguma forma, além da pesquisa, para justificar o dinheiro que recebem. E, se me permite nosso Pró-Reitor de Pós Graduação, eu diria até que aqueles que recebem Bolsa e não apresentam suas teses ou dissertações, deveriam devolver o dinheiro recebido, salvo exceções onde haja uma boa justificativa.
Atenciosamente.