Edição nº 523

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 17 de abril de 2012 a 22 de abril de 2012 – ANO 2012 – Nº 523

Expansão com qualidade

Progressos são expressivos nas áreas de infraestrutura, recursos humanos e gestão administrativa

 

A Unicamp experimentou nos últimos três anos progressos expressivos nas áreas de infraestrutura, recursos humanos e gestão administrativa. A expansão física da Universidade, por exemplo, foi uma das maiores da história, graças à disponibilidade de recursos orçamentários proporcionada pelo aumento da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no período e ao apoio das agências de fomento e organismos públicos. Foram investidos durante o triênio cerca de R$ 300 milhões em obras, de variadas dimensões. Destaque para a construção do campus da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em Limeira, que está em fase de conclusão. “De maneira geral, nós ampliamos a infraestrutura, aperfeiçoamos as rotinas, investimos na qualificação de pessoal, renovamos e modernizamos o quadro de funcionários, avançamos em relação à questão salarial e de benefícios para docentes e servidores e aprimoramos a segurança. Não fizemos mais porque os recursos obviamente são limitados”, avalia o titular da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU), professor Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva.

No âmbito das obras físicas, conforme o pró-reitor, torna-se difícil elencar todas as realizações, justamente por causa do grande número de projetos executados ou em execução em todos os campi. Atualmente, estima Paulo Rodrigues da Silva, estão em andamento perto de 60 obras, todas elas com recursos devidamente reservados. “É praticamente impossível andar pelo campus de Barão Geraldo sem deparar, a cada quadra, com uma delas”, diz. Entre as intervenções que estão sendo realizadas, o dirigente evidencia a construção do prédio que abrigará a Biblioteca de Obras Raras e Coleções Especiais (Bora), que conta com recursos também da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); a edificação do Ciclo Básico 3, que contempla salas de aulas, laboratórios e espaços para o convívio e o lazer da comunidade interna e visitantes; e a reurbanização da face norte do campus. “Isso sem falar das obras que entregamos recentemente, como os dois centros de vivência, dotados com quadras poliesportivas, assim como o novo restaurante universitário”, acrescenta Paulo Rodrigues da Silva.

Se cresceu em tamanho, no último triênio a Unicamp também evoluiu no que se refere às atividades ligadas à Administração Geral. De acordo com o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, todas as áreas passaram por processos de modernização. “Um entre muitos exemplos é a DGRH [Diretoria Geral de Recursos Humanos], cuja gestão foi sensivelmente aprimorada. Graças à competência da coordenadora, a doutora Patrícia Maria Morato Lopes, muita coisa foi mudada para melhor. Atualmente, apenas a título de exemplo, qualquer servidor pode obter informações sobre procedimentos ou acerca da sua vida funcional na página eletrônica da DGRH, sem qualquer demora ou burocracia”, pontua. O mesmo processo de aperfeiçoamento, segundo ele, atingiu a Diretoria Geral da Administração (DGA).

Renovação
Além de apurar as rotinas, o órgão foi o que mais renovou seu quadro de pessoal nos últimos tempos. Cerca de metade dos funcionários tem menos de dez anos de Unicamp. “O que ocorreu não foi uma substituição pura e simples de pessoas que se aposentaram por gente nova. Como os concursos públicos promovidos pela Universidade são muito concorridos – para algumas funções a relação candidato/vaga é parecida com a do vestibular –, nós estamos atraindo servidores cada vez mais qualificados, muitos deles com nível superior e que dominam um segundo idioma. Atualmente, o quadro funcional da instituição está assim dividido: 40% dos trabalhadores das áreas técnicas e administrativas têm nível superior, 40% têm nível médio e somente 20% tem nível fundamental, sendo que este último tende a desaparecer com o tempo. Esse corpo de funcionários com boa formação contribui decisivamente para que a Unicamp desempenhe com alto grau de excelência todas as suas atividades”, analisa o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário.
Nos últimos três anos, esclarece Paulo Rodrigues da Silva, a Unicamp empreendeu significativos esforços para manter o poder de compra dos funcionários. Os reajustes salariais ficaram frequentemente acima dos obtidos pela maioria das categorias profissionais e, não raro, superaram os índices oficiais de inflação. No período de junho de 2000 a maio de 2011, os salários na Universidade foram reajustados em 137,93%, contra uma inflação de 90,14 %, medida pelo IPC-Fipe. Como consequência dessa política, enfatiza o dirigente, os salários têm se mantido acima da média de mercado. Ademais, o leque de benefícios sociais tem sido ampliado. “Nós certamente gostaríamos de ter feito mais, mas está comprovado que a instituição não pode comprometer mais do que 85% do orçamento com a folha de pagamento. Os outros 15% constituem o mínimo necessário para que façamos o custeio da instituição. A observância a esses índices vem dando muito certo, desde o início da autonomia universitária, obtida em 1988. Se a Unicamp está bem, é justamente porque todas as gestões, sem exceção, trataram essa questão com muita responsabilidade”.

No que toca aos trabalhos de manutenção da infraestrutura física, urbana, de comunicação e de equipamentos, bem como a gestão ambiental, o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário faz observações importantes. Segundo ele, um ponto bastante sensível, que é a segurança, foi fortemente melhorado nos últimos anos. Um importante avanço foi a instalação de um sistema de monitoramento por câmeras, que praticamente zerou o número de delitos praticados no campus de Barão Geraldo. Paralelamente, a Unicamp encontrou uma alternativa eficiente e mais barata para ampliar o seu quadro de vigilantes. Isso foi feito em parceria com a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), que assumiu parte dos serviços, em composição com o corpo de segurança da própria Universidade.

Na prática, detalha Paulo Rodrigues da Silva, é como se a Unicamp tivesse feito uma terceirização interna, dado que a Funcamp já atua como braço executivo da instituição no que se refere a convênios com empresas e organismos públicos e privados. “Essa saída foi muito interessante porque a Funcamp, diferentemente de empresas privadas que atuam no segmento de terceirização, não visa lucro. Assim, ela pode cobrar menos pelo serviço prestado, ao mesmo tempo em que pode remunerar melhor os trabalhadores”. Além de contribuir para cuidar da segurança, a Fundação administra todos os almoxarifados da Universidade. “Agora, a Funcamp também está ampliando as atividades de manutenção predial. Uma das equipes trabalhou nas reformas da Moradia Estudantil e em outras edificações da Unicamp. A parceria tem dado muito certo”.

A área de Tecnologia da Informação, avalia o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, conheceu igualmente avanços significativos, especialmente em tempos mais recentes. Anteriormente, assinala, o Centro de Computação respondia praticamente sozinho pelos assuntos relativos à TI. “Hoje em dia, temos muitas plataformas de atendimento. Quase todas as unidades de ensino e pesquisa e órgãos contam com uma equipe de suporte técnico. Com isso, o Centro de Computação passou a exercer uma função mais normativa e de administração dos equipamentos de grande porte que ainda estão em operação”.

Saúde
Paulo Rodrigues da Silva reconhece que a Unicamp teve dificuldades de investimento na saúde, em razão das características da área. Ele observa que a inflação no campo da saúde é sempre muito maior do que a inflação geral, isso tanto no Brasil quanto no restante do mundo. Além disso, o segmento está sempre incorporando novas tecnologias, sem abandonar os recursos mais antigos. “Temos sempre que correr atrás quando o assunto é atualização”, atesta. No entendimento do dirigente, uma alternativa para tentar superar as dificuldades enfrentadas pela saúde seria adotar um novo modelo de gestão. “Há três anos tentamos transformar a área da saúde em autarquia. Isso daria mais autonomia ao setor e faria com que ele crescesse sem depender do orçamento da Universidade”, defende.

A despeito dos problemas, o pró-reitor considera que houve avanços na saúde, graças ao esforço orçamentário da instituição e aos recursos obtidos por meio de convênios firmados com o Ministério da Saúde e a Secretaria do Estado da Saúde, que culminaram com a realização de obras, compras de equipamentos e melhorias nos procedimentos do complexo médico-hospitalar da Unicamp. No último dia 29 de março, por exemplo, o Hospital da Mulher Prof. José A Pinotti/Caism inaugurou um novo bloco operatório. No espaço, que tem 1.100 m2, serão realizados todos os procedimentos cirúrgicos e anestésicos nas áreas de neonatologia, obstetrícia, ginecologia e oncologia ginecológica e mamária. O investimento total foi de R$ 3 milhões. Os recursos vieram do Ministério da Saúde, do orçamento da Universidade e de emendas parlamentares estaduais.

Outro ponto positivo em relação ao tema saúde, finaliza Paulo Rodrigues da Silva, refere-se à atuação da Universidade como gestora do Hospital Estadual de Sumaré (HES) e de seis Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), instalados nas cidades de Piracicaba, Limeira, Santa Bárbara D’Oeste, Rio Claro, Mogi Guaçu e São João da Boa Vista, este último inaugurado em meados de fevereiro último. “Esse modelo tem sido extremamente positivo. Estamos colocando o nosso conhecimento e experiência a serviço da população. Tanto no HES quanto nos AMEs, os usuários encontram ótima estrutura, profissionais altamente qualificados e equipamentos modernos, o que faz toda a diferença quando se está com alguma enfermidade”, avalia o dirigente.