Edição nº 523

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 17 de abril de 2012 a 22 de abril de 2012 – ANO 2012 – Nº 523

Graduação adianta a pauta

Nível de ensino é objeto de ações e iniciativas
inovadoras que valorizam suas atividades e ampliam seu grau de excelência

Ao longo dos últimos três anos, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Unicamp desenvolveu uma série de ações voltadas à valorização desse nível de ensino. Entre as iniciativas que merecem destaque estão a melhoria das condições de infraestrutura, a qualificação do quadro docente, apoio a atividades discentes e o incentivo ao uso dos espaços reservados às atividades de graduação também para o desenvolvimento de pesquisas, especialmente as de caráter inovador. “Penso que medidas como estas, associadas à contínua reflexão sobre os rumos do ensino, são indispensáveis. A Unicamp sempre esteve na vanguarda do ensino superior brasileiro. Uma instituição com esta característica necessita discutir cotidianamente os seus rumos. Precisamos estar sempre com a pauta adiantada, estar sempre no centro do debate”, afirma o pró-reitor de Graduação, professor Marcelo Knobel.

No âmbito do aprimoramento da infraestrutura, a PRG lançou editais voltados à valorização dos espaços de ensino de graduação. Nos anos de 2009, 2010 e 2011 foram publicadas chamadas nos valores de R$ 500 mil, R$ 4 milhões e R$ 2 milhões, respectivamente. Objetivo dos investimentos foi proporcionar as condições necessárias à implantação de projetos relacionados à qualificação e melhoria dos ambientes de ensino. Os itens priorizados foram equipamentos, mobiliários e sistemas de informática. A seleção dos contemplados observou critérios de mérito e abrangência dos projetos, bem como os impactos que eles proporcionariam ao desenvolvimento das atividades de graduação.
Além disso, a proposta orçamentária da Universidade para o ano de 2012 trouxe uma dotação de R$ 7,5 milhões destinada à construção da primeira fase do Ciclo Básico 3, prédio que abrigará laboratórios de ensino que serão utilizados de forma compartilhada por todos os cursos de graduação. O complexo de laboratórios, com um total de 7.450m2, ficará localizado na Praça Central do Básico, perto do CB1. O CB3 foi projetado para oferecer, ainda, espaços de socialização que intensifiquem o uso da Praça Central da Universidade para o convívio e o lazer.

Paralelamente as esses investimentos, assinala Knobel, foram empreendidos esforços para a valorização efetiva da atividade docente. Como resultado desse trabalho, em novembro do ano passado o Conselho Universitário (Consu), órgão máximo deliberativo da Unicamp, aprovou por unanimidade a proposta de criação do prêmio Reconhecimento Docente pela Dedicação ao Ensino de Graduação. A partir de 2012, a premiação será concedida a um professor de cada uma das 22 unidades de ensino e pesquisa da Universidade. Os contemplados receberão um diploma e o equivalente a um salário-base nível MS-3.

A valorização das atividades de graduação compreendeu também o lançamento do programa Professor Especialista Visitante, que traz para a Universidade pessoas com destacada atuação na sua área profissional, nos diferentes campos do conhecimento. O convidado, que pode se brasileiro ou estrangeiro, não precisa ter titulação mínima, mas deve cumprir no mínimo 60 horas junto aos alunos de graduação, ao longo de cinco meses. Nesse período, ele precisa ministrar no mínimo uma palestra e participar de uma disciplina obrigatória ou eletiva. A este professor especialista é oferecido um salário equivalente ao do docente MS3 durante sua permanência na Unicamp. Até aqui, já foram lançados três editais de chamada relacionados ao programa, que contemplaram 17 participações.

O pró-reitor de Graduação destaca igualmente a criação do Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA)², órgão subordinado à PRG. A missão do (EA)² é promover ações que visem a aprimorar o ensino de graduação nas diversas unidades da Unicamp, disponibilizando recursos técnicos e ferramental teórico. Também é responsável por organizar fóruns e criar oportunidades para a realização de debates sobre o processo de ensino e aprendizagem, de forma a contribuir para o desenvolvimento profissional de dos docentes e para a formação dos alunos. “O (EA)² será um órgão que centralizará, no momento oportuno, todos os projetos que se referem à graduação. Penso que ele constituirá um passo importante para a Universidade”, prevê Knobel.

O crescente apoio ao Programa de Apoio Didático (PAD), que consiste na concessão de bolsas destinadas a alunos de graduação que exercem monitoria, é outro ponto que merece ser lembrado, segundo o dirigente.  Somente para o primeiro semestre deste ano, o PAD contará com a participação de 358 bolsistas e 125 voluntários. Durante todo o ano de 2001, como parâmetro de comparação, foram ofertadas 344 bolsas. De acordo com o pró-reitor, todos os que vivem a experiência da monitoria ampliam os conhecimentos e concluem seus cursos melhor preparados para iniciar a carreira, seja na academia ou fora dela.

As atividades discentes também foram objeto de apoio no decorrer do triênio. Foram lançados diversos editais para financiar a participação dos estudantes de graduação em eventos acadêmicos, culturais, tecnológicos e esportivos, tanto internos quanto externos. No primeiro semestre de 2012, por exemplo, foram publicadas quatro chamadas, que totalizaram recursos da ordem de R$ 100 mil. No período, foi criado, ainda, o programa Aluno Artista, que tem por objetivo levar manifestações artísticas a estudantes, professores, funcionários e visitantes dos campi da Unicamp em Campinas, Limeira e Piracicaba. A inscrição é aberta a qualquer estudante de graduação regulamente matriculado na Universidade, e não apenas aos da área de artes.

Aqueles que têm projetos selecionados recebem uma bolsa-trabalho, além de apoio financeiro para eventuais gastos extras, como aluguel de equipamentos. “No período, nós também tivemos a consolidação do Serviço de Apoio Psicológico e Psiquiátrico ao Estudante (Sappe), a criação de diversas bolsas de permanência, administradas pelo SAE [Serviço de Apoio ao Estudante], o fomento de programas de mobilidade internacional e a alteração no formato do vestibular, que tem recebido, ano após ano, um número crescente de candidatos. Isso sem falar de projetos voltados à reflexão de temas relacionados ao ensino, como o Conversando sobre a Graduação e Aulas Magistrais, que buscam colocar a graduação na ordem do dia”, elenca o pró-reitor de Graduação.                                       
                                           
ProFIS
Uma das iniciativas mais inovadoras concretizadas pela Unicamp nos últimos três anos, e que está vinculada à PRG, foi a criação do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS), que recebeu em 2012 a sua segunda turma de estudantes. O ProFIS oferece 120 vagas aos jovens que cursaram o ensino médio em escolas públicas de Campinas. A seleção não é feita através do vestibular, mas sim com base na nota obtida por eles no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O mérito, portanto, continua sendo priorizado. O currículo do ProFIS inclui disciplinas das áreas de ciências humanas, biológicas, exatas e tecnológicas, distribuídas por dois anos de curso. O objetivo é oferecer aos alunos uma visão integrada do mundo contemporâneo, capacitando-os para exercer as mais distintas profissões. “O ProFIS contempla dois aspectos fundamentais, que são a inclusão social e a formação geral do aluno. Embora ainda tenha pouco tempo de existência, já é possível identificar alguns bons frutos do programa. O rendimento dos estudantes, por exemplo, tem superado as nossas expectativas”, analisa Knobel.

Ainda em relação à graduação, a Unicamp iniciou 2012 como a melhor universidade pública do país nesse nível de ensino. Tal posição foi alcançada logo na primeira participação da instituição no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), do Ministério da Educação (MEC). Embora seja cuidadoso ao analisar resultados de rankings – “normalmente somente o primeiro colocado gosta”, diz -, Knobel considera que esse tipo de liderança decorre obviamente de um conjunto de ações voltadas à melhoria das atividades. “Estamos trabalhando na direção correta, mas algumas iniciativas ainda necessitam ser consolidadas, bem como outras precisam ser adotadas. Precisamos estimular, por exemplo, a maior participação do corpo docente nas discussões sobre o futuro da graduação. Afinal, são os professores que farão as eventuais mudanças. Nesse sentido, estamos promovendo workshops em áreas específicas, trazendo especialistas de fora e fazendo visitas a grandes universidades. Temos que estar atentos ao que existe de melhor tanto no país quanto no restante do mundo”, sustenta Knobel.