Glicerina, um subproduto resultante da produção de biodiesel, foi objeto de estudo da dissertação de mestrado da química Elvira Aparecida Sanches Bizarro. A pesquisa foi apresentada no Instituto de Química (IQ), sendo orientada pelo professor Fernando Galembeck. “A produção de glicerina tende a aumentar muito a partir de vários fatores. Como se trata de um subproduto que pode ser aproveitado, tive o interesse em investigar a sua aplicação na área cosmética, mais especificamente em cosméticos capilares”, revela Elvira.
A autora da pesquisa explica que o aumento no consumo de biodiesel pode gerar um volume grande de glicerina e, por isso, são bem-vindas as alternativas que apontem para possíveis aplicações na indústria. Outra fonte abundante de glicerina será a implantação da empresa Oleoquímica do Brasil, em Camaçari.
O trabalho teve uma primeira etapa que consistiu da obtenção da glicerina etoxilada fosfatada, já que a literatura pesquisada indicou os fosfatados como produtos que não agridem a pele e os cabelos. Na segunda etapa foi feita a caracterização do produto.
Durante esse processo, testes demonstraram que a glicerina etoxilada fosfatada é um produto completamente solúvel em água e com alto grau de etoxilação, podendo ser indicado para cremes sem enxágüe e condicionadores. Segundo a pesquisadora, a glicerina poderia ajudar na retenção da umidade nas superfícies capilar e dérmica, aumentando a hidratação.
Outros trabalhos devem ser feitos para confirmar os efeitos da glicerina etoxilada fosfatada quando utilizada como matéria-prima cosmética. Os testes incluem avaliação do produto formulado em mechas de cabelos.