Grupo de pesquisa estenderá análises 
                      para outros produtos
                    CARMO 
                      GALLO NETTO
                     Em 
                      sua atividade profissional na indústria, a química 
                      Erika Matoso se ressentia de métodos adequados para 
                      a determinação de elementos contaminantes 
                      presentes em látex, como genericamente são 
                      denominados os polímeros em emulsão como as 
                      bases de tintas, colas e borrachas. Esses polímeros 
                      constituem um grupo importante de materiais de engenharia 
                      devido à facilidade de produção e larga 
                      faixa de propriedades e aplicações que o caracterizam.
Em 
                      sua atividade profissional na indústria, a química 
                      Erika Matoso se ressentia de métodos adequados para 
                      a determinação de elementos contaminantes 
                      presentes em látex, como genericamente são 
                      denominados os polímeros em emulsão como as 
                      bases de tintas, colas e borrachas. Esses polímeros 
                      constituem um grupo importante de materiais de engenharia 
                      devido à facilidade de produção e larga 
                      faixa de propriedades e aplicações que o caracterizam. 
                    
                    Este fato a levou ao interesse pela pesquisa de métodos 
                      analíticos que possibilitassem a determinação 
                      de contamiantes inorgânicos em látex, utilizando 
                      espectrometria atômica. O trabalho deu origem à 
                      tese de doutorado apresentada ao Instituto de Química 
                      da Unicamp, orientada pela professora Solange Cadore.
                    O trabalho concentrou-se no desenvolvimento de método 
                      analítico para determinação de contaminantes 
                      inorgânicos no acetato de polivinila (PVAc), produzido 
                      através da polimerização do acetato 
                      de vinila em presença de catalisador apropriado, 
                      que constitui matéria-prima para indústrias 
                      de tintas, vernizes, adesivos e para a produção 
                      de colas, de chicletes entre outros usos. 
                    Alguns dos elementos que podem contaminar essa substância 
                      básica são tóxicos e não devem 
                      ultrapassar a concentração determinada por 
                      legislação específica, o que torna 
                      importante o estabelecimento de um método de controle.
                     Desenvolvido 
                      o método, ela o empregou na determinação 
                      dos contaminantes inorgânicos eventualmente presentes 
                      nas colas usualmente utilizadas por crianças e vendidas 
                      em supermercados, onde colheu aleatoriamente as amostras 
                      analisadas. Para a pesquisadora, o trabalho assume particular 
                      importância porque não havia um método 
                      caracterizado para determinação de contaminantes 
                      nessas colas. Ela entende que "agora temos um método 
                      definido para o PVAc, aplicado para as amostras de colas, 
                      testado, publicado, disponível para os que necessitam 
                      fazer esse tipo de análise e que será estendido 
                      para outros produtos pelo grupo de trabalho, porque o PVAc 
                      entra em vários processamentos como produção 
                      de chicletes, por exemplo. Existem publicações, 
                      embora poucas, dando conta de que o PVAc é utilizado 
                      inclusive na fabricação de determinados cosméticos".
Desenvolvido 
                      o método, ela o empregou na determinação 
                      dos contaminantes inorgânicos eventualmente presentes 
                      nas colas usualmente utilizadas por crianças e vendidas 
                      em supermercados, onde colheu aleatoriamente as amostras 
                      analisadas. Para a pesquisadora, o trabalho assume particular 
                      importância porque não havia um método 
                      caracterizado para determinação de contaminantes 
                      nessas colas. Ela entende que "agora temos um método 
                      definido para o PVAc, aplicado para as amostras de colas, 
                      testado, publicado, disponível para os que necessitam 
                      fazer esse tipo de análise e que será estendido 
                      para outros produtos pelo grupo de trabalho, porque o PVAc 
                      entra em vários processamentos como produção 
                      de chicletes, por exemplo. Existem publicações, 
                      embora poucas, dando conta de que o PVAc é utilizado 
                      inclusive na fabricação de determinados cosméticos".
                    A aplicação do método desenvolvido 
                      em amostras de cola com base PVAc mostrou que os valores 
                      dos contaminantes estão abaixo do limite de quantificação, 
                      ou seja, abaixo da sensibilidade que o método permite 
                      detectar, para a maioria dos elementos analisados, com exceção 
                      de ferro, cobre, cromo e níquel. Mesmo para esses 
                      elementos, os valores encontrados são inferiores 
                      ao limite máximo impostos pelas agências reguladoras.
                    Etapas do trabalho
                    Para a determinação dos elementos contaminantes 
                      - arsênio, boro, bário, bismuto, cádmio, 
                      cromo, cobre, ferro, mercúrio, níquel, chumbo, 
                      antimônio, selênio e estanho -, a pesquisadora 
                      utilizou a técnica de espectrometria de emissão 
                      ótica em plasma de argônio indutivamente acoplado 
                      (ICP OES), o que exigiu inicialmente o desenvolvimento de 
                      método de preparação de amostras de 
                      acetato de polivinila (látex base PVAc) em emulsão 
                      aquosa. Ela considera o trabalho inédito por ser 
                      o primeiro desenvolvido para amostras de PVAc em emulsão.
                    Nesta primeira fase, com a finalidade de obter o método 
                      mais exato, mais preciso, com maior sensibilidade e em menor 
                      tempo, Erika testou diferentes procedimentos de digestão, 
                      ou seja, de preparação da amostra em emulsão, 
                      como calcinação, digestão ácida 
                      à baixa e à alta temperatura e digestão 
                      assistida por microondas em frasco fechado. Este último 
                      levou aos melhores resultados para a determinação 
                      dos elementos estudados em acetato de polivinila.
                    Erika explica o método desenvolvido: "Para 
                      a utilização da espectroscopia atômica 
                      é necessário obter primeiro uma amostra digerida 
                      em solução aquosa, o que permite introduzi-la 
                      no aparelho. Esta constituiu na realidade a fase inicial 
                      do trabalho. O desafio é chegar a um processo que 
                      garanta na emulsão a manutenção dos 
                      elementos eventualmente contaminantes, sem que se verifiquem 
                      perdas em relação à amostra original. 
                      Para chegar a esse grau de confiabilidade houve necessidade 
                      de uma série de testes para garantir que nada que 
                      importasse na amostra estava sendo perdido. Por isso, o 
                      processo de digestão precisa ser bem estudado e adequado".
                    Na etapa seguinte, ela fez todos os testes estatísticos 
                      para garantir a reprodutividade do método e sua exatidão. 
                      A garantia da fidedignidade do método foi conseguida 
                      com a utilização de uma amostra certificada 
                      internacionalmente. Ela diz que esta fase também 
                      exigiu um longo trabalho que conduziu resultados bem satisfatórios. 
                      Na etapa final do trabalho, ela aplicou a metodologia desenvolvida 
                      para analisar colas oferecidas no mercado. 
                    A pesquisadora conclui que, dos vários métodos 
                      que testou na digestão de amostras, o que levou a 
                      resultados mais exatos foi o que utilizou digestão 
                      de microondas; que os métodos de determinação 
                      quantitativa dos elementos contaminantes, que constituem 
                      a parte instrumental, irão gerar trabalhos futuros 
                      para o grupo, que dará continuidade a essas pesquisas, 
                      e considera muito importante ter conseguido atingir os objetivos 
                      iniciais, que era o de desenvolver método para determinação 
                      de elementos contaminantes em amostras de colas.