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Nas bancas


Atividades lúdicas atenuam estresse
de criança em tratamento odontológico

Raquel do Carmo Santos

Fotos: César Maia/Antonio ScarpinettiA cirurgiã-dentista Ludmila da Silva Tavares Costa obteve resultados positivos ao aplicar estratégia psicológica em crianças de 3 a 4 anos de idade durante tratamento odontológico. Seu objetivo foi minimizar o nível de estresse causado pelas visitas odontológicas, tão necessárias na infância, como medida de prevenção. Ludmila quis comprovar em pesquisa o que ela já sabia nos cinco anos de prática de atendimento prestado no Centro de Pesquisa e Atendimento Odontológico para Pacientes Especiais (Cepae) da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP).

O Cepae atua junto ao público de zero a cinco anos, num programa preventivo iniciado ainda no período pré-natal. “Percebia que muitas crianças não colaboravam com o tratamento e isso dificultava o trabalho do dentista. A falta de manejo do comportamento infantil leva a um aumento do tempo de consulta e do desconforto causado pela situação”, observa.

Muitos dos traumas causados pela ida ao dentista na idade adulta podem estar associados a problemas ocorridos na infância. Por isso, na opinião da cirurgiã-dentista, o estresse gerado pela situação odontológica pode ser minimizado, por exemplo, por meio de atividades lúdicas no início de cada sessão. A proposta de Ludmila consta de sua dissertação de mestrado apresentada na FOP sob orientação da professora Rosana de Fátima Possobon. Nela, a cirurgiã-dentista destaca, passo-a-passo, as sessões planejadas para adaptação da criança ao contexto odontológico.

Ela testou o método em 10 crianças atendidas no Cepae. “Trata-se de uma estratégia simples e eficiente, que pode ser replicada em consultórios no dia-a-dia do profissional”, defende. Ao entrar no consultório, por exemplo, em vez de iniciar imediatamente os procedimentos odontológicos, é realizada a atividade lúdica em uma mesa de brinquedos, com o objetivo de aumentar a interação entre criança e dentista.

Este momento também é útil para que o profissional explique à criança o que será realizado nos próximos minutos, bem como quais os comportamentos são esperados. Em seguida, de posse de um boneco, o dentista relata aspectos sobre cárie e ensina como realizar a escovação e o manuseio do fio dental. Só então inicia o exame clínico com a colaboração da criança.

Como forma de recompensa, o bom comportamento valeria um pequeno brinde. Para avaliar o nível de estresse das crianças, Ludmila coletou saliva dos pacientes, tanto no início como no final das sessões, para avaliar a concentração do hormônio indicativo de estresse, o cortisol. Pelos resultados, após as sessões houve diminuição significativa dos comportamentos de não-colaboração, bem como da concentração de cortisol salivar, o que comprova a importância do preparo do profissional para lidar com questões comportamentais da criança na situação odontológica, mesmo em tratamentos preventivos.

 

 

 
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