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O texto e o contexto na obra de José Lins do Rego
Socióloga revela
como elementos sociais encontram
um arranjo no plano ficcional do escritor paraibano
CRISTIANE
PAIÃO
Especial para o JU
Compreender
o modo pelo qual uma forma literária elabora e recria
um processo social. Esta é a tarefa a que se propõe a
socióloga Mariana Chaguri, aluna de doutorado do Instituto
de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, no
livro “O romancista e o engenho: José Lins do Rego e o
regionalismo nordestino dos anos 1920 e 1930”. Ao longo
da obra, Mariana persegue a trilha dos romances do chamado
Ciclo da cana-de-açúcar de José Lins a fim de recuperar
os traços capazes de explicitar contextos intelectuais
e processos sociais envolvidos na decadência dos engenhos
de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro.
É
em meio à intensa efervescência cultural e produção intelectual
do regionalismo que se insere a obra de José Lins. Refazendo
o itinerário do escritor desde a fase inicial das disputas
entre futuristas (modernistas) e regionalistas, no Recife,
ainda sob a influência intelectual de Gilberto Freyre,
até a fase de sua consagração literária, já no Rio de
Janeiro, quando se transforma em um dos principais autores
do catálogo da Editora José Olympio, a autora revela como
as relações entre texto e contexto são mais próximas do
que imaginamos, e como a literatura apresenta um complexo
jogo no qual os elementos sociais encontram um arranjo
no plano ficcional.
Para
além de cenários casuais, os engenhos e as usinas constituem
contrastes importantes para a percepção dos fenômenos
e das relações sociais, compondo cenários do processo
social. Por meio de um trabalho de recuperação do passado,
que atualiza o presente tornando-o inteligível, os romances
do Ciclo da cana-de-açúcar se constituem por meio de duas
temporalidades: o tempo da narrativa e o tempo vivido
pelo autor. Ao seguir a fórmula de Erich Auerbach, segundo
a qual a obra de arte deve ser entendida em relação ao
seu tempo, seu lugar, e à peculiaridade de seu criador,
a autora nos mostra como narrador e narrativa constituem-se
em um pedaço da história em que projeções da memória são
desdobradas a partir tanto da ficção quanto da história
das ideias e experiências do homem.
Realizada sob a orientação da professora Elide Rugai Bastos,
do departamento deSociologia
do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da
Unicamp, a pesquisa que resultou no livro foi escolhida
como melhor dissertação de mestrado em concurso da Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais
(Anpocs) em 2008. Nesta entrevista, Mariana Chaguri fala
sobre os contextos intelectuais e sociais da produção
de José Lins do Rego; sobre suas relações com importantes
personagens da época, entre eles Gilberto Freyre, Graciliano
Ramos e Rachel de Queiroz; e, ainda, sobre a relação entre
o romancista e o engenho, na forma de suas memórias pessoais.
Jornal
da Unicamp – Qual a importância de se compreender, do
ponto de vista da sociologia, como a forma literária acaba
por evidenciar contextos intelectuais e processos sociais?
Mariana Chaguri –
De modo geral, entender como diferentes narrativas literárias
captam e recriam na ficção elementos da vida social nos ajuda
a enxergar mais nitidamente as nuances tanto da narrativa
como do mundo social.
No caso das narrativas do
Ciclo da cana-de-açúcar, o encadeamento dos romances e o lento
processo de formação do herói Carlos de Melo oferecem pistas
para que o leitor possa perceber a lenta decadência dos engenhos
de cana-de-açúcar e, especialmente, observar as contradições
do modo de vida e da estrutura social que lhes davam suporte
e que sobrevivem à própria crise dos engenhos. É a forma literária
que permite ao leitor tal observação, pois por meio dela é
possível perceber o delicado jogo de espelhos entre passado
e presente construído ao longo do Ciclo da cana-de-açúcar
que permite a atribuição de novos sentidos para a decadência
experimentada pela região açucareira do Nordeste em geral,
e de Pernambuco, em particular, na virada dos novecentos.
Elementos
tão caros ao regionalismo de José Lins como a recuperação
do passado, a preocupação com o cotidiano e com a linguagem
popular, por exemplo, operam na direção de reafirmar a importância
e a permanência de tradições e de formas de socialização engendradas
no interior dos antigos engenhos de cana-de-açúcar.
Não se trata apenas de recriar na arte um mundo perdido, mas
antes, de formular propostas estéticas que permitam atribuir
novos sentidos à região e à tradição engendrada no interior
dos engenhos de cana-de-açúcar.
JU – O romance
social do Nordeste está inserido num contexto um pouco mais
amplo, o do regionalismo, que se contrapõe às convenções literárias
e artísticas da época e, sobretudo, ao modernismo paulista
na tentativa de afirmar sua personalidade regional. Quais
eram as principais características deste movimento e de que
forma elas se refletiram na obra de José Lins?
Mariana Chaguri –
No livro “Presença do Nordeste na Literatura”, de 1957, José
Lins argumenta que um dos principais objetivos do regionalismo
nordestino era transformar o chão do Nordeste num pedaço de
mundo. Afirmação bastante generalista, mas que serve de abrigo
para propostas estéticas bem definidas como a aproximação
com a linguagem oral e a construção de um narrador popular,
com o objetivo de trazer à tona um modo de escrever próximo
à oralidade.
Os regionalistas propõem a
recuperação das tradições brasileiras em suas inúmeras manifestações:
na dança, na música, na culinária etc. Trata-se, portanto,
de conduzir o que até então se considerava folclore para o
nível explicativo da formação nacional. Tradição e região
se tornam a síntese da visão de mundo formulada pelo regionalismo
nordestino. A partir desses dois elementos, o Brasil deveria
ser analisado, percebido e administrado.
A recuperação da tradição nordestina possui, assim, o duplo
intuito de valorizar a região como a parte mais autêntica
do Brasil, bem como o de reivindicar para o Nordeste uma tradição
e, portanto, uma história outra que a da decadência vivida
pela região. A modernidade nordestina não estaria em elementos
como a urbanização e a industrialização, mas sim na plasticidade
de suas tradições e de seus valores.
Um
dos principais carros-chefes do empreendimento regionalista
é a defesa da tradição das oligarquias nordestinas, e que
possui um caráter dinâmico: ao recuperar o passado da região,
os regionalistas buscam conferir inteligibilidade para o presente,
atualizando, portanto, esse mesmo passado. É o recurso aos
processos de socialização engendrados no interior dos engenhos
que permite a articulação entre passado e presente.
Trata-se de trazer à tona
a experiência, sendo a rememoração, pela via do sensível e
do vivido, uma das grandes renovações estéticas operadas pelo
regionalismo. E a memória será o filtro que selecionará o
que será lembrado; é por meio deste artifício que serão unificados
todos os dramas da decadência nordestina, apresentados como
vividos de modo semelhante por senhores, trabalhadores de
eito, ex-escravos, sertanejos e cangaceiros. Promovendo tal
aproximação e equalizando os conflitos, abre-se caminho para
a recuperação do passado patriarcal como a autêntica tradição
nacional.
JU – Temporalidade
e unidades espaciais são fundamentais para se entender a narrativa
de José Lins. Como se dá essa articulação entre texto e contexto
que acontece na narrativa e que a torna particularmente importante
para a explicação sociológica?
Mariana Chaguri –
Para pensarmos na articulação entre texto e contexto, precisamos
retomar o argumento de que a decadência inscrita na experiência
social das oligarquias rurais da zona açucareira opera como
o traço que organiza as práticas, as relações e as normas
sociais na virada dos novecentos na região.
Trata-se de um princípio organizador
sugerido no modo como o romancista organiza a matéria narrada
a fim de torná-la inteligível. Contudo, ainda que as diferentes
temporalidades levantem questões fundamentais, podemos dizer
o mesmo das unidades espaciais.
Os engenhos Santa Rosa e Santa
Fé e as usinas Bom Jesus e São Félix, figurados nos romances
do Ciclo da cana-de-açúcar, operam como os eixos de uma narrativa
que observa o passado com os olhos do presente, buscando conferir
inteligibilidade a este. A análise da forma e do conteúdo,
articulados por diferentes temporalidades e espaços sociais,
torna possível apreender as práticas, as relações e as normas
postas em questão num contexto que tem na decadência um de
seus elementos constitutivos.
Este
argumento leva em conta que o engenho não é apenas uma propriedade
rural na qual é realizado o cultivo de cana-de-açúcar, mas
representa, também, um empreendimento que pressupõe determinadas
relações sociais entre homens e mulheres; senhores e escravos;
trabalhadores e proprietários, cujas especificidades sobrevivem,
em parte, à sua própria crise.
A decadência do engenho enquanto
fábrica de açúcar não representou o desaparecimento das relações
sociais que lhe davam suporte. Então, para além de cenários
casuais para a descrição das cenas, os engenhos e as usinas
constituiriam contrastes importantes para a percepção dos
fenômenos e das relações sociais.
JU – É no semanário
Dom Casmurro, que dirigia ao lado de Osório Borba, que José
Lins iniciará sua amizade com Gilberto Freyre, então jovem
sociólogo recém-chegado de seus estudos fora do Brasil. Como
se deu essa relação entre Freyre e José Lins, e de que forma
a obra deste sociólogo acabou impactando sua produção literária?
Mariana Chaguri –
Em 1941, Freyre lança o livro Região e Tradição, e o volume
é prefaciado por José Lins. Em seu texto, o romancista afirma
que foi a partir da amizade com o sociólogo que começou a
existir para ele o mundo das artes. Exagero que permite observar,
de todo modo, a importância que José Lins atribuía a Gilberto
Freyre.
Nos anos de 1920, a exemplo
de outros contemporâneos, José Lins escrevia para jornais
e revistas demonstrando preocupações quanto ao tumultuado
período político que a República atravessava, canalizando
seus descontentamentos especialmente para a centralização
política entendida como puro artificialismo e, ainda, preocupações
quanto à desagregação das formas de vida tradicionais especialmente
na zona açucareira. À luz da progressiva decadência do Nordeste,
as questões relacionadas à região e à tradição se colocam
na pauta do dia.
Chegado em Recife em 1923,
Gilberto Freyre toma parte nestas discussões e ficará famosa
a polêmica travada com o jornalista Joaquim Inojosa. Em 1924,
Freyre orientaria sua ação de modo a oferecer contornos claros
as suas propostas para o regionalismo com a fundação do Centro
Regionalista do Nordeste e, em 1926, com a realização do Primeiro
Congresso Regionalista do Nordeste.
José Lins reconhece o regionalismo
como um movimento mais amplo da literatura brasileira, mas
argumenta que, no Brasil, a tradição teria sido ligada à região
por Gilberto Freyre. Esses dois elementos, região e tradição,
se tornam, pouco a pouco, o par que informa a construção narrativa
de José Lins. O diálogo com Gilberto Freyre é particularmente
importante para o autor na medida em que informa sua compreensão
sobre o lugar do patriarcalismo neste par.
É possível notar na narrativa
de José Lins o papel dinâmico atribuído ao patriarcalismo
na reconfiguração do lugar da região e do sentido da tradição.
Numa breve síntese, podemos dizer que à generalidade da formação
social brasileira, dada pelo patriarcalismo, corresponderiam
conteúdos regionais diversos que, contudo, não alterariam
a estrutura dessa formação social.
JU – Grande parte
da crítica que analisa a obra de José Lins aponta uma íntima
relação entre as experiências vividas pelo autor e as histórias
e cenários de seus personagens, chegando mesmo a dizer que
sua obra seria fruto “mais do instinto que da reflexão”, o
que é especialmente colocado em relação às obras Menino de
engenho (1932) e Doidinho (1933). Até que ponto é possível
dizer que os romances do ciclo da cana-de-açúcar foram influenciados
pelas experiências pessoais de José Lins?
Mariana Chaguri –
Principalmente em sua época, José Lins foi recebido como um
memorialista, um contador das histórias dos engenhos da zona
açucareira nordestina. Este é o tom das resenhas na imprensa
como o Jornal de Letras e o Boletim de Ariel, por exemplo.
De
fato, a memória é ponto fundamental para a análise e para
a compreensão da produção literária do autor, quer como intenção
buscada à luz das propostas regionalistas, quer como base
sobre a qual a criação do romancista é criada e recriada.
Mas, recuperando brevemente o sociólogo francês Maurice Halbwachs,
não podemos perder de vista que toda memória é seletiva, parte
integrante das construções sociais, sendo, nesse sentido,
chave de acesso aos impasses travados no passado e no presente.
Para ficarmos com uma síntese precisa de Halbwachs, a memória
não é sonho, é trabalho. Desse ponto de vista, o memorialismo
de José Lins não seria decorrência da atitude isolada de um
autor que decide voltar-se para sua infância. Representa,
antes, uma sugestão informada pelo regionalismo.
De fato, a crítica de época
parece ter perdido de vista que a busca pela linguagem regional
e oral expressava a procura pelo que seria tradicional na
formação rural do Nordeste, sendo, ao mesmo tempo, um modo
de se ligar à região.
Dificilmente as análises são
realizadas à luz das próprias considerações do autor sobre
o que, para ele, significam tanto a criação literária quanto
as propostas políticas e artísticas estruturadas especialmente
em torno de Gilberto Freyre e muito debatidas pelo romancista.
Recuperando jornais e livros publicados entre 1930 e 1960,
constata-se que eles assumem, intencionalmente ou não, todos
os pressupostos do regionalismo como verdadeiros, sem problematizá-los,
bem como sem atentar para o modo pelo qual tais pressupostos
perpassam, tanto estética quanto politicamente, a obra e as
preocupações de José Lins.
JU – Como se dá
a articulação entre passado e presente nas narrativas de José
Lins? De que forma as práticas, tradições e costumes engendrados
no interior dos engenhos podem ser percebidos na obra do autor?
Mariana Chaguri –
A articulação entre passado e presente se dá na própria construção
da narrativa. Ainda que o encadeamento dos romances do Ciclo
da cana-de-açúcar possa indicar certa linearidade – o processo
de formação do herói Carlos de Melo da infância em Menino
de engenho à vida adulta de Banguê – , é possível notar que
a narrativa sobre a meninice de Carlinhos não é apenas o período
do esplendor do engenho de seu avô, o coronel José Paulino,
pois o engenho vizinho, o Santa Fé do coronel Lula, é mencionado
pelo menino como um engenho de fogo morto, tema que será explorado
em Fogo morto, anos depois.
Bem, isso quer dizer que ainda
que exista uma linearidade na narrativa sobre a vida do herói,
o que importa é o processo de socialização de Carlinhos, com
as contradições de ser herdeiro de um mundo onde os papéis
sociais estão em crise.
Então, ao articular passado
e presente, a narrativa abre espaço não apenas para que o
leitor perceba a socialização do menino no interior do engenho
–e o posterior estranhando na escola e na Faculdade de Direito
–, mas também constrói um efeito bastante interessante: a
permanência e a operacionalidade de uma forma de socialização
aparecem como um dos fios condutores da narrativa.
Como observa Elide Rugai Bastos
sobre a obra de Gilberto Freyre, é importante não perder de
vista que tal recurso tem como efeito a perpetuação – ou a
intenção de perpetuação – da ideia de uma sociedade sem conflitos
ruptores.
JU - Embora Usina
(1936) tenha sido recebido com pouco entusiasmo pela crítica,
que o toma como um romance “que não consegue esconder a frieza
de um relatório”, seu mérito está no trabalho de denúncia
das condições de vida dos trabalhadores rurais a partir da
consolidação das usinas na zona canavieira nordestina. Como
se davam as relações sociais instauradas nos engenhos? O que
muda com a decadência do engenho enquanto fábrica de açúcar
e sua posterior transformação em usina?
Mariana Chaguri –
Na narrativa, José Paulino, o patriarca do Ciclo da cana-de-açúcar,
está morto, Carlos de Melo havia comprado uma “passagem de
trezentos contos para o mundo”, dinheiro recebido com a venda
do engenho Santa Rosa para Juca, filho do coronel.
Juca enfrentará os desafios
da modernização da produção açucareira e das novas relações
pessoais, de trabalho e de comércio que surgem com as usinas.
Com certo respaldo e alguma desconfiança da família, Juca
transformará o engenho na usina Bom Jesus.
O narrador de Usina se esforçará
na tarefa de atribuir sentido à nova dinâmica social da antiga
propriedade de José Paulino. Moradores, mestres de ofício
e usineiros serão personagens centrais de um sistema social
marcado pelo equilíbrio instável e pela fragilidade na afirmação
de papéis sociais.
Como observado acima, a narrativa
de Usina permite ao leitor notar que a decadência dos engenhos
enquanto fábrica de açúcar não implicou, necessariamente,
o declínio das relações sociais que lhes davam suporte. Nota-se
um rearranjo baseado na dinâmica entre patrão e morador e
que acionará novas categorias sociais para tornar presente
e passado inteligíveis.
É importante observar que
a crise dos engenhos rearranjou a distribuição do uso – mas
não da posse – da terra na zona canavieira nordestina, já
que muitos dos engenhos ficaram de fogo morto – limitaram-se
ao cultivo da cana – ou foram aforados, liberando parte das
terras para que os trabalhadores pudessem botar roçado. Contudo,
a forma de acesso à terra se deu de modos variados, de acordo
com a subordinação social e política dos trabalhadores em
relação ao grande proprietário.
A concessão do senhor e a
dívida do morador tornam-se, portanto, elementos intrinsecamente
associados e partes integrantes do sistema de dominação que
foi tanto a base de sustentação do poder econômico e político
do senhor, quanto o eixo de sua resistência em relação ao
avanço das usinas.
JU – As livrarias
tiveram um espaço importante na vida social dos escritores
da época, e acabaram se marcando de modo recíproco, sendo
comum que grupos intelectuais acabassem por se apropriar de
uma livraria em particular. Como era a relação entre José
Lins e José Olympio, importante editor do período?
Mariana Chaguri –
A Editora José Olympio publicou livros em enorme escala para
os padrões editoriais brasileiros, alcançando uma distribuição
territorial improvável para o período. Será por meio da José
Olympio que romancistas como José Lins do Rego, Jorge Amado,
Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz, por exemplo, irão se
consagrar.
É interessante observar como
esses autores montaram uma espécie de rede na qual um indicava
o trabalho do outro para o editor. José Lins foi um dos primeiros
grandes sucessos editoriais da José Olympio, firmando grandes
laços de amizade com o editor.
A incorporação do regionalismo
ao debate político e cultural da época também opera como elemento
de ascensão dos autores nordestinos, e uma estratégia editorial
da José Olympio contribui decisivamente para isso: a reunião
de obras em coleções de autor, como é o caso do Ciclo da cana-de-açúcar
e dos chamados romances da Bahia de Jorge Amado.
As coleções acabaram por unificar
não apenas as obras dos dois autores, como também uma estética
associada ao regionalismo nordestino, isto é, José Olympio
acabou por reunir em coleções os projetos que vários intelectuais
e artistas nordestinos já vinham formulando, contribuindo
decisivamente para a nacionalização da temática.
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Publicação
Dissertação:“Do Recife dos anos 20 ao Rio
de Janeiro dos anos 30: José Lins do Rego, regionalismo e
tradicionalismo”.
Autora: Mariana Miggiolaro Chaguri.
Orientadora: Elide Rugai Bastos.
Unidade: Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas (IFCH)
Financiamento: Fapesp
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