LUIZ
SUGIMOTO
O
reitor Fernando Costa e o presidente mundial do Grupo Santander,
Emilio Botín, renovaram no último dia 3 o Acordo Marco de
Colaboração Acadêmica entre a Unicamp e o Santander Universidades
por mais quatro anos, até 2014. A renovação da parceria
implica na concessão de 940 bolsas de estudos e a participação
de alunos e docentes nos programas “top” de mobilidade internacional
do Santander Universidades, que promove o intercâmbio cultural
para países como China, Espanha, Estados Unidos e Reino
Unido.
O acordo, envolvendo investimento da ordem
de R$ 10 milhões durante os quatro anos, também prevê a
emissão, a cada ano, de mais 35 mil cartões universitários
inteligentes, que disponibilizam tecnologias de integração
de serviços para estudantes, professores e funcionários
administrativos; apoio ao Vestibular da Unicamp e aos seus
colégios técnicos; apoio a projetos de mobilidade internacional
de pesquisa e ensino; e ampliação do atendimento do banco
à comunidade, com a instalação de uma nova agência no campus
de Limeira.
De 2001 a 2010, a cooperação entre a Unicamp
e o Santander Universidades resultou em 647 bolsas de estudos
e 120 mil cartões inteligentes. Por meio de acordos como
este, o grupo espanhol procura viabilizar iniciativas e
projetos do seu Plano de Apoio à Educação Superior (Paes),
que está estruturado em quatro eixos estratégicos: mobilidade,
inovação e empreendedorismo, transferência de tecnologia
e apoios acadêmicos. Desde a criação da Divisão Global Santander
Universidades, em 1996, já foram investidos mais de R$ 2
bilhões, com a concessão de mais de 70 mil bolsas em 20
países.
O presidente Emílio Botín disse que a presença
da Unicamp e a importância da região de Campinas na produção
e difusão de conhecimento tecnológico são as maiores razões
para que o Banco Santander esteja desenvolvendo, aqui, um
dos seus projetos mais estratégicos. “É a criação de um
centro tecnológico de altíssima importância, que ocupará
uma área de um milhão de metros quadrados e onde investiremos
450 milhões de reais. Além disso, construiremos um centro
administrativo, ao custo de 300 milhões de reais, que será
inaugurado em 18 meses”.
Botín
ressaltou que seu grupo está bastante alinhado com o que
têm sido os três eixos prioritários da Unicamp nos últimos
anos: promoção da internacionalização da Universidade, projetos
e programas orientados para o âmbito ibero-americano e estímulo
à criação de empresas universitárias. Ele observou, ainda,
que a Unicamp participa desde o início da rede Universia,
um dos grandes projetos apoiados pelo Santander. “É a maior
rede de colaboração entre universidades do mundo, da qual
participam 1.169 instituições. No ano passado, houve um
encontro com quase mil reitores no México, com mesas-redondas
e conclusões importantíssimas que estamos levando à reunião
de chefes de estado marcada para a Argentina. O próximo
encontro será no Brasil, em 2015, e estou seguro de que
a Unicamp terá grande participação”.
Para o reitor Fernando Costa, este esforço
para promover uma reunião com tantos reitores mostra a importância
que o Grupo Santander dá à educação. “O banco tem uma ação
única no mundo em relação à cooperação com as universidades,
através de programas que abrangem cooperação com pesquisadores,
intercâmbio de docentes, empreendedorismo, entre outros.
Estamos renovando um conjunto de convênios que, importante
ressaltar, são exclusivamente acadêmicos, institucionais”.
Internacionalização
Fernando Costa ressaltou que a Unicamp,
assim como as co-irmãs USP e Unesp, é uma universidade preocupada
em educar líderes para o país, em todas as áreas do conhecimento
e que atuem no governo, empresas ou organizações não-governamentais.
“Existem dados indicando que em nossas escolas de engenharia,
depois de cinco ou dez anos de formados, mais de 80% dos
alunos ocupam cargos de chefia ou gerência. É uma universidade
essencial para todo país que pretenda ser desenvolvido e,
nesse processo, a internacionalização é fundamental. Queremos
que mais de dez por cento dos nossos alunos de graduação
e de pós-graduação tenham experiência internacional. No
convênio com o Santander, esse intercâmbio está contemplado
com quase mil bolsas”.
Cinthia Galindo, aluna do Instituto de Geociências
(IG), foi convidada a falar sobre sua participação na primeira
edição do programa Top China, do Santander Universidades.
“Convênios como estes permitem aos estudantes oportunidades
antes inimagináveis de vivência extracurricular. Fiz parte
de um grupo de 50 estudantes e professores em busca de novas
experiências acadêmicas, pessoais e culturais. Fui protagonista
de um debate entre universitários e professores brasileiros
e chineses, sobre temas de interesse global como mudanças
climáticas, meio ambiente e ciências da vida. Voltei ao
Brasil ainda mais repleta de conhecimentos teóricos e empíricos
a serem compartilhados e multiplicados por toda a sociedade”.