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Biblioteca Digital publica tese denúmero 30 mil
13/10/2009
– Às 10h51 do dia 8 de outubro, a Unicamp inseriu
a tese de número 30 mil na sua Biblioteca Digital. Quando
faltavam apenas cinco teses para atingir a marca, Luiz Atílio
Vicentini, coordenador da Biblioteca Central “Cesar Lattes”
(BC-CL) e do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU), suspendeu
momentaneamente o trabalho e reuniu todos os funcionários
que participaram da empreitada para uma foto comemorativa.
“Até 30 de setembro haviam sido publicadas 29.636 teses,
sendo que outras 1.235 já estavam digitalizadas para inserção.
Com o total de 30.871 teses e dissertações, nos tornamos
a única universidade brasileira a ter 100% desta produção
em formato eletrônico e com acesso livre pela Internet”.
Depois da foto, cinco teses
entraram quase que simultaneamente no sistema, e foi preciso
conferir que a funcionária Célia Maria Ribeiro havia inserido
a de número 30.000: é a pesquisa de doutorado de Dong Koo
Yim, orientada pelo professor Yong Park, da Faculdade de
Engenharia de Alimentos (FEA). É um documento antigo, de
1996, e Luiz Vicentini justifica: “Havia todo um acervo
retrospectivo a ser digitalizado, trabalho que começamos
no final de 2004 e finalizamos agora em setembro. Fomos
retrocedendo ano a ano, geralmente por unidade. As últimas
teses são justamente as da FEA”.
O coordenador afirma que
a alimentação da Biblioteca Digital fica agora bastante
facilitada, pois as teses já vêm em formato eletrônico.
“Um critério é inserir a tese somente depois de homologada
pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação. Além disso, existem
entre 300 e 350 teses com restrições para publicação, por
solicitação do pesquisador ou orientador. Já temos casos
em que publicamos apenas o resumo dos trabalhos, com a data
em que o conteúdo integral será liberado, o que pode levar
um ano ou mais”.
Segundo Vicentini, há um
projeto nacional do MCT para a publicação de teses, por
meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD),
envolvendo até o momento 88 instituições de ensino e pesquisa
do país. “Desde que a BDTD foi criada, a Unicamp sempre
esteve à frente neste esforço, fornecendo a maior quantidade
de documentos, diariamente. Até o dia 7 de outubro, a biblioteca
do MCT tinha quase 120 mil teses. A Capes também vem exigindo
dos bolsistas a entrega do documento eletrônico para as
universidades”.
Downloads
Desde 2004, quem quer baixar uma cópia das teses e dissertações
da Biblioteca Digital da Unicamp deve se cadastrar, o que
vem permitindo um detalhado controle dos acessos. “Até o
momento foram 4,3 milhões de downloads. A maior média é
da área de Humanidades e Artes, com 1,6 milhão de downloads
e 7.705 teses (média de 217 cópias por pesquisa). A média
geral, considerando todas as áreas, é de 143 downloads por
tese”.
O estudo mais acessado –
“O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula”
– foi apresentado por Regina Célia Grando na Faculdade de
Educação, tendo 8.485 downloads e 43.784 visitas. A autora
se diz surpresa com o primeiro lugar, principalmente frente
à quantidade de pesquisas produzidas na Unicamp. “Sabia
que a tese era uma das mais acessadas da Faculdade de Educação,
mas não de todo o acervo”.
Luiz Vicentini informa que
a Biblioteca Digital já soma 20 milhões de visitas, atentando
para o salto ocorrido a partir de 2005, quando o acervo
foi indexado ao Google. “De um milhão naquele ano, a quantidade
de visitas foi para mais de três milhões em 2006; em 2008
foram 6,5 milhões de acessos e, este ano, já temos mais
de 5 milhões. Registramos picos de 30 mil visitas por dia”.
De acordo com o coordenador,
há mais de 800 mil usuários cadastrados no mundo inteiro,
sendo que o último levantamento apontou quase 24 mil downloads
por usuários de 73 países, com destaque para Espanha e Portugal.
Por trás de cada
tese
O professor Euclides de Mesquita Neto, pró-reitor de Pós-Graduação,
vê como louvável o empenho do pessoal do Sistema de Bibliotecas
da Unicamp (SBU) e ressalta um aspecto importante na superação
da marca de 30.000 teses digitais disponibilizadas na rede.
“Isso significa que a Unicamp formou mais de 30 mil pessoas
na pós-graduação. A Universidade possui esse papel multiplicador,
pois muitos dos nossos quadros foram para outras instituições
orientar novas teses. Temos aqui a gênese de um trabalho
que se disseminou por diversos lugares”.
O pró-reitor comenta também
a importância de disponibilizar estudos completos para um
público amplo. “Cada área da Unicamp tem sua especificidade.
Nas Ciências Humanas, a forma clássica de divulgação do
conhecimento é através das teses completas, que frequentemente
viram livros. Já em áreas como Exatas e Biológicas, a divulgação
se dá na forma de artigos científicos, geralmente contendo
idéias-chave de trabalhos de tese. Mesmo assim, acho relevante
o acesso ao desenvolvimento integral da pesquisa, especialmente
para quem está iniciando na área”. (Luiz Sugimoto)