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Consu aprova programa para melhores
alunos de escolas públicas de Campinas
Curso vai criar 120 novas
vagas de graduação já a partir de 2011
O
Conselho Universitário (Consu) da Unicamp, órgão máximo deliberativo
da instituição, aprovou no último dia 9, curso que criará
120 novas vagas de graduação destinadas aos melhores alunos
das 96 escolas públicas de ensino médio de Campinas. Os ingressantes
serão selecionados segundo o desempenho obtido no Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem), aplicado pelo Ministério da Educação.
O objetivo da iniciativa é oferecer a esses jovens, já a partir
de 2011, uma formação sólida e abrangente. “Trata-se de um
projeto piloto, mas de grande importância, visto que coloca
uma nova possibilidade de curso e de ingresso na Universidade”,
avaliou o reitor Fernando Ferreira Costa.
Ainda de acordo com o reitor,
um dos méritos do ProFIS é enfrentar o problema da auto-exclusão.
A maioria dos estudantes das escolas públicas secundárias,
explicou, sequer cogita participar do Vestibular da Unicamp,
por considerar que não teria chance de aprovação. “Ouro aspecto
importante é que, embora estabeleça uma forma de entrada independente
do vestibular, o ProFIS não abre mão do mérito acadêmico”,
lembrou. Fernando Costa também destacou que a proposta aprovada
pelo Consu foi resultado de uma ampla discussão tanto no âmbito
da Administração Central, quanto nos colegiados das unidades
de ensino e pesquisa.
Para o pró-reitor de Graduação
da Unicamp, Marcelo Knobel, a aprovação do ProFIS representa
um desafio para a Universidade. A exemplo do reitor, ele assinalou
que a ação constitui uma quebra de paradigma, pois inova tanto
na forma de ingresso dos estudantes quanto no modelo de curso
a ser oferecido. “Nossa expectativa é que alcancemos resultados
muito positivos com essa experiência. A partir de manhã, já
começaremos a trabalhar para dar formatação ao curso. Também
vamos visitar as 96 escolas públicas de Campinas para divulgar
amplamente o programa”, adiantou. Segundo ele, o curso será
continuamente avaliado, para que a instituição possa adotar
eventuais ajustes ou correções de rumo.
A
formulação da minuta do ProFIS demandou um ano de análises
e pesquisas no âmbito da Pró-Reitoria de Graduação (PRG),
que constituiu um grupo de trabalho específico para tratar
do tema. Em seguida, a proposta foi apresentada à comunidade
universitária, que a discutiu nas mais variadas instâncias.
O próprio Marcelo Knobel visitou as unidades de ensino e pesquisa
para debater a ideia. Criticas e sugestões foram apresentadas,
o que contribuiu para a elaboração da matéria apresentada
e aprovada pelo Consu. De acordo com essa deliberação, as
120 vagas oferecidas pelo curso serão destinadas aos melhores
estudantes das 96 escolas públicas de ensino médio de Campinas.
Esses alunos ingressarão numa
espécie de núcleo comum, onde receberão uma formação interdisciplinar
aprofundada durante dois anos, em período integral. Pela manhã,
eles deverão permanecer em sala de aula. À tarde, participarão
de atividades extracurriculares, como projetos de iniciação
científica e de cunho cultural. Entre as disciplinas que deverão
compor o currículo estão ética, matemática, física, química,
português, biologia, filosofia, história da arte etc. Ao final
dos dois anos, aqueles que apresentarem melhor desempenho
terão vagas asseguradas nos cursos tradicionais da Universidade,
nos quais ingressarão no primeiro ano.
Caso
não haja essa possibilidade, por conta da performance ou mesmo
em razão da definição de outros projetos de vida por parte
de alguns desses alunos, eles receberão um certificado referente
à participação no programa. Estes poderão tanto se encaminhar
para o mercado de trabalho quanto tentar uma vaga na carreira
de sua preferência na própria Unicamp, através do vestibular,
ou em outra instituição de ensino superior. O reitor e o pró-reitor
de Graduação da Unicamp observaram que o ProFIS trará um impacto
mínimo ao orçamento da instituição. Caso a iniciativa seja
exitosa, assinalaram Fernando Costa e Marcelo Knobel, a Universidade
fará esforços para que ela seja ampliada de forma responsável
e em acordo com a excelência acadêmica que caracteriza os
demais cursos mantidos pela instituição.
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