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Projeto prevê revitalização da Praça do Ciclo Básico
Os
alunos que hoje frequentam as salas de aula ou caminham pela
Praça do Ciclo Básico talvez gostem de saber da importância
central, carregada de significados, que ela tem na concepção
urbanística original do campus. É a partir da praça que derivam
as ruas e quadras das diferentes unidades de ensino, ao passo
que o espelho d’água, no seu ponto central, simboliza a fonte
que irradia o saber para todos. O espelho d’água, porém, encontra-se
desativado.
A partir de um diagnóstico
da situação atual desta área histórica, realizado por uma
equipe técnica da Universidade, está em curso o Projeto de
Requalificação da Praça do Ciclo Básico e Arredores, já em
fase de licitação para início das obras. “Um dos aspectos
levantados é que praça não vem servindo para convívio, como
idealizada. O seu centro com espelho d’água, ao invés de ponto
de encontro, virou ponto de dispersão, aonde os alunos chegam
e se dividem”, observa a arquiteta Flávia Brito Barboggini,
da Coordenadoria de Projetos e Obras (CPO), que fez o levantamento
juntamente com seu colega Antonio Luís Castellano
Além do uso da praça estar
praticamente restrito a circulação, cruzamento e passagem,
o diagnóstico aponta para a inadequação ou ausência de calçadas;
pouca acessibilidade para pessoas com necessidades especiais;
carência de espaços destinados a eventos e outras atividades
temporárias; necessidade de recuperação da paisagem natural;
deficiência do sistema de iluminação; e precariedade do mobiliário
urbano e da comunicação visual
Flávia Barboggini adianta
que a ideia principal do projeto é preservar o desenho original
da praça, mas trazendo novos usos. “No centro será instalado
um tablado para shows e eventos variados. Um deck suspenso
sobre o espelho d’água vai permitir o cruzamento dessa região
pelos passantes. Também vamos substituir a atual escultura
de pedra por outra criada através de concurso nacional – a
premissa é de um elemento bem verticalizado, marcando o centro
da praça como a referência de impacto no campus”.
Segundo a técnica da CPO,
por uma questão de recursos, a Pró-Reitoria de Desenvolvimento
Universitário (PRDU) decidiu elencar, primeiramente, sete
das intervenções previstas no projeto global – elas compõem
o projeto executivo que está pronto e em licitação. “Vamos
trabalhar o centro da praça e a sua ligação com o Ciclo Básico
2, que está bem descaracterizada e sem aparelhos como assentos
para convívio e estudo dos estudantes. Faremos prevalecer
a vegetação existente e as obras deverão prejudicá-la o mínimo
possível”.
Haverá forte intervenção no
entorno do Ciclo Básico 2, que apresenta áreas erodidas, e
também do Restaurante Universitário, cuja quadra frontal será
reurbanizada para se tornar um grande calçadão. “O RU e o
CB-2 serão ligados por uma larga passagem no nível da rotatória,
caracterizando o trecho como de pedestres e não de veículos.
A área de fundo do restaurante será murada, escondendo a área
de serviço, com o acesso dos funcionários se dando por fora
do campus. A rua de ligação com a Praça Henfil também vai
virar calçadão”
Básico 2
A Praça do Ciclo Básico tem
perto de 300 metros de diâmetro e área total de 70.000m2.
Na paisagem predominam os prédios do Básico 1 e 2, que juntos
representam o maior conjunto de salas de aula da Unicamp,
com capacidade para atendimento simultâneo de mais de 4.000
alunos. O CB-1 foi totalmente reformado há poucos anos e suas
18 salas em formato de auditório passaram a concentrar alta
tecnologia, com o máximo de conforto aos estudantes.
No Ciclo Básico 2, duas salas
de aula e um anfiteatro, num total de mais de 400m2, foram
entregues totalmente reformados em maio desse ano, a um custo
de quase R$ 200 mil. Segundo Eduardo Jamal Francisco dos Santos,
coordenador da CPO, as salas receberam tratamento acústico
– forro, paineis especiais, piso – e luminárias de maior eficiência.
“Elas serviram como protótipo para o projeto de reforma de
todas as salas do prédio, no sentido de aferir se trariam
melhorias nas condições de aula. O resultado foi muito positivo,
com elogios dos professores, tanto que estamos licitando a
reforma de mais seis salas dentro do mesmo padrão”.
Ainda em relação às três salas,
Rute Siqueira Alves, assistente técnica de direção da Pró-Reitoria
de Graduação, afirma que todas já possuíam rede multimídia
e projetores, mas o mobiliário foi todo trocado. “Nas salas
menores, com 55 a 60 lugares, mudamos a posição das lousas
panorâmicas [levemente côncavas para facilitar a visão de
qualquer ponto da sala], o que triplicou o espaço de escrita;
no anfiteatro, com 130 lugares, a lousa deslizante teve seu
espaço quadruplicado”.
Uma obra em andamento na região
do Ciclo Básico é a reforma do prédio que voltará a abrigar
o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE). O térreo e o segundo
pavimento têm área total de 370m2 e exigiram recursos da ordem
de R$ 200 mil para a reforma que inclui alteração de layout,
novo piso e pintura. No caso do Básico I, ainda existem projetos
para a reforma dos 900m2 do pavimento superior, reforma e
ampliação dos quiosques e reforma dos sanitários do subsolo;
e, no Básico II, estudam-se a iluminação do saguão de 1.000m2
e a instalação de elevador. O projeto para a reforma da praça
do Ciclo Básico começou a ser pensado em 2006. Rute Siqueira
Alves, da PRG, liderou a equipe, que realizou um diagnóstico
dos maiores problemas do local. O objetivo era recuperar a
estrutura física existente e incentivar a convivência no local.
IEL
De fevereiro a julho desse
ano, o prédio de salas de aula do Instituto de Estudos da
Linguagem (IEL) também passou por profunda reforma, ao custo
de R$ 1,5 milhão. Gilmar Dias da Silva, assistente técnico
de unidade, explica que o prédio possui 2.500m2 em dois pavimentos,
com 15 salas e um anfiteatro. “A rigor, foi mantida apenas
a estrutura externa. O restante foi refeito do zero: piso,
forro, parte elétrica, cabeamentos, acústica com placas especiais
e piso. O conforto é garantido por sistemas de ventilação
e refrigeração em todas as salas, que também têm projetores
multimídia nos tetos, operando em rede. O ambiente para rede
sem fio também está preparado”.
O IEL também vai abrigar um
Centro Cultural, com cineclube, sala de videoconferência e
espaço para exposições. A reforma da casa de 420m2, onde antes
funcionava um restaurante, custará R$ 670 mil, com conclusão
prevista para 25 de outubro. “Quase a metade da obra já está
pronta e os equipamentos deverão ser adquiridos a partir de
janeiro. O centro estará disponível não apenas para o Cedae
e a Biblioteca do IEL, mas para toda a área de humanas. Daí,
o apoio da PRDU para o aproveitamento de um ponto estratégico,
já que a casa fica de frente para o Ciclo Básico”.
Outros projetos para o IEL
são a reforma do Cedae (Centro de Documentação Cultural Alexandre
Eulalio), com investimento de R$ 260 mil; a construção da
sala multiusuário de colegiados, que pede R$ 68 mil em obras
e mais R$ 32 mil em mobiliário; a ampliação em 75m2 do Centro
de Convivência de Afásicos; e a construção do prédio de docentes,
cujo projeto ainda não foi inteiramente definido.
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