MANUEL
ALVES FILHO
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Rubens
Brunsek, diretor de Engenharia e Gestão da CPFL, fala durante o workshop: “Temos
os recursos e a Unicamp, capacitação” |
A
Unicamp e o Grupo CPFL promoveram, no último dia 14 de agosto, um workshop
conjunto para identificar áreas de interesse comum que possam gerar projetos
cooperados no segmento de inovação tecnológica. Estiveram
reunidas no auditório da CPFL em Campinas cerca de 150 pessoas, entre docentes
e pesquisadores da Universidade e funcionários e executivos da empresa.
O evento faz parte de uma ação estratégica que vem sendo
desenvolvida pela Agência de Inovação da Unicamp, cujo objetivo
é avançar em relação às parcerias pontuais
normalmente firmadas pelas instituições de pesquisa e organizações
privadas.
Durante o workshop, que contou
com as presenças do reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz; dos
diretores de Comunicação e de Engenharia e Gestão da CPFL,
Augusto Rodrigues e Rubens Brunsek; e do representante da Financiadora de Estudos
e Projetos (Finep) em São Paulo, Marcos Francisco de Almeida, docentes
e pesquisadores da Universidade apresentaram 47 estudos relacionados com o setor
energético com potencial para gerar projetos cooperados. Esses trabalhos
envolvem 13 das 20 unidades de ensino e pesquisa da Universidade. Entre as propostas
colocadas para a apreciação da CPFL, estão pesquisas nas
áreas de geração, distribuição e conservação
de energia, envolvendo um vasto leque de tecnologias.
De
acordo com o reitor da Unicamp, o objetivo do workshop, a exemplo de duas outras
iniciativas semelhantes executadas anteriormente, é identificar oportunidades
para o desenvolvimento de parcerias estratégicas com as organizações
privadas. Ele lembrou que Unicamp e CPFL têm uma história de relacionamento,
que deve ser revitalizada a partir de agora. Ainda segundo Brito Cruz, a interação
pode ir além dos projetos voltados à pesquisa e desenvolvimento
(P&D). Nas conversas que tivemos oportunidade de travar com os dirigentes
da CPFL, já pudemos identificar que também há espaço
para trabalharmos de forma cooperada nos segmentos de arte e cultura, por exemplo,
afirmou.
O diretor de Engenharia e Gestão
da CPFL reforçou a necessidade de a empresa se aproximar ainda mais da
Universidade. Conforme Brunsek, a companhia tem contratados com a Unicamp R$ 11,3
milhões em projetos. Destes, R$ 3,3 milhões já foram efetivados.
Mas isso ainda é pouco. Nossa intenção é incrementar
ainda mais essa parceria, disse. O executivo assinalou que a CPFL precisa
constantemente de novas tecnologias para poder manter o seu grau de eficiência.
Nós temos os recursos e a Universidade, a capacitação.
Faltam as idéias. Assim que as identificarmos, vamos discuti-las, aprová-las
e colocá-las em prática, acrescentou.
Estratégia
- O conceito de parceria estratégica começou a ser colocado em prática
pela Unicamp em meados de 2002, por ocasião da visita de uma comitiva da
Universidade à Embraer, quarta colocada no ranking mundial de fabricantes
de aeronaves comerciais. Na oportunidade, os executivos da empresa propuseram
ao reitor Carlos Henrique de Brito Cruz que a instituição participasse
do seu Programa de Especialização em Engenharia (PEE), cujo objetivo
é formar pessoal qualificado para as áreas estratégicas para
aeronáutica. Três meses depois do encontro, as duas partes firmaram
acordo para lançar um curso de extensão na área de engenharia
de software. As aulas começaram em janeiro deste ano.
A
primeira turma ofereceu 30 vagas, destinadas a graduados em Engenharia de Computação,
de Sistemas, Elétrica/Eletrônica e outras correlacionadas a estas.
O programa contou com uma fase teórica, executada ao longo de três
meses na Unicamp, seguida de etapa prática com duração de
quatro meses na Embraer. Os alunos aprenderam a trabalhar com software e hardware
de aviões, tecnologias que compõem as diversas funções
de uma missão de vôo. Cada participante recebeu uma bolsa de estudo
no valor de R$ 1.840,00 mensais, além de benefícios.
No
dia 15 de maio deste ano, o esforço em favor das parcerias estratégicas
ganhou uma nova dimensão, com o lançamento da Agência de Inovação
da Unicamp (Inovacamp). A missão da Inovacamp é justamente estabelecer
uma rede de relacionamentos da Universidade com a sociedade, para incrementar
as atividades de pesquisa, ensino e o avanço do conhecimento. Duas semanas
depois, a Unicamp já promovia um seminário conjunto com a Itautec,
na sede da empresa em São Paulo, para identificar áreas de interesse
comum. Na ocasião, docentes e pesquisadores apresentaram 12 estudos aos
executivos e funcionários da companhia.