Acesso sem senha
Tecnologia desenvolvida
pela Griaule Reconhecimento de Impressões
Digitais, abrigada na Incubadora de Empresas
de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp),
chegou ao mercado recentemente com a promessa
de conferir maior eficiência e agilidade
ao sistema de controle de acesso e ponto de
organizações privadas, repartições
públicas e até unidades prisionais.
Diferente dos modelos convencionais, que fazem
apenas a verificação das impressões
digitais, o novo equipamento, único
no mundo segundo o seu idealizador, realiza
a identificação desses sinais.
De acordo com o proprietário da Griaule,
Iron Daher, o aparelho desenvolvido pela sua
empresa, batizado de Rex2, apresenta uma série
de vantagens sobre os sistemas de controle
de acesso e ponto disponíveis no mercado.
Estes, afirma, fazem apenas a verificação
dos sinais. Nos modelos convencionais, a pessoa
é obrigada a digitar uma senha antes
de colocar o dedo indicador direito diante
de um sensor. Somente depois dos dois procedimentos
é que ela tem a entrada permitida e
o ponto, registrado.
O Rex2, diz Daher, dispensa
a senha. Assim que a pessoa coloca o
dedo no coletor, o equipamento identifica
imediatamente de quem é a impressão
digital e mostra no display o nome dela e
o número da sua matrícula. Paralelamente,
o sistema libera o acesso e marca o ponto,
explica. O tempo gasto, nesse caso, é
três vezes menor, o que evita filas
nos horários de entrada e saída
do trabalho. Além disso, a nova tecnologia
emprega o mesmo protocolo de comunicação
da internet, o TCP/IP. Ou seja, a empresa
ou organização que já
possui uma rede não precisará
promover qualquer adaptação
para utilizar o Rex2.
Daher esclarece que o uso
do equipamento desenvolvido pela Griaule não
está restrito a empresas e repartições
públicas. O Rex2 está operando,
por exemplo, em quatro presídios de
Sergipe. Uma das funções da
tecnologia é impedir que haja fugas
em horários de visita. Assim, quando
um visitante chega à unidade carcerária,
ele tem a impressão digital cadastrada.
Ao sair, é obrigado a se identificar
novamente. Isso evita que o detento troque
de lugar com um parente ou amigo e ganhe a
liberdade de forma ilegal.
Partituras do futuro
As aulas de educação
musical e os estudos em torno de novas combinações
sonoras já podem contar com o auxílio
de inovadoras ferramentas tecnológicas,
graças às pesquisas desenvolvidas
pelo Núcleo Interdisciplinar de Comunicação
Sonora (Nics) da Unicamp. Nos últimos
anos, os especialistas do Nics têm se
dedicado a uma linha de pesquisa denominada
interface gestual. Por meio de
modelos robóticos e computacionais,
eles transformam movimentos corporais ou representações
gráficas em sons ou até mesmo
em estruturas musicais.
De acordo com o coordenador
do Nics, professor Jônatas Manzolli,
as pesquisas nessa área começaram
em 1988. De lá para cá, foram
desenvolvidos diversos projetos. Um deles
é o Roboser, resultado de uma parceria
entre o Núcleo e o Instituto de Neuroinformática
de Zurique. Trata-se de um robô que
gera seqüências melódicas
utilizando sensores infravermelhos localizados
ao redor do seu corpo circular. Ao movimentar-se,
o equipamento mede a variação
da luz e a proximidade de obstáculos.
Na presença de intensidade luminosa,
aproxima-se da fonte de luz. Na proximidade
de obstáculos, afasta-se deles. A combinação
dessas ações modifica o padrão
sonoro executado pelo computador. A sucessão
de eventos musicais gera uma pequena improvisação
que reflete a exploração do
meio ambiente feita pelo Roboser.
Outra ferramenta desenvolvida
pelo Nics é o Rabisco, que associa
a representação gráfica
à exploração sonora.
Ao correr o mouse sobre a mesa, a pessoa faz
surgir traços no monitor, cada um deles
associado ao som de um instrumento. É,
por assim dizer, uma espécie de partitura,
produzida de forma lúdica e divertida.
Ferramentas como essa ajudam a desmistificar
o conceito de que a sonoridade é apenas
um dom, afirma Manzolli.
Um tapete criado pelo Nics
também ajuda a promover essa interação
com a música. Sensores instalados na
peça reproduzem, com o auxílio
do computador, 127 tipos de som. Ao tocar
a superfície do tapete repetidamente
com os pés, a pessoa gera uma seqüência
sonora. Atualmente, conforme Manzolli, o dispositivo
está sendo utilizado em performance
de músicos, bailarinos e percussionistas,
que trabalham em novas concepções
musicais.
Refrigeradores magnéticos
Pesquisadores do Grupo de
Preparação e Caracterização
de Materiais do Departamento de Física
Aplicada (DFA) do Instituto de Física
Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp estão
trabalhando na obtenção de materiais
magnetocalóricos, que podem ser aplicados,
por exemplo, na construção de
refrigeradores magnéticos. Estes apresentam
uma série de vantagens sobre os aparelhos
convencionais, como um ciclo de refrigeração
muito mais eficiente. Além disso, por
usar um sólido no lugar de gás,
o refrigerador magnético pode ser menor,
já que dispensa o uso de compressor.
Por último, os materiais magnetocalóricos
são pouco poluentes, ao contrário
dos gases utilizados nos equipamentos comuns,
que são tóxicos ou agridem a
camada de ozônio.
De acordo com o professor
Sérgio Gama, coordenador do Grupo de
Preparação e Caracterização
de Materiais, os materiais magnetocalóricos
são aqueles que, ao serem colocados
em um campo magnético, aumentam a sua
temperatura. O inverso ocorre quando são
afastados desse campo. Em geral, segundo ele,
esse efeito é muito pequeno e tem interesse
apenas acadêmico.
Ocorre que, nas vizinhanças de transições
magnéticas de fase, o efeito pode ser
grande o suficiente para apresentar interesse
tecnológico. Atualmente, os pesquisadores
estão iniciando um projeto para a construção
de um protótipo de refrigerador magnético,
utilizando um metal puro denominado Gd e um
eletroímã convencional. O equipamento
servirá de base para desenvolvimentos
posteriores, que empregarão outros
compostos e terão o eletroímã
substituído por um imã permanente.
O grupo do qual o professor
Gama faz parte também desenvolveu um
dispositivo de injeção a vácuo
e sob pressão para a geração
de ligas amorfas em volume com espessuras
milimétricas. Nos processos convencionais,
esses materiais são obtidos por meio
de resfriamentos muito rápidos, a partir
da fase líquida. Isso faz com que assumam
a forma de fitas muito finas - da ordem de
algumas dezenas de micrômetros -, que
geram pequeno interesse. A tecnologia desenvolvida
pelos especialistas da Unicamp, que está
adaptada a um forno de rádio freqüência,
foi testada com sucesso em ligas comerciais
de alumínio e magnésio e em
ligas amorfas em volume à base de zircônio
e ferro. Estas últimas apresentam melhores
propriedades mecânicas e de corrosão
que as ligas policristalinas.
Segundo o professor Gama,
o interesse tecnológico pelo dispositivo
está justamente na facilidade de adaptação
para a injeção a vácuo
de ligas comerciais de alumínio e magnésio.
Através desse processo, é possível
obter corpos sem a presença de bolhas,
que são típicas da injeção
convencional.
Biblioteca virtual
Um clique no computador
montado no estande da Unicamp levará
o visitante do Salão ao contato direto
com uma vasta variedade de informações
nacionais e internacionais da área
de petróleo. A Biblioteca Virtual de
Engenharia de Petróleo (BVEP) será
demonstrada ao público presente e dará
acesso aos conteúdos de outras bibliotecas
virtuais, centros de documentação
e de uma infinidade de dados contidos em anais
de congressos, livros, teses e informações
sobre empresas, associações
e instituições de ensino e pesquisa.
O projeto foi desenvolvido
a partir de uma parceria entre o Departamento
de Engenharia de Petróleo da Faculdade
de Engenharia Mecânica (FEM), o Centro
de Estudos de Petróleo (Cepetro) e
o Programa de Informação e Comunicação
para a Pesquisa (Prossiga/Ibict) do Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT). Desde
que foi lançada, em junho de 1998,
a BVEP já recebeu mais de 230 mil visitas.
A ferramenta permite a seleção,
coleta, organização, integração
e disseminação de informação
referente à área de petróleo
e oferece facilidades de acesso e de interatividade
para o usuário. Além de sua
função de apoio ao ensino, pesquisa
e extensão, também contribui
para a democratização da informação.
A BVEP disponibiliza um
acervo com mais de mil registros, organizado
em dez categorias, realiza a atualização
diária de uma página de notícias
sobre o tema, envia boletim eletrônico
mensal aos assinantes e organiza entrevistas
e reuniões na sala de chat sobre petróleo.
O endereço de acesso é: www.prossiga.br/dep-fem-unicamp/petroleo/.
A caminho da interatividade
Os empresários Luiz
Rômulo Mendes, Vicente Becerra Sablón
e Fabbryccio Cardoso, da TCP Telecom, abrigada
na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica
da Unicamp (Incamp), apostam no desenvolvimento
de soluções e aplicativos para
TV Digital, novidade que deve chegar em breve
ao Brasil. O projeto, ainda em fase inicial,
promete proporcionar diversas formas de interatividade
e comunicação com o telespectador.
Entre as opções, diz Luiz Rômulo,
está o t-commerce termo derivado
do e-commerce , que possibilitaria,
entre outras alternativas, a compra de um
produto no instante em que é apresentado
em uma novela ou seriado. Outra possibilidade
seria apresentar as biografias dos atores
de um filme ou permitir a participação
do telespectador em programas interativos
do estilo Você Decide, por
meio do controle remoto.
Aplicativos que permitem
a execução de movimentações
bancárias e consultas à programação,
embora já praticados por operadoras
como a DirecTV e Sky, seriam aprimorados.
Luiz Rômulo esclarece que o desenvolvimento
desses aplicativos independeria do sistema
a ser adotado ou desenvolvido pelo Brasil.
Segundo ele, a empresa tem como objetivo não
só o mercado nacional, mas também
o mercado internacional. Os sócios
e parceiros da empresa possuem larga experiência
na área de TV Digital e, desde sua
fundação em 2002, a TCP Telecom
tem promovido cursos sobre TV Digital.
Nestes eventos, organizados
em parceria com a Unicamp, participaram empresas
e instituições como Anatel,
CPqD, Rede Record, SBT, Ericsson, TV Cultura,
ESPN Brasil, Zinwell, TVA e Sony do Brasil.
O contato com estes profissionais possibilitou
um aprofundamento na prospecção
de aplicativos e também abriu portas
para a realização de futuros
negócios.
Cérebro em 3D
Um software capaz de detalhar
o cérebro em forma tridimensional (3D)
a partir de imagens de ressonância magnética
está em desenvolvimento por uma equipe
de engenheiros do Instituto de Computação
(IC) e por médicos da Faculdade de
Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
As ferramentas são dirigidas à
neurologia e representam inovações
tecnológicas em sua grande maioria.
A ressonância magnética
oferece imagens de seções do
cérebro. Essas imagens são impressas
em filme e traduzidas pelo radiologista em
laudo enviado ao médico, explica Alexandre
Falcão, professor do IC e engenheiro
elétrico especializado em processamento
de imagem médica. A idéia
é explorar essas imagens no computador.
Como as seções são consecutivas,
quando sobrepostas elas formam uma imagem
3D contendo informações anatômicas
e funcionais sobre estruturas do corpo humano,
esclarece. Com isso, no futuro, ao invés
de um filme tomográfico, o médico
receberia um CD e um programa para analisar
as imagens e extrair informações
e medidas para a preparação
de uma cirurgia.
O neurologista Fernando
Cendes, chefe do Departamento de Neurologia
da FCM, explica que um exame de ressonância
magnética resulta em um número
limitado de filmes tomográficos, contendo
poucos cortes e isto é suficiente para
avaliar uma lesão de forma grosseira.
Já as ferramentas permitem um número
ilimitado de cortes, aumentando a sensibilidade
de detecção de lesões
sutis.
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