Reconhecida
como uma das mais destacadas universidades da América Latina,
a Unicamp tem um lado ainda pouco conhecido pela sociedade,
mas igualmente relevante, principalmente quando considerada
a sua influência regional. A instituição também é uma importante
geradora de emprego e renda, além de contribuir fortemente
para a dinamização da economia de Campinas e região. Nos
dias que correm, a Universidade emprega perto de 10 mil
pessoas, entre docentes e servidores técnicos e administrativos,
pagando salários médios acima dos praticados pelo mercado.
Ademais, aproximadamente 200 empresas, a maioria de alta
tecnologia, foram fundadas a partir da iniciativa de seus
professores ou alunos. Juntas, essas corporações geram em
torno de 7 mil postos de trabalho e faturaram juntas, em
2010, algo como R$ 1 bilhão.
A importância da Unicamp
nesses campos é destacada pelo professor Waldir Quadros,
do Instituto de Economia (IE) da Universidade. Além de gerar
importantes índices de emprego e renda para a região de
Campinas, diz, a instituição também contribui para dinamizar
a economia local. O docente lembra que na economia contemporânea
o setor de serviços é fundamental para a geração de empregos
e oportunidades de negócios. Uma universidade como a Unicamp,
continua o economista, reúne duas das mais relevantes e
dinâmicas destas atividades: ensino de excelência acadêmica
e um robusto e avançado complexo de saúde, com destaque
para a área hospitalar.
“Para desenvolver suas
atividades, a instituição contrata um significativo quadro
de servidores e docentes de alta qualificação, além de atrair
um expressivo contingente de estudantes e usuários, estimulando
o setor imobiliário, de alimentação, hotelaria, lazer, serviços
pessoais etc. Também é importante ressaltar a importância
das compras e contratações de serviços realizadas pela Unicamp.
Sem dúvida, tudo isso contribui bastante para dinamizar
a economia local. Isso sem falar da sua contribuição para
a elevação do nível cultural, tão importante quanto o impacto
econômico”, observa o docente.
Na
mesma linha, Natal Martins, diretor da Regional Campinas
do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp),
enfatiza o papel da Unicamp como indutora do desenvolvimento
econômico regional. Além de gerar emprego e renda de forma
direta e indireta, conforme ele, a Universidade cumpre papel
fundamental para o avanço do setor industrial ao formar
profissionais altamente qualificados. “Penso que a Unicamp
é fundamental para a nossa região metropolitana. A Universidade
pode ser considerada uma ilha de excelência dentro de um
país que enfrenta sérios problemas na área da educação.
Nós contamos com a competência da Unicamp para engrossar
o esforço de fazer com que o Brasil deixe o grupo de nações
emergentes para ingressar no de países desenvolvidos”, considera.
No âmbito interno,
a Unicamp também tem registrado resultados importantes,
notadamente no campo da valorização de seus colaboradores.
Além de pagar salários acima da média de mercado, como já
mencionado, a instituição oferece diferentes programas de
qualificação e formação profissional e diversos benefícios,
além de oportunidades de ascensão pessoal e na carreira.
Não por acaso, cada vez mais pessoas aspiram trabalhar na
Universidade, por entender que dificilmente encontrariam
as mesmas oportunidades na iniciativa privada. Prova disso
é que aproximadamente 30 mil pessoas, a maioria entre 25
e 30 anos, concorreram às vagas ofertadas pelos 173 concursos
realizados pela instituição nos anos de 2009 e 2010. No
mesmo período, foram admitidos 587 novos servidores.
Vantagens
Para conquistar e manter os quadros mais destacados, a instituição
criou um conjunto diferenciado de vantagens que vem sendo
aprimorado periodicamente. Tal compromisso é destacado pela
coordenadora da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH),
Patrícia Maria Morato Lopes. Segundo ela, mais do que teorizar
sobre a importância do capital humano, a Unicamp procura
valorizá-lo por meio de medidas práticas. Uma preocupação
latente da Universidade, conforme Patrícia, é a preservação
do poder de compra dos funcionários. Anualmente, os servidores
têm os salários reajustados em índices frequentemente superiores
aos obtidos por inúmeras categorias profissionais. Na última
negociação salarial, o reajuste foi de 6,57%. “Além disso,
a instituição está sempre atenta ao comportamento do mercado.
Se identificamos que os salários pagos pela Unicamp estão
defasados, procuramos realinhá-los”, afirma.
Tal
situação, porém, ocorre de forma esporádica. De maneira
geral, os rendimentos médios dos trabalhadores da Unicamp
estão acima dos recebidos pelos profissionais que atuam
na iniciativa privada. Atualmente, a média salarial de uma
função de nível fundamental na Universidade é de R$ 2.798,08.
Já as médias salariais das funções de nível médio e superior
atingem, respectivamente, R$ 3.209,08 e R$ 6.584,45. A título
de comparação, a DGRH confrontou os salários de 14 funções
que compõem o quadro da instituição com os praticados pelo
mercado, tendo como fontes o Banco Nacional de Empregos
(BNE) e o sítio eletrônico de recrutamento de pessoal Curriculum.com.
Em todas as situações, os rendimentos pagos pela Unicamp
se mostraram superiores. “Um dado importante sobre esses
números é que tivemos que dar um tratamento estatístico
específico para eles. É que a Universidade não faz diferenciação
entre homens e mulheres no que toca a salário, dentro de
uma mesma função. Infelizmente, isso não ocorre na iniciativa
privada. Em alguns casos, as mulheres chegam a ganhar até
40% menos que os homens em determinadas corporações”, esclarece
Patrícia.
Outro ponto que ajuda a transformar a Unicamp
em um lugar disputado por quem quer progredir profissionalmente
é o fato de a Universidade manter diversos programas de
qualificação e formação continuada, tanto em âmbito interno
quanto externo, por meio da própria DGRH e também da Agência
de Formação Profissional da Unicamp (AFPU) e do Grupo Gestor
de Benefícios Sociais (GGBS). Somente a AFPU qualificou
entre 2003 a 2010 aproximadamente 19 mil pessoas. Ademais,
o quadro funcional da instituição conta com outros benefícios
importantes, como o auxílio alimentação. Segundo Patrícia,
em 2011 serão destinados R$ 14 milhões para esse fim. “Atualmente,
dos 7.872 servidores em atividade, 6.414 recebem entre R$
140 e R$ 400 relativos a esse benefício”, informa a coordenadora
da DGRH.
Uma vantagem adicional proporcionada pela
Unicamp aos docentes e servidores técnicos e administrativos
– o benefício também é estendido aos alunos – é o seu programa
educativo. Atualmente, 1.100 filhos de integrantes da comunidade
acadêmica estão matriculados no programa de educação infantil,
que atende a crianças de 0 a 6 anos. A Universidade oferece,
ainda, um programa de educação complementar, por intermédio
do qual os pequenos permanecem meio período na escola formal
e meio período em um espaço onde desenvolvem atividades
lúdicas e de lazer. “Esses programas proporcionam muita
tranquilidade aos pais, que sabem que seus filhos estão
sendo bem cuidados e orientados. Atualmente, cada criança
atendida equivale a um custo anual de R$ 11.300,00. Este
ano, vamos investir R$ 12,5 milhões nesses programas educativos”,
assinala a coordenadora da DGRH.
Subsídios
As
vantagens para quem trabalha na Unicamp não param por aí.
Ao ser admitido, o profissional também passa a contar com
subsídio ao transporte e alimentação, oferta de planos de
saúde com custos reduzidos, além da estrutura e dos serviços
oferecidos pelo Centro de Saúde da Comunidade (Cecom). “Todos
esses benefícios se somam ao fato de a Universidade pagar
sempre em dia e manter um sistema complexo e eficiente que
permite às pessoas avançarem na carreira. Esse sistema leva
em consideração não somente os níveis de escolaridade, mas
também a qualidade do trabalho executado. Estamos com um
processo avaliatório em andamento, e a instituição deverá
fixar recursos que possibilitem a progressão tanto horizontal
quanto vertical dos nossos melhores quadros”, antecipa Patrícia.
Os referidos recursos, prossegue a coordenadora
da DGRH, serão destinados às unidades e órgãos, que decidirão
sobre como será a progressão. “Essa descentralização deverá
ser muito positiva, pois os dirigentes das unidades e órgãos
conhecem de perto as suas realidades, especificidades e
necessidades”. Uma proposta que foi aprovada na Câmara de
Administração (CAD), conta Patrícia, é a criação de um prêmio
de reconhecimento aos servidores técnicos e administrativos,
a exemplo do Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino
Vaz, destinado apenas a docentes. A ideia surgiu a partir
da constatação da elevada qualidade dos trabalhos apresentados
pelos funcionários nas três edições do Simpósio de Profissionais
da Unicamp (Simtec).
Com o eventual advento da premiação, de
acordo com Patrícia, será possível destacar as pessoas capazes
de formular sugestões, projetos e processos que possam contribuir
para o aprimoramento das atividades desenvolvidas pela Unicamp.
Caso seja aprovado da forma como está proposto, o prêmio
destinará um valor de R$ 3.300,00 para a proposta vencedora
de cada unidade. Além disso, o melhor projeto dentre todos
os contemplados será eleito como o destaque da edição e
dará ao seu idealizador mais R$ 3.300,00. Todo o conjunto
de vantagens e benefícios oferecidos aos funcionários da
Universidade, lembra a coordenadora da DGRH, está totalmente
afinado com o projeto de internacionalização da Unicamp,
que está em curso. “Para atingirmos a condição de universidade
de classe mundial, vamos precisar lançar mão de todas as
nossas competências. A valorização do nosso quadro funcional
é indispensável para que tenhamos sucesso nessa empreitada”,
considera.
As boas condições de trabalho e a possibilidade
de ascensão profissional proporcionadas pela Unicamp estão
entre os fatores que atraíram a estudante de Geografia Eliane
Bento Professor e o biologista Luis Gustavo Fernandes aos
quadros da Universidade. Aprovada no concurso público para
técnico administrativo, Eliane ingressou na instituição
em 4 de outubro do ano passado. Aluna da própria Unicamp,
ela atua na área de suprimentos e compras da Diretoria Geral
da Administração (DGA). “Eu me identifiquei muito com o
trabalho realizado aqui. As atividades são muito dinâmicas
e se aproximam muito das executadas numa empresa privada
em termos de operacionalização”, afirma.
Dizendo-se feliz com a escolha, Eliane afirma
que nutre boas expectativas em relação à progressão na carreira.
“Primeiro, tenho que cumprir o estágio probatório de três
anos. Nesse período, a progressão tem alguns limites. Passada
essa fase, porém, acredito que poderei avançar de forma
mais significativa”, anseia. O biologista Luis Gustavo fez
graduação e pós-graduação na Unicamp. Por conhecer bem a
os procedimentos e a estrutura de pesquisa da Universidade,
optou por ingressar no quadro de pesquisadores da Faculdade
de Ciências Médicas (FCM). Foi aprovado no concurso público
e admitido em novembro de 2009. “Posso dizer que sou filho
da casa. Por isso, não tenho dúvida em afirmar que a Unicamp
é um dos melhores locais no Brasil para trabalhar na minha
área”.
Um aspecto ressaltado pelo pesquisador é
o fato de o campus de Barão Geraldo concentrar uma vasta
gama de profissionais com especialidades diversas. “Isso
é interessante, pois facilita a interação com outras áreas
do conhecimento. Além disso, o campus oferece muitas atividades
de cultura e lazer. Além de shows e exposições, nós podemos
nos valer das bibliotecas e das atividades promovidas na
Faculdade de Educação Física, por exemplo. Isso sem falar
que Barão Geraldo é um pólo cultural importante e está localizado
a apenas uma hora de São Paulo”, analisa.