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Patentes atestam vocação da Unicamp
na área do desenvolvimento sustentável
De um banco de 501 tecnologias,
127 são ambientamente amigáveis
Pesquisa
realizada pelo economista Rafael Kellermann Barbosa revelou
que cerca de um quarto das patentes requeridas pela Unicamp
está diretamente relacionado com tecnologias ambientalmente
amigáveis, também chamadas de eco-inovação. Esse percentual
equivale a 127 patentes de um banco de 501. De acordo com
Barbosa, trata-se de uma evidente sinalização do potencial
que a Universidade tem em contribuir com o desenvolvimento
sustentável. Na visão do pesquisador, a maior contribuição
do trabalho é a inauguração de uma linha de pesquisa – ecotecnologia
– dentro do ambiente acadêmico, uma vez que no Brasil isso
ainda é incipiente. “Fiz algumas sugestões de classificações
e cortes de análise que provavelmente serão melhorados e criticados,
como tudo que é feito no ambiente acadêmico”, afirmou. A investigação
resultou na dissertação de mestrado do economista, que foi
orientado pelo professor Bastiaan Philip Reydon, do Instituto
de Economia (IE) da Unicamp.
Barbosa, que atualmente é
consultor do Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento
Econômico Sustentável do Estado do Acre (Proacre), contou
que já trabalhava com o tema economia e meio ambiente, principalmente
sob a ótica da economia ecológica. Quando entrou no programa
de mestrado do IE, seu orientador, por estar atuando junto
à Agência de Inovação Inova Unicamp, sugeriu uma discussão
que abordasse os temas economia, meio ambiente e, também,
inovação tecnológica. “O resultado obtido nas primeiras análises
causou uma grande surpresa”, disse. A existência de uma proporção
relevante de eco-patentes levou o pesquisador a conhecer as
especificidades dessa tecnologia, uma vez que não existe linha
de financiamento específica para soluções tecnológicas ambientalmente
amigáveis. “Essa é uma característica da inovação ou da geração
de tecnologia da Unicamp”, assegurou.
Radiografia
O critério de classificação da natureza das patentes foi realizado
tecnicamente, dividindo-as em cinco categorias, cada uma com
seus percentuais: tecnologias mais limpas (16%); de reciclagem
(18%); energia limpa e renovável (10%); produtos mais limpos
(17%); e tecnologia de controle e redução de poluição (39%).
É importante observar que o desenvolvimento de mecanismos
limpos engloba quatro das categorias – as chamadas cleaner
technologies – e supera o índice da tecnologia de controle,
também conhecida como “de remediação”.
Portanto, pode-se concluir
que as patentes produzidas na Unicamp possuem uma característica
marcante, que é a valorização da ecologia desde a sua concepção,
representando um aspecto natural por parte dos pesquisadores
de desenvolver pesquisas nesse sentido. Importante mencionar
que uma parcela dessas pesquisas é feita em cooperação com
a iniciativa privada. Uma das questões abordadas pelo economista
é que, em geral, as empresas estão sujeitas a pressões para
geração de tecnologia, que dizem respeito à necessidade de
obter lucros. Por vezes, optam por desenvolver tecnologias
de caráter mais imediatista, no que tange à resolução do problema
ambiental. E a Universidade tem a possibilidade de gerar essa
tecnologia de caráter mais estruturante na resolução desses
problemas. “Há um interesse nesse tipo de tecnologia e a Unicamp
tem se mostrado um parceiro potencial para isso”, observou
Barbosa.
Um dos aspectos que é passível
de observação, a partir da percepção de alguns inventores,
é que a maioria deles colocou como fator predominante para
o incentivo a essas inovações a questão da regulação, ou seja,
leis que de alguma maneira impulsionam as empresas no sentido
de buscar tecnologias mais ambientalmente amigáveis. Outro
ponto importante diz respeito não especificamente à questão
da tecnologia, mas da proteção da tecnologia em patentes.
E essa é uma característica que os pesquisadores ressaltaram
ser fundamental na formação do pesquisador. “Aquele que fez
mestrado, doutorado, projetos de pesquisa, e trabalham com
patentes, têm uma tendência a proteger a sua tecnologia através
desse instrumento”, disse Barbosa.
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Publicações
Dissertação de mestrado: “Eco-inovação na Universidade:
uma análise das patentes da Universidade Estadual de Campinas”
Autor: Rafael Kellermann Barbosa
Orientador: Bastiaan Philip Reydon
Unidade: Instituto de Economia (IE)
Fonte de financiamento: Capes
Artigos
BARBOSA, R. K. . The Dynamic of Clean Technolgy Innovations.
Impactos, p. 8, 01 fev. 2009
BARBOSA, R. K. ; Reydon, Bastiaan P. ; CROSTA, V. M. D. .
DEVELOPMENT OF GREEN INNOVATIONS: analysis from cases of INOVA/UNICAMP.
In: Advancing Sustainability in a Time of Crisis, 2010, Oldenburg.
International Society of Ecological Economics 2010 - Advancing
Sustainabilitty in a Time of Crisis, 2010.
BARBOSA, R. K. ; Reydon, Bastiaan P. . Sustainable Innovation
in Brazilian´s Universities: The University of Campinas (Unicamp)
Case. In: The 6 International Conference of Innovation and
Management: Management for Sustainable Development, 2009,
São Paulo. Anais of 6 International Conference of Innovation
and Management: Management for Sustainable Development, 2009.
.
BARBOSA, R. K. . Inovações Sustentávies: O caso da Universidade
Estadual de Campinas. In: Seminário Latino-Ibero Americano
de Gestión Tecnológica, 2009, Cartagena de Indias. Anais do
XII Seminário Latino-Ibero Americano de Gestión Tecnológica,
2009.
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