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Unicamp vai participar
do Sinaes/Enade
1/6/2010
– A Unicamp vai participar do Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior (Sinaes), que inclui o Exame Nacional
de Desempenho de Estudantes (Enade), a partir deste ano, de
2010. A decisão foi tomada em reunião da Comissão de Ensino,
Pesquisa e Extensão (Cepe) na tarde do último dia 1º, com
base nos subsídios apresentados por um grupo de trabalho composto
por dez docentes. O grupo realizou reuniões, durante todo
o segundo semestre de 2009 e início de 2010, estudando textos
sobre avaliações de cursos de graduação e textos a respeito
do Sinaes/Enade, além de receber representantes do MEC que
participam e participaram da elaboração e da concepção do
Exame em questão.
Unicamp
e USP são as únicas instituições que não participam do Sinaes,
que foi regulamentado em abril de 2004 em substituição ao
Exame Nacional de Cursos (Provão). “Tínhamos uma série de
críticas à implantação e metodologia do novo sistema, como
a prova por amostragem e a não adoção das visitas in loco
e de outros indicadores consolidados no Provão. Ainda temos
críticas e sugestões, mas o exame foi bastante aprimorado”,
afirma o professor Marcelo Knobel, pró-reitor de Graduação.
Knobel
sustenta que a Unicamp deve participar ativa e construtivamente
do processo, visando ao aprimoramento contínuo do ensino superior
no país. “Acredito que a avaliação é um caminho necessário
e fundamental para a melhoria do ensino. Estamos propondo
a criação de dois grupos internos de trabalho: um grupo técnico,
que vai cuidar da inscrição de estudantes, do preenchimento
de formulários e de outros aspectos ligados à infraestrutura;
e um grupo essencialmente acadêmico, que vai acompanhar as
provas, analisar nosso próprio desempenho e encaminhar sugestões
ao MEC”
Dessa
maneira, segundo Knobel, a proposta da Unicamp é possibilitar
os mais variados setores da universidade participem do processo,
para que seus resultados sejam tratados com coerência. “Participar
no Sinaes/Enade reflete a disposição da comunidade em reconhecer
a importância de processos de avaliação para o encaminhamento
de reflexões que levem ao aprimoramento constante das práticas
internas de ensino, pesquisa e extensão”.
Em relação
ao Enade, o exame dos estudantes, o pró-reitor lembra que
ele passou a ser universal e não mais por amostragem, o que
significa o envolvimento de todos os ingressantes e concluintes
de determinada área do conhecimento. Nesse ano de 2010, serão
avaliados os cursos da área da saúde. “Boicote? Pode acontecer,
mas é um problema que vamos enfrentar. Mais importante é mostrar
ao aluno a importância de ser avaliado com coerência e seriedade,
assim como verificar a qualidade do seu curso em comparação
com o restante do país. Os benefícios serão todos dele”.
Objetivos do Sinaes
O Sinaes se propõe a avaliar a atuação da instituição de ensino
superior (IES) em relação a ensino, pesquisa, extensão, responsabilidade
social, desempenho dos alunos, gestão da instituição, corpo
docente e instalações, entre outros aspectos. A nota final
do Sinaes é composta por uma série de instrumentos, como autoavaliação,
avaliação externa, Enade, avaliação dos cursos de graduação
e instrumentos de informação (censo e cadastro).
O objetivo do Sinaes é oferecer
subsídios que orientem as IES quanto à sua eficácia e efetividade
acadêmica e social; os órgãos governamentais na criação de
políticas públicas; e os estudantes, pais e público em geral
sobre a realidade dos cursos e das instituições. Ao MEC, especificamente,
a avaliação serve também como base para regulação, supervisão,
autorização, credenciamento, reconhecimento e renovação dos
cursos de graduação do país.
O Conceito Preliminar dos
Cursos de Graduação (CPC) – criado em 2007 para agregar critérios
objetivos de qualidade e excelência ao processo de avaliação
– vai de 1 a 5 e é um indicador prévio da situação dos cursos,
valor depois consolidado com uma visita in loco.
Peso
O Enade, que tem peso de 40% no CPC, afere o rendimento dos
alunos em relação a conteúdos programáticos previstos nas
diretrizes curriculares, habilidades e competências para sua
atualização permanente e conhecimentos sobre a realidade brasileira
e mundial. A prova traz 10 questões de conhecimentos gerais
e 30 questões específicas da área de conhecimento do aluno,
entre discursivas e de múltipla escolha.
Com peso de 30% no CPC, o
Indicador de Diferença do Desempenho (IDD) pretende demonstrar
quanto o curso contribuiu para o desenvolvimento das habilidades
acadêmicas, das competências profissionais e do conhecimento
específico do aluno. O IDD é a diferença entre o desempenho
médio do aluno e o desempenho médio esperado em seu curso.
O indicador, portanto, deve representar quanto cada curso
se destaca da média.
Instalações e equipamentos
para aulas práticas, recursos didático-pedagógicos e a qualidade
do corpo docente, segundo a percepção do aluno, fazem parte
dos insumos, que possuem peso de 30% no CPC. Os dados objetivos
inseridos neste conceito são os percentuais de professores
com titulação maior ou igual ao doutorado e daqueles que cumprem
regime de dedicação integral ou parcial.
(Luiz Sugimoto)
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