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                    Sistema reduz tempo de medição de
 consumo de óleo em bancada de motor
 
   O 
                    tempo de testes com grau confiável de precisão 
                    para medir consumo de óleo lubrificante em bancadas 
                    de motores diesel foi reduzido de 60 horas para 10, graças 
                    a um sistema inovador desenvolvido pelo engenheiro mecânico 
                    Omar Hildinger. A descrição do novo método, 
                    que pode ser interessante principalmente para empresas fabricantes 
                    de motores, consta da dissertação de mestrado 
                    profissional de Hildinger apresentada na Faculdade de Engenharia 
                    Mecânica (FEM), sob orientação do professor 
                    Luiz Felipe Mendes de Moura. Além de um custo bem inferior, 
                    em comparação às técnicas convencionais, 
                    o sistema traz em sua concepção um apelo ambiental 
                    significativo, pois, reduzindo o tempo de testes, diminui-se 
                    também a emissão de gases na atmosfera. Ademais, 
                    o gasto com combustível cai consideravelmente, uma 
                    vez que seis mil litros de combustível necessários 
                    para rodar o motor de grande porte por 100 horas na bancada 
                    custam, em média, R$ 12 mil. "Na verdade, um dos grandes 
                    desafios das fabricantes é alcançar alto nível 
                    de precisão nas medidas de consumo de óleo lubrificante. 
                    Este aspecto atesta a eficiência do motor e contribui 
                    para otimizar o seu funcionamento para o consumidor final, 
                    para quem, a boa e velha vareta serve bem para mensurar a 
                    necessidade de completar o nível de óleo e manter 
                    o motor funcionando adequadamente. Mas, para a indústria, 
                    este aspecto ganha outra dimensão, uma vez que os testes 
                    são feitos em escalas bem maiores, seja na etapa de 
                    desenvolvimento do motor, seja para diagnosticar algum defeito 
                    depois de instalado no veículo", explica o engenheiro. 
                   Cada vez que o motor precisa 
                    ser rodado em uma bancada são necessárias entre 
                    60 e 100 horas de funcionamento. Muitas vezes, esta tarefa 
                    se repete por duas ou três vezes para se descobrir a 
                    causa de uma reclamação ou a peça que 
                    não está funcionando de forma adequada. Com 
                    este quadro, conta o engenheiro, já se consegue imaginar 
                    como é rotineira a prática nas empresas e o 
                    custo elevado para promovê-la, sem contar a questão 
                    da precisão, que também encontra um grau de 
                    subjetividade. Uma das formas usuais é a pesagem do 
                    óleo antes de ser colocado no motor e no final dos 
                    testes para aferição de quanto foi gasto efetivamente. 
                    "Um sistema simples e pouco preciso, mas possível 
                    mensurar só após ter rodado o motor no mínimo 
                    por 60 horas", explica.  Neste sentido, o "pulo 
                    do gato", segundo Omar Hildinger, foi encontrar uma forma 
                    de medir o consumo de óleo lubrificante, apenas instalando 
                    um medidor de pressão diferencial no carter do motor 
                    - o reservatório do óleo. Com isso, as medidas 
                    são feitas com precisão e as pequenas variações 
                    são possíveis de se observar em reduzido espaço 
                    de tempo. O medidor consiste em um dispositivo já vendido 
                    comercialmente a um custo baixo, mas nunca pensado para medição 
                    de consumo de óleo. Para completar o sistema inovador, 
                    Hildinger contou com o conhecimento acumulado de 13 anos trabalhando 
                    na fabricação de motores diesel para caminhões 
                    e desenvolveu técnicas para os cálculos das 
                    medidas.  O engenheiro destaca que o 
                    método não é sofisticado ou carece de 
                    altos investimentos. Pelo contrário, os valores gastos 
                    não chegam a mil dólares. Diferente, por exemplo, 
                    de grandes montadoras que investem quantias próximas 
                    a um milhão de dólares para adquirir equipamentos 
                    mais precisos e que realizam os testes em duas horas. No caso 
                    da pesquisa da FEM, o limite de horas alcançadas para 
                    testes precisos foi de 10 horas, mas ainda assim compensa 
                    pelo custo-benefício.  Hildinger revela também 
                    que outros testes podem ser feitos no sentido de otimizar 
                    o sistema. "São poucos os investimentos em pesquisas 
                    nesta linha. Em geral, os fabricantes compram os equipamentos 
                    já prontos e, com isso, o Brasil fica à margem 
                    nesses estudos, mesmo com tantos fabricantes nacionais. Há 
                    que se considerar que, devido ao baixo custo, este tipo de 
                    sistema é perfeitamente viável para instalação 
                    em dez ou 20 bancadas de testes com custo mínimo", 
                    esclarece. 
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