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A postura inadequada e os problemas osteomusculares
Estudo
desenvolvido na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) aponta
que 64,3% de um grupo de funcionários de uma empresa de papel
e celulose do Estado de São Paulo apresentou sintomas osteomusculares,
ou seja, dor nos ombros, pescoço e também na região lombar.
“As dores podem ou não evoluir para doenças mais graves, por
isso realizar este tipo de levantamento indica as áreas de
produção em que é necessário se pensar programas de prevenção
e de reabilitação”, explica a enfermeira do trabalho Thaís
de Freitas Pedrini, autora do estudo que teve a orientação
da professora Neusa Maria Costa Alexandre.
A enfermeira, com especialização
em ergonomia, colheu depoimentos, através de quatro questionários
validados cientificamente, em um grupo de 140 profissionais
da área de acabamento na empresa. Os voluntários faziam parte
de um setor, cujo índice de afastamentos era significativo
e a atividade realizada envolvia posturas inadequadas, abaixar-se
frequentemente, carregamento de peso e trabalho estático.
No grupo sintomático, a intensidade
da dor ficou entre leve a moderada. No entanto, observou-se
que houve correlação significativa entre intensidade de dor
e incapacidade, quer dizer, quanto maior a dor menor capacidade
de desenvolver as atividades. “Todas as questões levantadas
indicam para o próximo passo que seria a elaboração de propostas
que melhorem as condições de trabalho e contemple a reabilitação
desses trabalhadores”, destaca.
Thaís Pedrini enfatiza que,
atualmente, a questão da saúde ocupacional tem se constituído
um desafio para as indústrias brasileiras, pois um trabalhador
debilitado requer tratamentos, muitas vezes demorados. Neste
sentido, ela defende uma ação pró-ativa nas empresas para
reduzir ou, até mesmo, eliminar os impactos negativos e os
custos com assistência médica. Segundo a autora do estudo,
um programa de ergonomia seria a forma mais adequada de se
solucionar muitos dos problemas e a realização de um mapeamento
junto aos trabalhadores consiste em um primeiro passo.
Um programa de ergonomia requer
análises detalhadas e pode envolver medidas administrativas,
pausa no trabalho e, até mesmo, troca de maquinário, ou seja,
custos elevados para o empresário. “Mesmo os programas de
ginástica laboral adotados por muitas empresas não devem ser
considerados como suficientes. Este tipo de iniciativa é importante
e consegue reduzir riscos, mas não basta. É necessário que
se analise de forma global e se chegue à solução do problema
para favorecer a saúde do trabalhador”, defende.
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Publicação
Dissertação: “Sintomas osteomusculares e a percepção
dos trabalhadores sobre fatores do trabalho em uma indústria
de papel e celulose”
Autor: Thaís de Freitas Pedrini
Orientadora: Neusa Maria Costa Alexandre
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
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