“O objetivo do evento é fazer uma avaliação crítica dos resultados obtidos nesse período”, diz o diretor do IG, Álvaro Penteado Crósta. Compreendendo as áreas de Geologia e Geografia, o curso foi o primeiro do gênero no Brasil a criar um núcleo comum de disciplinas antecedendo a escolha da modalidade profissional. Durante os dois primeiros semestres, os alunos compartilham o mesmo programa, para só depois optarem pela formação específica, visando as carreiras de geólogo ou geógrafo, podendo ainda obter licenciatura em Geografia.
“Acreditamos que esse modelo dá mais tempo ao estudante para amadurecer sua escolha”, observa Crósta. Segundo ele, o curso antecipou tendências hoje em voga no ensino superior, entre as quais as preconizadas pelo Processo de Bolonha e Universidade Nova, cuja característica principal é o fato de retardar a opção profissional do estudante. No caso do IG, o curso partilha o oferecimento de algumas disciplinas com outras unidades da Unicamp. “O conhecimento humano está permeado de diversos modos pelas Ciências da Terra e pelas Ciências Sociais, quer na apropriação do espaço ou utilização de recursos naturais, quer no estudo das interações entre o ambiente natural e as sociedades”, diz Crósta.
“O curso de Ciências da Terra antecipou tendências educacionais posteriormente incorporadas nas diretrizes curriculares estabelecidas para todo o país”, diz o professor Bernardino Figueiredo, que acompanha o curso desde o início. Segundo ele, o programa legitimou propostas inovadoras no currículo de Geologia e a adoção de novas tecnologias em ambas áreas. “Também contribuiu para o sucesso a composição profissionalmente diversificada do corpo docente do IG que, com o apoio do IFCH e demais unidades da Unicamp, conferiu ao curso horizontes de formação menos tecnicista e mais erudita”, completa.
Figueiredo lembra que, quando o curso de graduação foi criado, o corpo docente do IG já tinha uma experiência de ensino de pós-graduação de mais de 15 anos, o que tornou mais fácil incorporar a prática de pesquisa junto aos alunos. “Em geral, os cursos de Geologia e de Geografia brasileiros não deixam muito a desejar quando comparados com o que vemos nos países mais desenvolvidos”, destaca.
Para o diretor do IG, o principal diferencial do modelo adotado está na visão de mundo oferecida aos estudantes. “No cenário atual, o grande desafio para os profissionais da área é atuar entre as pressões sobre os recursos naturais e o seu aproveitamento racional, em resposta às crescentes exigências do desenvolvimento econômico. O mundo e a sociedade mudaram, o que impõe a necessidade de profissionais mais completos”, pondera Crósta.
De acordo com o diretor do IG, a demanda por geólogos e geógrafos está em alta e tende a crescer ainda mais. No caso dos geólogos, esse cenário resulta do aquecimento dos mercados de petróleo e gás, bem como no de mineração e de monitoramento ambiental, nos quais o profissional de Geologia tem uma atuação fundamental. “O desafio é conciliar a exploração dos recursos naturais com o desenvolvimento sustentável”, pondera. É aí, segundo ele, que o geólogo desempenha papel decisivo. “Nunca o mercado de trabalho esteve tão bom para os geólogos no Brasil e internacionalmente”, concorda Figueiredo.
Na Geografia não é diferente. Segundo Crósta, há uma demanda reprimida por profissionais com diploma de nível superior, principalmente no campo do ensino. Dos professores de Geografia que atuam no ensino médio brasileiro, menos da metade são licenciados. “A expansão do sistema público de educação superior e a retomada do desenvolvimento sustentado também favorecem aos geógrafos”, completa Figueiredo.
“Os profissionais devem receber uma formação básica abrangente que os capacite a entender os processos que operam nas diferentes esferas do Sistema Terra, incluindo-se as interações da sociedade com a natureza”, destaca o professor Francisco Sérgio Bernardes Ladeira. Coordenador do curso de graduação, ele também é o responsável por conduzir os estudantes em atividades de campo, junto com outros docentes do curso. Para os estudantes que ingressaram em 2008, dos cinco anos de curso, 181 dias serão dedicados às atividades práticas de campo pelos mais diversos cenários, em vários estados.
“Trata-se de um recurso imprescindível como método de ensino e aprendizado”, diz Ladeira. O principal objetivo, segundo ele, é introduzir o aluno nas diferentes áreas de estudo oferecidas pelo curso. “Seja na montanha ou ao nível do mar, eles entram em contato com os mais variados terrenos para adquirir conhecimentos sobre os processos naturais e antrópicos”, observa o professor. Nessas excursões, que chegam a reunir até 70 estudantes, eles escalam montanhas, analisam rochas e exploram tipos de solo e de vegetação. “A exploração da natureza está para nossos alunos assim como as aulas de anatomia estão para os estudantes de medicina”, compara.
“Logo em minha primeira viagem senti que era aquilo mesmo o que eu queria”, diz Josias Caetano Bravo, que já optou por Geologia. Em três anos de curso, ele já realizou mais de quinze viagens. “Já vi e aprendi muita coisa”, garante. Além de explorar a natureza, Bravo aprendeu a fazer mapas, estudar fósseis e a guiar-se por sistema GPS. Tudo é devidamente registrado numa inseparável caderneta de anotações, já que após cada excursão todos têm de fazer um relatório completo do que foi observado e discutido.
O mesmo clima de aventura é relatado por aqueles que optam por Geografia. Viviane Lousada Cracer, que está no quinto ano, diz que as excursões serviram para definir sua escolha sobre modalidade profissional a ser seguida. Desde o início, ela se interessou mais pelas áreas de solos, geomorfologia, climatologia e estudo do meio ambiente urbano e rural. “O curso ajuda a desmistificar a Geografia ensinada no ensino médio, que é pouco atraente para os alunos”, analisa. “Aprendi que Geografia é muito mais que conhecer rios e capitais”, completa. Prestes a concluir a graduação, ela agora estuda se vai seguir carreira acadêmica ou dedicar-se ao magistério no ensino médio. “Tanto num caso como no outro, vou sentir saudades das atividades de campo”, conclui.
04/04/2008
Sessão Solene - 19:30
(Auditório 2 do Centro de Convenções)
Reitor da Unicamp - Prof. Dr. José Tadeu Jorge
Pró-reitor de Graduação - Prof. Dr. Edgar Salvadori de Decca
Diretor do IG - Prof. Dr. Álvaro Penteado Crosta
Coordenador de Graduação - Prof. Dr. Francisco Sergio Bernardes Ladeira
Coordenador Associado de Graduação - Prof. Dr. Giorgio Basilici
CREA - Dr. Nivaldo Bósio
Presidente Nacional da Associação dos Geógrafos Brasileiros - Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti
Representante da Sociedade Brasileira de Geologia - Prof. Dr.Joel Barbujiani Sígolo
Coquetel e Concurso Fotográfico - 21:00 (Funcamp)
05/04/2008
Troca de experiências entre alunos da graduação e egressos do curso Ciências da Terra - 9:30 (sala EB 03)
Conversa com os empregadores - 11:00 (salas EB 03 e EB 02)
Confraternização - 13:00 (Chácara Antonio Antunes).
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