CCAS divulga dados sobre a esperança de vida em Campinas
[19/3/2008] O Centro Colaborador em Análise de Situação em Saúde (CCAS), do Departamento de Medicina Preventiva e Social (DMPS), da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, acaba de divulgar os dados inéditos sobre a esperança de vida em Campinas. De acordo com a coordenadora do CCAS, Marilisa Berti A. Barros, não se trata de pesquisa isolada, mas de um dos produtos das atividades de monitoramento da mortalidade de Campinas desenvolvidas em parceria com a Secretaria de Saúde de Campinas, desde 1990.“É a primeira vez que informações desse gênero são publicadas. Além da esperança de vida do município, temos também dados do indicador para os distritos de Saúde. Dependendo da área da cidade em que uma pessoa nasce e de seu sexo, por exemplo, ela poderá ter até quase dez anos a mais de vida em comparação com a de outro sexo e de outras regiões”, disse Marilisa.De 1991 a 2005, a população de Campinas apresentou um ganho de 4,8 anos de vida. Uma criança nascida em 2005 viverá, em média, 74,7 anos, variando este valor conforme o sexo e a área da cidade em que reside. As mulheres levam uma vantagem de 7,3 anos em relação aos homens: elas vivem, em média, 78,4 anos e os homens, 71,1.“Os homens são mais suscetíveis a mortes por infartos e outras doenças cardiovasculares, além de vários tipos de câncer, acidentes de trânsito, homicídios e suicídios. Pelo que se conhece, existe, também, uma ‘natural’ expectativa de vida menor para eles”, explicou Marilisa. Se comparada a outros Estados brasileiros, a esperança de vida em Campinas é maior que a média nacional, superando São Paulo e Rio de Janeiro. No “ranking” mundial, a média de sobrevida na cidade é maior que a da Argentina e próxima a dos Estados Unidos, sendo superada por países como Japão, Suécia e Itália.“Uma criança que nasce em Campinas poderá viver até 13 anos a mais que uma criança que nasce em Alagoas, resultado da grande desigualdade social existente em nosso País”, comentou Ana Paula Belon, uma das pesquisadoras da equipe. Outra informação importante levantada pela equipe do CCAS é com relação aos distritos de Saúde. Pelos dados coletados, observa-se a maior esperança de vida no distrito Leste e, as menores, nos distritos Sudoeste e Noroeste, embora se verifique, no período de 2000 a 2005, um maior ganho do indicador nesses distritos em pior situação social. Este maior ganho, ocorrido especialmente nos homens, é o resultado do declínio que vem ocorrendo no município desde 2000 das mortes por causas violentas.“Mesmo que as diferenças entre os sexos e entre os distritos ainda sejam elevadas, as análises revelam que há, no município de Campinas, uma notável tendência de redução dessas desigualdades”, explicou Marilisa. Os dados do Boletim nº 40 sobre esperança de vida no município de Campinas estão disponíveis no site da FCM e também no site da Prefeitura de Campinas.(Edimilson Montalti).
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